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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Estudo analisou quase 70 mil crianças de áreas urbanas na China. Rodolfo Damiano, pesquisador e professor da USP, explica o fenômeno



Crescer pisando na grama. Esse hábito idílico dos tempos dos nossos avós talvez seja o segredo para a saúde mental das crianças. É o que revela estudo recente publicado na prestigiada revista inglesa BMC Psychiatry, pelos pesquisadores chineses Jian-Bo Wu e Yan Zhang, dentre outros, do Departamento de Psicologia Clínica do Hospital de Saúde Maternal e Infantil de Shenzhen Longhua.  Foram analisadas quase 70 mil crianças em idade pré-escolar – de 0 a 3 anos – moradoras do distrito urbano de Longhua, em Shenzhen, na China. Os cientistas identificaram uma ligação clara entre a frequência e a duração das atividades ao ar livre na primeira infância e a redução dos sintomas de ansiedade.

“O estudo traz dados alarmantes: crianças com exposição mínima a ambientes externos têm risco triplicado de desenvolver sintomas ansiosos em idade pré-escolar”, destaca o médico psiquiatra Rodolfo Damiano, professor da USP, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, autor de Você Pode Amar e Ser Feliz, dentre outros livros. 

Os dados mostram que o tempo fora de casa aumenta a estimulação sensorial, a atividade física e o vínculo emocional. Os resultados são contundentes: bebês de 0 a 1 ano que participam de atividades ao ar livre menos de uma vez por semana apresentam risco 2,55 vezes maior de desenvolver sintomas de ansiedade na idade pré-escolar, comparados àqueles que têm atividades externas pelo menos sete vezes por semana. O mesmo ocorre quando essas crianças ficam menos de 30 minutos por período ao ar livre, com risco 1,62 vezes maior. Na faixa etária de 1 a 3 anos, crianças com menos de uma atividade externa semanal têm risco 3,10 vezes maior de desenvolver sintomas de ansiedade e aquelas com sessões inferiores a 30 minutos apresentam risco 2,07 vezes maior.

 

Segundo a pesquisa, contato com a natureza aumenta a estimulação sensorial, a atividade física e o vínculo emocional dos pequenos. Crédito: Divulgação.

 Já é consenso que o contato com a natureza está intimamente ligado à saúde. Diversos estudos mostram que a exposição regular à natureza é associada a um aumento na atividade das células do nosso sistema imunológico. Esse contato reduz os níveis de cortisol, regula a frequência cardíaca e diminui a pressão arterial, além de oxigenar o cérebro e os pulmões. Mas esta é a primeira vez que um estudo mostra a relação direta da natureza com a saúde mental entre bebês e crianças em seus primeiros anos de vida. 

“Não existe saúde sem saúde mental. Como psiquiatra, observo com preocupação a mudança drástica no estilo de vida infantil atual. Crianças passam cada vez mais tempo em ambientes fechados, expostas a telas e com rotinas altamente estruturadas. O estudo chinês traz dados alarmantes: crianças com exposição mínima a ambientes externos têm risco triplicado de desenvolver sintomas ansiosos em idade pré-escolar”, destaca o médico psiquiatra Rodolfo Damiano, professor da USP e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. Crianças que crescem fechadas em apartamentos e condomínios têm mais probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade. 

No caso de adolescentes, o quadro psicopatológico é agravado pela imersão digital, com o uso de smartphones, computadores e acesso a plataformas online como Discord e outras redes sociais. “O trágico falecimento da adolescente após participar do ‘desafio do desodorante’ transcende um mero caso isolado de imprudência juvenil. O episódio revela vulnerabilidades neuropsiquiátricas específicas dessa faixa etária. O cérebro adolescente encontra-se em fase crítica de maturação, o que os torna particularmente vulneráveis a mecanismos de recompensa social imediata, capacidade reduzida de avaliação de riscos em contextos de alta carga emocional e, sobretudo, busca por aceitação e pertencimento social”, alerta o psiquiatra Rodolfo Damiano, que tem visto, em suas clínicas em São Paulo e no Rio de Janeiro, um crescimento de pacientes nessa faixa etária e com esse perfil. 

O estudo chinês, inédito pela abrangência da mostra e pela faixa etária, revela como a primeira infância é um período crítico, pois promove o desenvolvimento de circuitos neurais que governam a resposta ao estresse durante toda a fase da vida. Agora, pais e educadores, além das preocupações com a restrição de celulares e uso de telas, precisam incluir como dica de saúde mais brincadeiras ao ar livre aos pequenos. Afinal, natureza é saúde.

 

Clique aqui para ver o estudo: 

https://bmcpsychiatry.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12888-025-06831-2

 


Rodolfo Damiano (CRM-SP 190.747 | RQE 95.585) - O cuidado pelo outro com excelência. Essa é a missão do médico paulista Rodolfo Damiano, psiquiatra, palestrante, escritor, professor e pesquisador. Com 32 anos e 6 livros publicados, aliando ciência e humanidade, teoria e prática, diálogo franco e tecnologia, Rodolfo já é referência, no Brasil e no exterior, em pesquisas nas áreas de ansiedade, depressão, TDAH, Covid-19 e prevenção ao suicídio. Médico psiquiatra e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorando em Psiquiatria pela USP, em parceria com Yale University e Ohio State University (EUA). É professor do programa de pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da USP, onde também coordena o ambulatório de Depressão Resistente ao Tratamento, Autolesão e Suicidalidade. Editor associado do Brazilian Journal of Psychiatry. CEO da Soul Clinic, no Rio de Janeiro, centro de medicina integrativa, e cofundador da Imensamente, plataforma de cursos em psiquiatria e saúde mental. Autor de Você Pode Amar e Ser Feliz (DISRUPTalks, 2024) e Cansei de Viver, e Agora? (Manole, 2024), e editor de Compreendendo o Suicídio (Editora Manole, 2021), Spirituality, Religiousness and Health (Springer, 2020), dentre outros. Voluntário da ONG Fraternidade sem Fronteiras, tendo participado de missões em Manaus (AM) e Madagascar e Malaui, na África. O amor transformando vidas, histórias e trajetórias. E a felicidade, tema central de seus estudos, a vitamina do corpo e da alma.

 

Alta dos casos de diabetes compromete a visão de brasileiros

Brasil ocupa a sexta posição no mundo em diabetes que aumenta o risco de graves doenças nos olhos. 

 

O Brasil tem 16,6 milhões de diabéticos e ocupa a sexta posição mundial de portadores da doença segundo dados da IDF (International Diabetes Federation). O mais grave é que a condição é a quinta maior causa de morte no País e cresce geometricamente há 25 anos. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) estar acima do peso e o sedentarismo são os principais fatores de risco que impulsionam o diabetes, condição que está associada ao desenvolvimento graves doenças os olhos.

A boa notícia é que em maio começa a ser comercializado no Brasil o Mounjaro (tirzepatida) injeção subcutânea que controla o diabetes. Como o Ozempic (semaglutida) deve ser aplicada semanalmente para tratara condição. Queiroz Neto afirma que a diferença entre os dois medicamentos, além do princípio ativo, é a eficácia. Isso porque, explica. embora ambos sejam moléculas sintéticas que se ligam e ativam receptores das nossas células gástricas, uma única molécula do Mounjaro ativa dois receptores - o GIP e o GLP-1, enquanto o Ozempic  só ativa o GLP-1. O único problema é que o medicamento também causa maior desconforto gástrico.

 

Sintomas

O oftalmologista afirma que não é comum sentir alteração na visão no início do diabetes. Os sintomas mais comuns do diabetes são: sede excessiva, micção frequente, perda de peso e fadiga, mas não acontece com todos. Por isso, quem tem casos na família deve passar por check-up clínico periodicamente. Um simples hemograma pode evitar graves complicações na visão, alterações cardiovasculares, lesões nos nervos, perda de sensibilidade periférica, .

 

Retinopatia diabética

Queiroz Neto salienta que não basta um bom controle glicêmico para o diabético continuar enxergando.  Depende também de quanto tempo convive com a doença. Depois de cinco anos pode surgir edema na mácula, porção central da retina, formação de neovasos no fundo do olho ou depósitos de sorbitol, uma substância que favorece o extravasamento de liquido dos vasos e leva à perda da visão. O tratamento deve ser contínuo, inclui aplicação de laser, injeções antiangiogênicas e cirurgia em casos de hemorragia ou descolamento da retina.  


Catarata

O especialista esclarece que a repetida hidratação e desidratação do cristalino altera suas fibras, antecipando a formação da catarata, opacificação do cristalino que responde por 49% dos casos de cegueira tratável no Brasil. O único tratamento é a cirurgia em que o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular. “No caso de diabéticos quanto antes o procedimento é feito, melhor”, afirma. Isso porque, a catarata diminui a quantidade de luz azul que chega à retina e a produção de melatonina, hormônio que regula nosso estado de alerta e sono. Resultado – Diabéticos que convivem muito tempo com a catarata ficam estressados pelas noites mal dormidas, ganham peso e maior resistência à insulina.

 

Miopia

Queiroz Neto explica que quanto mais alta a glicemia, maior a viscosidade do sangue que provoca miopia. “A viscosidade do sangue geralmente aumenta depois das refeições quando o nível de glicose sobe”, salienta. Nas mulheres, observa, os estrogênios podem fazer a absorção de água pelo cristalino ser maior e isso leva ao aumento da miopia. Períodos prolongados de jejum fazem o cristalino desidratar e a miopia desaparece. Por isso, comenta, antes de prescrever óculos, o oftalmologista verifica se o índice glicêmico está controlado. A dica do médico para manter a estabilidade da refração e glicemia é se alimentar a cada 3 horas, dando preferência aos grãos integrais, verduras e frutas em pequena quantidade. 

 

Glaucoma

Queiroz Neto afirma que a retinopatia diabética pode ter como reação secundária o glaucoma. Neste caso é caracterizado pela formação de neovasos, menor irrigação sanguínea, inflamações oculares. A dificuldade de escoamento do humor aquoso causa aumento da pressão intraocular e morte de células do nervo óptico.

O especialista ressalta que o glaucoma renovascular tem evolução rápida e o campo visual perdido é irrecuperável. Por isso, é importante que toda pessoa diabética faça exames oftalmológicos anualmente. As alterações oculares que podem cegar geralmente aparecem após 10 anos, mas o tratamento contínuo pode manter a visão até o fim da vida, finaliza.


Saúde bucal influencia rendimento esportivo e pode evitar prejuízos aos atletas

Problemas odontológicos afetam desde a qualidade do sono até a capacidade de mastigação, impactando diretamente o desempenho físico em treinos e competições

 

Uma dor de dente no dia de uma competição decisiva, dificuldades na mastigação por falta de dentes ou até mesmo o mau hálito durante uma partida são situações que podem comprometer o desempenho de qualquer atleta. Apesar disso, a saúde bucal ainda é negligenciada por muitos esportistas, que tendem a focar apenas em treinos, alimentação e descanso, sem considerar o impacto direto da condição odontológica no rendimento físico.

A ausência de dentes, por exemplo, prejudica a mastigação e, consequentemente, a digestão, o que afeta a absorção de nutrientes e a energia disponível para o corpo. Já uma infecção periodontal pode provocar dores articulares e inflamações que interferem no funcionamento geral do organismo. Soma-se a isso o risco de uma crise odontológica em momentos cruciais de uma competição, o que pode representar prejuízos imediatos e até afastamento de treinos e jogos.


Protetores não são exclusivos de esportes de impacto

O uso de protetores bucais é muitas vezes associado apenas a esportes de contato, como lutas ou futebol americano. No entanto, segundo o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental e membro da IFED, esses dispositivos também têm função importante em atividades como musculação, onde o apertamento involuntário dos dentes durante o esforço pode causar desgaste ou dor. “Hoje já existem protetores para diferentes intensidades de atividade, desenvolvidos com materiais específicos para cada perfil de atleta”, afirma.

Esses dispositivos evitam danos causados por tensão muscular, reduzem o risco de fraturas e ainda contribuem para o controle do bruxismo durante os treinos. A indicação deve ser feita por um dentista, que avalia o tipo de esforço envolvido e recomenda o nível de proteção mais adequado.


Falta de prevenção compromete a longevidade do atleta

Outro ponto muitas vezes ignorado é o efeito da saúde bucal sobre o equilíbrio emocional e a imagem pública dos esportistas. Alterações estéticas, como perda de dentes ou retrações gengivais, podem impactar a autoestima e até gerar desconforto em entrevistas, eventos e interações sociais. “Não se trata apenas de evitar dor. O sorriso de um atleta também é parte da sua apresentação e influência”, explica Todescan.

Segundo ele, a odontologia esportiva deve fazer parte da estratégia de alta performance, com ações de prevenção e acompanhamento contínuo. Isso evita interrupções na rotina de treinos e garante que o atleta possa competir no seu melhor estado físico — inclusive com a boca em dia. 



José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry) e da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital), ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes. Para mais informações, acesse o LinkedIn.



Clínica Todescan
Para mais informações, acesse o site, LinkedIn e Instagram.


Abril Marrom: cuidados com a saúde ocular e a prevenção da cegueira

Campanha alerta sobre os cuidados com a visão, a necessidade de consultas regulares e a escolha de óculos e lentes adequados para cada necessidade


Abril Marrom é um mês dedicado à conscientização sobre a saúde visual e à prevenção de doenças que podem levar à cegueira. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 35 milhões de brasileiros – cerca de 16% da população - apresentam erros refrativos não corrigidos, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que no Brasil aproximadamente 1,2 milhão de pessoas vivem com cegueira, e 80% desses casos poderiam ser prevenidos com diagnóstico precoce e tratamento adequado.

A visita periódica ao oftalmologista é muito importante para detectar previamente doenças como glaucoma, catarata e retinopatia diabética, principais causas de cegueira evitável. “Além disso, problemas refrativos, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, exigem correção com lentes específicas para garantir conforto e nitidez no dia a dia”, explica Milson Cunha, diretor franqueado, consultor, treinador e palestrante com foco em lentes das Óticas Diniz, uma das maiores redes de óticas 100% brasileiras.

 

Cuidados com a visão

Além das consultas regulares, recomenda-se alguns hábitos que ajudam a preservar a saúde ocular: 

  • Proteger os olhos do sol: óculos escuros com proteção UV evitam danos causados pela radiação solar;
  • Controlar o tempo de tela: pausas regulares e filtros de luz azul reduzem a fadiga visual;
  • Manter uma alimentação balanceada: nutrientes como vitamina A, ômega-3 e zinco contribuem para a saúde dos olhos;
  • Evitar coçar os olhos: o hábito pode causar irritações e até lesões na córnea.

 

A escolha certa de óculos e lentes 

Usar lentes inadequadas ou com grau desatualizado pode causar dores de cabeça, cansaço visual e até agravar problemas oculares. Por isso, é fundamental seguir a prescrição do especialista e optar por produtos de qualidade. 

Entre as opções disponíveis, Milson destaca: 

  • Lentes monofocais: corrigem miopia, hipermetropia ou astigmatismo;
  • Lentes multifocais ou progressivas: indicadas para quem tem presbiopia (vista cansada) e precisa de correção para perto e longe;
  • Lentes polarizadas: reduzem reflexos e melhoram a visão em ambientes com muita luz;
  • Lentes antirreflexo: aumentam a transparência e diminuem o brilho, ideais para dirigir à noite ou trabalhar em frente a telas;
  • Lentes com filtro de luz azul: protegem os olhos da emissão de dispositivos eletrônicos.

Para garantir o melhor ajuste e conforto, é importante contar com uma ótica de confiança. Com mais de mil unidades espalhadas pelo país, as Óticas Diniz oferecem atendimento personalizado em lojas amplamente equipadas, com uma diversidade de modelos que atendem a diferentes estilos e necessidades.

Desde armações clássicas e sofisticadas até opções modernas e despojadas, a rede possui um portfólio completo para todos os perfis. Além disso, suas lojas contam com profissionais habilitados para auxiliar na escolha do produto ideal e garantir que cada cliente encontre óculos com o grau correto, o melhor tipo de lente e o ajuste perfeito para o rosto. 

"Investir em lentes de qualidade faz diferença no conforto e na proteção da visão. Além disso, armações bem ajustadas evitam desconforto e garantem que a correção visual seja eficiente", acrescenta Milson.

A campanha Abril Marrom destaca que enxergar bem é uma questão de saúde. Consultas periódicas, hábitos saudáveis e o uso de produtos adequados são passos básicos para preservar a visão por toda a vida. E, para quem busca qualidade e segurança, as Óticas Diniz são uma opção confiável, ao reunir tecnologia, estilo e saúde ocular em um só lugar.

 

Óticas Diniz


Especialista explica os riscos do uso de "canetas para emagrecer" sem acompanhamento médico

Anvisa passará a obrigar a retenção de receitas médicas para medicamentos como Ozempic e Mounjaro


Nos últimos anos, as chamadas “canetas para emagrecer” se tornaram febre entre quem busca uma perda de peso rápida. Celebridades e influenciadores passaram a exibir os efeitos dessas medicações, como a semaglutida e a tirzepatida, provocando uma corrida às farmácias, muitas vezes sem orientação médica. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCB), a obesidade atingiu a marca de 9 milhões de pessoas no país, em 2024.

A endocrinologista Milene Guirado explica que as canetas são dispositivos usados para aplicar, de forma subcutânea, medicamentos que imitam alguns hormônios naturalmente produzidos pelo corpo. Essas substâncias atuam diminuindo o apetite, aumentando a saciedade e modulando centros cerebrais ligados à fome e ao prazer de comer.

“A semaglutida e a tirzepatida, por exemplo, são análogos do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1). Além de ajudarem no controle da glicose, o que as torna úteis também no tratamento do diabetes tipo 2, elas promovem a lentificação do esvaziamento gástrico e agem diretamente no hipotálamo, reduzindo o apetite. A tirzepatida atua ainda em outro hormônio, o GIP, o que potencializa a perda de peso com menos efeitos colaterais”, informa.

A especialista alerta que, apesar de serem eficazes, as canetas precisam ser vistas como parte de um tratamento, e não como a solução completa. “Elas melhoram o metabolismo da glicose, diminuem a fome, aumentam a saciedade e reduzem o desejo por alimentos altamente palatáveis, como doces e frituras. Contudo, o uso isolado dessas medicações pode levar a perda de massa magra, fraqueza, desidratação e deficiência de vitaminas e minerais, como vitamina B12, ferro e cálcio, por exemplo, o que pode evoluir para quadros de Osteoporose e até mesmo simular o diagnóstico de doença de Alzheimer.


Os perigos do uso sem orientação médica

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seguiu o posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e anunciou no dia 16 de abril, uma diretriz obrigando as farmácias a reterem receitas de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares, que são usados para o emagrecimento. A decisão passará a ter valor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União (DOU).

A endrocrinologista explica que o uso dos medicamentos sem prescrição ou acompanhamento médico podem causar náuseas intensas, vômitos, desidratação e até mesmo pancreatite aguda. A médica também orienta que pessoas com histórico de doenças específicas, como Carcinoma Medular da Tireoide, não devem fazer uso desses medicamentos.

“Mesmo quando o paciente apresenta sobrepeso leve ou IMC dentro da faixa normal, mas possui acúmulo de gordura visceral, a mais perigosa, o uso pode ser indicado. Mas cada caso precisa ser cuidadosamente avaliado por um profissional”, disse.

A especialista ainda alerta que em um mundo onde a estética pesa tanto quanto (ou mais do que) a saúde, o apelo de uma “injeção mágica” é grande.

“As pessoas querem ser emagrecidas, e não aprender a emagrecer”. Sem mudança de estilo de vida, a medicação pode levar ao conhecido “efeito sanfona”: emagrece rápido, mas recupera o peso logo depois. Além disso, o emagrecimento rápido pode ser um gatilho emocional. Transtornos alimentares, depressão e ansiedade são riscos reais quando não há suporte psicológico durante o processo”, afirmou.

Medicação não substitui alimentação e exercício

Mesmo durante o uso das canetas, a alimentação e a atividade física são indispensáveis. “É preciso musculação para evitar a perda de massa magra e um plano alimentar que reponha nutrientes, já que o apetite fica reduzido”, destaca a médica. A longo prazo, só com o equilíbrio entre alimentação, exercício, sono e controle emocional é possível manter os resultados.


Outras opções de tratamento

As canetas não são a única saída. Existem medicamentos como Contrave, Topiramato e Lisdexanfetamina, que também podem auxiliar na perda de peso, embora tenham mais contraindicações e efeitos colaterais, além de terem indicações mais específicas. “Muitas vezes, precisamos associar medicações para potencializar os efeitos, mas tudo deve ser feito com acompanhamento médico”, orienta.

Milene Guirado ainda explicou que a obesidade é uma doença crônica, multifatorial e altamente recidivante. E, como qualquer outra, deve ser tratada com seriedade. “Você retiraria o remédio de um hipertenso só porque ele já melhorou? Não. O mesmo vale para quem sofre com a obesidade. Em alguns casos, o uso contínuo da medicação será necessário, especialmente se não houver mudanças de hábitos”, conclui.

 

LD Comunicação

 

Hipertensão arterial: é indispensável acompanhamento médico

É importante identificar os fatores envolvidos, e quando possível, modificá-los


A hipertensão arterial, ou pressão alta, como é mais conhecida, pode levar a sérias complicações de saúde se não for manejada de forma cuidadosa. O controle inadequado aumenta o risco de problemas como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), problemas renais e demência. 

A médica endocrinologista Dra. Daniele Zaninelli, que integra a Câmara Técnica de Endocrinologia do CRM-PR, explica que na maioria dos casos a causa da hipertensão é desconhecida, chamada de hipertensão essencial ou primária. No entanto, a especialista complementa que a genética pode influenciar no aparecimento, assim como a ingestão excessiva de sal, falta de exercícios, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. 

Já nos casos em que a pressão aumenta por algum problema de saúde associado, é chamada de hipertensão secundária, “a qual pode ser causada por condições como doença renal e apneia obstrutiva do sono, bem como por distúrbios endócrinos. Além disso, diversos medicamentos podem levar ao aumento dos níveis pressóricos”, elucida a Dra. Daniele. Segundo ela, a identificação e tratamento adequados de uma possível causa subjacente pode levar à reversão do quadro. 

Dentre as alterações endócrinas que podem levar à hipertensão arterial estão o hiperaldosteronismo (síndrome de Conn), o feocromocitoma, a síndrome de Cushing e problemas de tireoide. 

As doenças endócrinas causadoras de hipertensão secundária são raras. Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade, que atingem a maior parte da população, levam a um importante aumento no risco de desenvolver hipertensão. 

A Dra. Daniele alerta que ao perceber aumento dos níveis de pressão arterial é importante buscar atendimento médico precoce para identificar os fatores envolvidos, e, quando possível, modificá-los.

“Pessoas com sobrepeso ou obesidade podem observar reduções significativas na pressão arterial, mesmo com uma perda de peso modesta”, completa a médica que é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

A especialista adverte que os cuidados de saúde devem levar em conta os hábitos, histórico pessoal e familiar de doenças e uso de medicamentos, buscando tratamento individualizado para se obter os melhores resultados.

 

Insônia na menopausa? Veja dicas eficazes para melhorar seu sono nessa fase

Especialista em menopausa Dra Giovanna Agostini conta como aliviar esse incômodo com hábitos saudáveis que promovem o bem-estar e a qualidade do sono.


A menopausa é um período de transição na vida da mulher, marcado por mudanças hormonais significativas. A queda nos níveis de estrogênio e progesterona pode impactar diretamente o ciclo do sono, causando insônia, despertares noturnos e dificuldade em atingir um repouso profundo. Segundo a Associação Brasileira do Sono, cerca de 60% das mulheres na menopausa sofrem com alterações na hora do descanso. No entanto, adotar alguns hábitos em sua rotina podem ajudar a minimizar esse incômodo e melhorar a qualidade do repouso.

A alimentação tem um papel crucial nesse processo. Alimentos ricos em triptofano, como banana, aveia, leite e nozes, auxiliam na produção de serotonina, um neurotransmissor essencial para a regulação do descanso noturno. "Evitar cafeína e alimentos ultraprocessados no final do dia também é essencial, pois podem dificultar o relaxamento do organismo", explica a nutricionista e chef de alimentação saudável, Dra. Giovanna Agostini, especialista em climatério e menopausa. 

A suplementação também pode ser uma aliada importante. "O magnésio e a melatonina são substâncias fundamentais para um descanso de qualidade. O magnésio ajuda a relaxar os músculos e reduzir a ansiedade, enquanto a melatonina regula o ciclo circadiano e favorece um repouso profundo", afirma a especialista.

Estabelecer uma rotina noturna também é essencial para preparar o corpo para o descanso. Criar um ambiente propício para dormir, com pouca luminosidade, temperatura agradável e redução do uso de telas antes de deitar, pode fazer toda a diferença. "A luz azul dos eletrônicos inibe a produção de melatonina, o hormônio responsável pelo ciclo do sono. Portanto, evitar telas pelo menos uma hora antes de dormir é uma medida eficaz", alerta a Dra. Giovanna. 

Outras alternativas que auxiliam no relaxamento incluem o consumo de chás calmantes após o jantar, como camomila, lavanda, melissa, valeriana e folha de maracujá. Além disso, utilizar óleo essencial de lavanda no quarto ou no travesseiro pode ajudar a induzir um descanso mais tranquilo e profundo.

A adoção da meditação e respiração profunda antes de dormir, ajudam muito a acalmar a mente e reduzir a ansiedade noturna. Além disso, manter um horário regular para ir deitar e acordar pode ajudar a reprogramar o ritmo biológico e melhorar a qualidade do repouso a longo prazo.

Se mesmo com essas mudanças a insônia persistir, é importante buscar orientação profissional. "Cada organismo reage de uma forma às mudanças da menopausa, e um acompanhamento especializado pode ajudar a encontrar soluções personalizadas para melhorar o descanso e o bem-estar", finaliza a Dra. Giovanna.


Casos de dengue acendem alerta para prevenção e diagnóstico rápido

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Professora de Enfermagem destaca importância do atendimento precoce, ensina a identificar sinais de alerta da doença e explica diferenças entre as arboviroses 

 

Com o aumento significativo dos casos de dengue, profissionais da saúde reforçam a importância da prevenção, do reconhecimento precoce dos sintomas e da busca por atendimento médico para evitar agravamentos. A professora Pollyana Júnia Felicidade, do curso de Enfermagem da Una Uberlândia, alerta para os impactos das mudanças climáticas na proliferação do mosquito transmissor e os riscos das formas graves da doença.  

“As chuvas irregulares e o calor favorecem o desenvolvimento do Aedes aegypti, já que o calor acelera o ciclo de vida do mosquito e a água parada funciona como criadouro ideal”, explica Pollyana. Segundo ela, o período entre a postura dos ovos e a eclosão das larvas é reduzido nessas condições, o que aumenta rapidamente o número de mosquitos em circulação.  

A professora destaca que os sintomas da dengue incluem febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e nas articulações, dores atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, fadiga, náuseas e vômitos. “Esses sinais aparecem entre 3 e 14 dias após a picada e devem ser levados a sério, principalmente em gestantes, crianças pequenas e idosos, que fazem parte dos grupos de risco”, alerta.  

Entre os sinais de alerta para a dengue hemorrágica estão a queda abrupta da pressão arterial, sangramentos, vômitos frequentes, pouca urina e redução das plaquetas. Pollyana ressalta que, “nesses casos, o atendimento médico imediato é essencial para evitar complicações graves”.  

Muitas vezes, a dengue pode ser confundida com outras doenças, como a gripe, a Covid-19, a zika ou a chikungunya. Segundo a professora, “a dengue se diferencia por sintomas como dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. A chikungunya causa dores articulares intensas, enquanto a zika costuma provocar febre baixa, coceira e muitas manchas. Já a Covid-19 geralmente vem acompanhada de sintomas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar”. Por isso, é fundamental realizar exames para confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento adequado.  

O diagnóstico da dengue é feito por exame clínico e testes laboratoriais, incluindo testes rápidos para detecção do vírus. “Embora não exista um tratamento específico, é possível controlar os sintomas com hidratação adequada, repouso e acompanhamento médico para evitar agravamentos”, afirma a enfermeira.  

A prevenção continua sendo a principal arma contra a doença. Além de eliminar focos de água parada e redobrar a atenção com sintomas persistentes, o uso de mosquiteiros e repelentes são eficazes, desde que usados corretamente. “Deve-se utilizar aqueles recomendados pela Anvisa, os quais possuem substâncias adequadas e são seguros para a população. Em casos de utilização de mosquiteiros, é permitido inclusive a aplicação de repelentes em spray sobre ele para aumentar sua eficácia”, recomenda a professora.  

Por fim, Pollyana lembra que uma mesma pessoa pode contrair dengue mais de uma vez, já que existem diferentes sorotipos do vírus. “As reinfecções aumentam o risco de formas graves, por isso é importante estar atento mesmo que a pessoa já tenha tido a doença anteriormente”, conclui.  

Dica: em caso de sintomas, evite a automedicação e procure a unidade de saúde mais próxima. A informação e a prevenção continuam sendo as melhores formas de proteção contra a dengue. 

 

Una    


Mais de 66% das mulheres na alta gestão já apresentam Burnout completo, revela estudo da Telavita

Análise inédita foi realizada com profissionais de diferentes níveis hierárquicos e setores; mulheres gestoras e jovens profissionais estão entre os mais afetados


Em 2024, o número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais no Brasil atingiu um recorde histórico: foram 472.328 licenças médicas concedidas, um aumento de 68% em relação ao ano anterior. Especificamente no caso da Síndrome de Burnout, os afastamentos cresceram de 421 casos, em 2023, para 4.883 em 2024, segundo dados do Ministério da Previdência Social.

A Síndrome de Burnout é caracterizada por um estado de esgotamento físico e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Ela não se resume a um cansaço pontual, mas a um desgaste contínuo que pode ter graves consequências para a saúde emocional e física dos profissionais. São três as dimensões principais da síndrome: o esgotamento emocional, o distanciamento afetivo e a sensação de baixa realização profissional.

Em uma análise inédita da Telavita — empresa pioneira em soluções digitais de psicologia e psiquiatria no Brasil — com 4.440 profissionais, foi identificado que mulheres em cargos de alta gestão são o grupo mais afetado: 66,67% delas já apresentam Burnout completo.

“A sobrecarga enfrentada pelas mulheres em posições de liderança é resultado de múltiplas pressões — tanto pela performance quanto pela necessidade de provar sua competência em ambientes muitas vezes hostis. Esse acúmulo emocional tem levado muitas à exaustão completa”, explica Aline Silva, psicóloga e Diretora Clínica da Telavita.


Alta gestão sob pressão extrema

Profissionais da alta gestão enfrentam níveis críticos de estresse: 35,2% estão em risco elevado de desenvolver Burnout, enquanto 41,7% já demonstram sintomas claros de esgotamento. Apenas 23,1% se consideram saudáveis. Entre as mulheres executivas, a situação é mais alarmante: dois terços (66,67%) já apresentam Burnout completo. Por faixa etária, executivos entre 46 e 55 anos são os mais afetados (66,6% com Burnout completo).


Gestores e coordenadores: o peso da liderança intermediária

Entre gerentes e coordenadores, 40,8% apresentam risco alto de Burnout e apenas 21% se consideram saudáveis. As mulheres nessa faixa de liderança também enfrentam maior vulnerabilidade: 44,9% delas estão em Burnout completo. Entre os homens, chama atenção o dado de que 26,08% apresentam distanciamento emocional — um possível sinal de defesa psíquica antes da exaustão total.

Na divisão por idade, os profissionais entre 26 e 35 anos nessa categoria são os mais afetados: 61,1% já apresentam Burnout completo.


Profissionais operacionais: esgotamento silencioso

Entre analistas, assistentes e técnicos, 28,5% apresentam risco elevado e 45,6% relatam sintomas de esgotamento. Mais da metade das mulheres (52,73%) já estão em Burnout completo, número próximo ao dos homens (49,75%).

A faixa etária mais afetada no nível operacional é a de 36 a 55 anos, com índices de Burnout acima de 53%. Jovens de 18 a 25 anos também preocupam: mais da metade (51,94%) já iniciam suas carreiras em estado de esgotamento, o que pode comprometer sua permanência e desenvolvimento no mercado de trabalho.


Setor de TI lidera ranking de risco

A área de Tecnologia da Informação (TI) concentra o maior índice de risco entre os setores avaliados: 42,5% dos profissionais têm Burnout completo e 38,1% relatam esgotamento. Outras áreas com níveis críticos incluem: Administração e Finanças (38,1% em risco alto e 40,7% com sintomas), Marketing e Vendas (37,9% em risco alto e 39,8% em esgotamento), Operação e Produção (34,6% em risco alto e 43,2% com sintomas), e Serviços Gerais e Atendimento ao Cliente (31,4% em risco alto e 44,2% em esgotamento, destacando os desafios também nas posições de linha de frente).

“Estamos diante de um problema ocupacional grave que precisa ser tratado com seriedade pelas organizações. O Burnout não é apenas um diagnóstico clínico, é um alerta de que algo está estruturalmente errado na forma como estamos trabalhando. Prevenção, acolhimento e mudanças na cultura corporativa são urgentes”, conclui Aline.

 

Telavita


Ultrassom é fundamental para o diagnóstico de pré-eclâmpsia e prevenção de complicações na gravidez, explica especialista

Especialista em diagnóstico por imagem, Marianna Brock 
Divulgação

A condição contribui para 10% a 15% das mortes maternas diretas globalmente


A pré-eclâmpsia, que é o aumento da pressão arterial durante a gestação, é uma condição de saúde grave e contribui para 10% a 15% das mortes maternas diretas globalmente. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), estima-se que anualmente a doença seja responsável por 80 mil mortes maternas e 500 mil óbitos fetais.

A Dra Marianna Brock, especialista em diagnóstico por imagem, destaca que o exame de ultrassom é uma ferramenta essencial tanto para o rastreamento da pré-eclâmpsia, possibilitando um acompanhamento mais seguro da gestação.

“A pré-eclâmpsia é um problema de saúde muito grave, que comina até no óbito do paciente. É um aumento da pressão arterial da mãe, que acontece durante a gestação e, em alguns casos, após o parto. É importante estarmos atentos aos sinais que antecedem a pré-eclâmpsia e a eclampsia, que é um quadro grave que tem convulsão e até o óbito materno”, orienta a especialista.


A médica explica que algumas condições tornam as gestantes mais suscetíveis a complicações como a pré-eclâmpsia, incluindo gestações gemelares, mulheres acima de 35 anos, e casos de fertilização in vitro. Contudo, essas condições não significam que a pré-eclâmpsia ocorrerá de forma inevitável.

"No ultrassom do primeiro trimestre, analisamos a artéria uterina, que é responsável por irrigar o útero e promover a troca de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o feto por meio da placenta. Quando a mulher não está grávida, o útero é pequeno e a demanda por nutrição é reduzida, de modo que um vaso sanguíneo de menor porte consegue suprir essa necessidade. No entanto, durante a gravidez, o bebê, embora pequeno, requer um aumento no fluxo sanguíneo para se desenvolver de forma saudável. À medida que a placenta se fixa no útero, ela altera a estrutura da artéria uterina, destruindo uma camada elástica que melhora o fluxo sanguíneo para o feto. Em casos de pré-eclâmpsia, essa destruição não ocorre corretamente, comprometendo a circulação. Esse processo pode ser monitorado e rastreado por meio do ultrassom".

Marianna Brock, membro da Comissão Nacional de Medicina Fetal da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), também destaca as graves complicações que a pré-eclâmpsia pode causar, como convulsões, hemorragia cerebrovascular, falência múltipla dos órgãos e, em casos extremos, a morte materna e fetal, caso não haja um acompanhamento médico adequado.

“No caso da cantora Lexa, que infelizmente perdeu o bebê devido a complicações da pré-eclâmpsia, a situação clínica dela estava muito grave, o que colocava sua vida em risco. Diante disso, a equipe médica decidiu realizar a retirada prematura do bebê. A pré-eclâmpsia compromete o funcionamento da placenta, o que prejudica o transporte adequado de nutrientes e oxigênio para o feto. Como resultado, o bebê recebe uma alimentação insuficiente e uma oxigenação deficiente, o que leva à restrição de crescimento. Por exemplo, um feto de 30 semanas pode apresentar características de um feto de apenas 25 semanas no ultrassom. Esse atraso no desenvolvimento é preocupante, pois a prematuridade pode acarretar sérias sequelas neurológicas e afetar o futuro da criança, devido às alterações que a pré-eclâmpsia pode causar.

A especialista reforça que o histórico clínico da paciente e a realização de um pré-natal adequado são fundamentais para o rastreamento da pré-eclâmpsia, além de auxiliarem na decisão sobre a necessidade de medicação no tratamento.

“A cada consulta de pré-natal, realiza-se o monitoramento da pressão arterial e a coleta de exames de sangue específicos para detectar sinais de pré-eclâmpsia. Quando a pressão arterial começa a aumentar, a medicação é ajustada conforme a necessidade de cada paciente”, conclui.

 

Assessoria de imprensa LD Comunicação


Automedicação traz riscos à saúde, alerta o Seconci-SP

Entidade faz recomendações para o uso racional de medicamentos

 

Automedicar-se sem seguir a orientação de um profissional de saúde pode trazer um grande risco ao paciente. O alerta é de Sofia Bassi, farmacêutica da Unidade Central do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Nacional sobre o Uso Racional de Medicamentos (5 de maio).

Na definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso racional de medicamentos é responsável por garantir condições de tratamento dos pacientes, no período correto e por menor custo. Possibilita resultados terapêuticos mais eficazes e redução de danos à saúde dos pacientes.

“O problema é que o uso irracional de medicamentos pode provocar reações adversas, criar resistência a antibióticos e agravar doenças em vez de curá-las. Daí a importância de o paciente seguir exclusivamente as prescrições feitas por profissional de saúde adequado, nas doses e horários corretos”, afirma Sofia.

A farmacêutica observa ser comum que, para evitar horas de espera em um posto de saúde, muitas pessoas acabem tomando um remédio só porque um amigo ou parente o utilizou por ter sentido os mesmos sintomas. “Cada caso é específico, o amigo com os mesmos sintomas passa uma orientação que não serve para você. Em caso de dúvida, procure sempre um médico ou um farmacêutico”.

De acordo com a OMS, 50% de todos os remédios comercializados no mundo são dispensados ou vendidos de forma inadequada, e um terço da população tem carência no acesso aos remédios.

“Para conscientizar sobre o uso racional de medicamentos, é preciso investir em educação e saúde, na capacitação de profissionais para orientar corretamente os pacientes e em uma fiscalização mais rigorosa sobre a venda de medicamentos. Campanhas públicas com auxílio de profissionais de saúde são importantes fonte de informação para a população”, diz Sofia.

 

5 formas de ajudar crianças autistas a reconhecer e expressar emoções

Crédito: Divulgação/BRW
O kit traz mais de 30 cartas ilustradas que facilitam o reconhecimento das emoções


Uma das maiores barreiras enfrentadas por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é física nem visível: é emocional. A dificuldade em identificar e nomear sentimentos — tanto os próprios quanto os de outras pessoas — é uma característica comum e pode impactar a socialização, caso não seja abordada com o cuidado necessário.

Pesquisas indicam que o cérebro de crianças com TEA processa as emoções de maneira distinta. Um estudo da Universidade de Cambridge, publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders, mostrou que crianças autistas apresentam menor ativação da amígdala — região cerebral associada à leitura emocional — ao observarem expressões faciais de medo ou tristeza.

Outro levantamento, conduzido pela organização Autism Speaks, revelou que mais de 80% das crianças autistas têm dificuldade em compreender sinais sociais e emocionais. Esse aspecto compromete a capacidade de formar laços de amizade, participar de atividades em grupo ou até mesmo expressar desconfortos e desejos de forma clara.

“Não é que essas crianças não tenham emoções — elas têm, e muitas vezes de forma intensa. A dificuldade está em nomear o que estão sentindo, entender o que acontece dentro de si e reconhecer as emoções dos outros”, explica Alessandra Santos, pedagoga especialista em Educação, Diversidade e Inclusão e diretora do Centro de Educação e Inclusão Social Betânia (CEISB), que assiste cerca de 300 crianças. 


Isolamento não é solução — inclusão é essencial

Apesar dessas dificuldades, ainda é comum que familiares ou instituições optem por manter a criança autista mais isolada, como forma de protegê-la. Especialistas, no entanto, alertam que essa estratégia pode comprometer o desenvolvimento e dificultar a socialização das crianças.

Segundo o Ministério da Saúde, a inclusão escolar e social de crianças com TEA é essencial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e comunicacional. O convívio com outras crianças enriquece as vivências e oferece oportunidades concretas para o aprendizado socioemocional. “Socialização não é um bônus, é uma necessidade. Mas, para que ela aconteça de forma positiva, é fundamental preparar a criança para esse contato — e isso começa por ajudá-la a reconhecer e expressar suas próprias emoções”, destaca Alessandra.


Como ajudar crianças autistas a reconhecer e nomear emoções

O processo de alfabetização emocional é essencial para o bem-estar e a autonomia de qualquer criança — e, no caso do autismo, exige ainda mais intencionalidade. Veja algumas estratégias práticas recomendadas por especialistas:


  1. Use recursos visuais

Cartazes com expressões faciais, livros ilustrados e rodas das emoções ajudam as crianças a associar sentimentos a rostos e palavras. Uma sugestão para pais e educadores é o  Nomeando as Emoções, da BRW — um conjunto de cartas magnéticas que podem ser fixadas em geladeiras, quadros brancos imantados e outras superfícies metálicas, tornando o processo de aprendizado mais interativo e visual. O kit traz mais de 30 cartas ilustradas que facilitam o reconhecimento das emoções por meio de figuras, cores e nomes. 


  1. Brinque de caretas no espelho

Brincar com a criança de reproduzir emoções em frente ao espelho, como “alegria”, “medo” ou “raiva”, estimula o reconhecimento e a expressão facial dos sentimentos.


  1. Crie histórias sociais

Histórias simples, que retratam situações do cotidiano e mostram como os personagens se sentem, ajudam na compreensão de sentimentos e contextos emocionais. As histórias podem ser criadas em papel ou com o auxílio de aplicativos.


  1. Valide e nomeie os sentimentos da criança

Em momentos de frustração ou alegria, diga frases como “vejo que você está bravo agora” ou “parece que você ficou feliz com isso”. Isso ajuda a criança a fazer conexões entre o que sente e o nome desse sentimento.


  1. Ofereça um ambiente seguro e previsível

Uma rotina bem estruturada, aliada à previsibilidade e ao apoio emocional dos adultos, proporciona um ambiente acolhedor e favorece a expressão das emoções.


O papel da família, da escola e da sociedade

O desenvolvimento pleno de crianças autistas requer um compromisso coletivo com a inclusão. A escola precisa estar preparada; os professores, capacitados; e os colegas, bem orientados. Ao mesmo tempo, à família cabe acolher, incentivar a autonomia e valorizar cada pequena conquista emocional da criança.

“É possível ensinar empatia — e também aprender a sentir com mais consciência. Isso vale para todos, com ou sem diagnóstico”, afirma Alessandra. “Crianças autistas têm o direito de viver plenamente em sociedade. Não precisam ser moldadas para se encaixar, mas compreendidas, acolhidas e estimuladas com respeito. E tudo começa ao ajudá-las a entender o que sentem", finaliza. 




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