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O cigarro é um dos principais causadores
evitáveis de doenças no mundo e prejudica os mecanismos de defesa do organismo,
o que pode piorar ainda mais quadros de infecções e doenças inflamatórias. Por
este motivo, o Dia Mundial Sem Tabaco – lembrado nesta segunda-feira (31) – vai
além de uma conscientização para deixar de fumar, mas sim de um alerta.
Considerado como uma doença, o tabagismo pode
elevar os fatores de risco para patologias que afetam, especialmente, o coração
e o pulmão. O cigarro pode aumentar em cinco vezes as chances de incidência de
infarto (uma das doenças que mais mata no mundo) e, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% dos casos de infarto estão
associados ao tabaco.
No caso do pulmão, pode elevar em 40 vezes as
chances de neoplasias (tumores) e outras doenças respiratórias. Apenas no
Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morrem precocemente devido às
doenças causadas pelo tabagismo, conforme o Instituto Nacional de Câncer
(INCA).
Em apenas uma tragada de cigarro, todos os vasos
sanguíneos contraem e relaxam, prejudicando a circulação do sangue. As artérias
endurecem, o que acelera os batimentos cardíacos, obrigando o coração a
trabalhar de forma mais rápida. Além disso, durante o consumo, o sangue
espessa, causando dificuldade no transporte do oxigênio.
COVID-19
Outras ações prejudiciais do tabagismo, como
falado anteriormente, é a piora no desfecho de qualquer doença inflamatória ou
infecciosa, como a Covid-19. De acordo com o médico cardiologista e
pneumologista do Hospital Cardiológico Costantini, Dr. Adriano Fonseca, devido
ao comprometimento da capacidade pulmonar, uma pessoa fumante pode desenvolver,
com mais chances, sintomas mais graves do coronavírus ou de qualquer doença
infecciosa.
No entanto, mesmo com essa informação, ocorreu um
aumento de 34% no consumo de cigarro durante a pandemia que começou no início
do ano passado, segundo uma pesquisa da Fiocruz. Ainda conforme esse estudo, o
uso teve uma piora devido a outros problemas relacionados ao isolamento social,
como ansiedade, depressão, insônia, estresse, nervoso e falta de interação
social.
MAS COMO PARAR DE FUMAR?
Dados como os mencionados anteriormente preocupam
as organizações relacionadas à saúde pública. Por isso, desde 1989 foram
criados programas para diminuir o uso do tabaco. Segundo o Dr. Adriano, a
população mais jovem diminuiu o uso, desde o início do programa. Mas na
tentativa de parar de fumar, muitas pessoas procuram alternativas. “Hoje, cerca
de 15% da população mais jovem é fumante. No entanto, novos vilões apareceram:
o narguilé, os vaporizadores e os cigarros eletrônicos", comenta o médico.
Dr. Adriano considera que esses itens são
facilitadores para o consumo de tabaco. “Porque o tabagismo atua principalmente
no hábito, ou seja, no hábito de aprender a segurar, a fumar e a ter o cigarro.
Além de facilitadores, eles possuem substâncias bastante nocivas para a área
pulmonar e cardiovascular”, enfatiza.
Mas como parar de fumar? O médico cardiologista e
pneumologista do Hospital Cardiológico Costantini separou algumas dicas, usadas
inclusive por ele para orientar pacientes que procuram ajuda profissional.
Confira:
- Ter
vontade de parar de fumar (partir da própria pessoa, sem interferência de
terceiros);
- Eliminar gatilhos que facilitam o uso (por exemplo, algumas pessoas que tomam café e precisam fumar; ou utilizam de bebida alcoólica e precisam fumar - é necessário ter autoconhecimento e saber o que possibilita o uso);
- Ter
um dia D (marcar a data de quando parou e munir a pessoa de controle e
autoconfiança para essa batalha que é abandonar o hábito de fumar);
- Evitar
pensar que a hora do cigarro é um momento prazeroso;
- Ter
persistência (ao longo do caminho pode haver recaídas, mas a pessoa deve
sempre lembrar do benefício ao final);
- Procurar
ajuda psicológica e médica, quando necessário.
“A pessoa tem o benefício a partir do primeiro
momento em que ela para. Ela volta a ter o paladar integral, tem menos tosses,
tem uma qualidade de vida e um bom controle de saúde no futuro”, conclui.
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