Pesquisar no Blog

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Campanha Junho Vermelho da Faculdade reforça importância da doação de sangue na Santa Casa de SP

 


 

Em meio ao alerta sobre a queda nos estoques de sangue no Estado de São Paulo, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) aderiu à campanha nacional 'Junho Vermelho', com o objetivo de incentivar a doação voluntária entre colaboradores, alunos e a comunidade em geral.   

De acordo com dados da American Heart Association e do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue regularmente, o que corresponde a cerca de 3,6 milhões de bolsas coletadas por ano. Somente no Estado de São Paulo, em 2022, foram realizadas mais de 730 mil doações. Apesar destes dados, a média atual dos hemocentros paulistas está em apenas 50% da capacidade ideal, gerando preocupação entre as equipes de saúde.  

Para manter o abastecimento necessário, cada hemocentro precisa receber, em média, 250 doadores por dia. Com a chegada do inverno, período em que historicamente as doações diminuem, o desafio se torna ainda maior. 

  

Por que doar sangue?  

A doação é um procedimento seguro, rápido e pode salvar até quatro vidas com uma única bolsa de sangue. Pacientes em tratamento de câncer, vítimas de acidentes, pessoas em cirurgias e atendimentos de emergência são alguns dos que dependem diretamente das doações diárias. 

  

Onde doar?  

O Hemocentro da Santa Casa de São Paulo é uma das unidades de coleta e funciona de segunda a sábado, na Rua Marquês de Itu, 579 – Vila Buarque (SP). 

  

Quem pode doar?  

Para doar, é necessário: 

 - Estar em boas condições de saúde e sem sintomas gripais 

- Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam de autorização do responsável) 

- Pesar mais de 50 kg 

- Estar alimentado e descansado no dia da doação 

- Apresentar um documento oficial com foto 

 

Reconhecimento e incentivo aos doadores  

Como forma de valorizar o gesto solidário, a Faculdade disponibilizou aos participantes materiais exclusivos, como um certificado simbólico de doador de sangue e um cartão fidelidade, que pode ser utilizado a cada nova doação. Ambos os materiais estão disponíveis para download. 

Além disso, a Instituição convidou os doadores a registrarem suas experiências enviando fotos ou depoimentos. Com a iniciativa, a Faculdade reforça seu compromisso social e chama a atenção para a importância da doação de sangue como um ato de responsabilidade coletiva. 

 

Quando o Corpo Envelhece Antes de Você: Por Que o Cansaço Não Passa (E o Que Fazer Para Mudar Isso)


Você olha no espelho e não se sente tão velho assim. Mas o cansaço que não passa, a dificuldade de foco, a barriga que não desincha, o desânimo… parecem te contar outra história. E talvez contem mesmo.

 

A ciência está descobrindo, e os médicos mais atualizados já estão investigando: o corpo não envelhece por igual. 

Enquanto sua certidão de nascimento diz uma coisa, seu coração, fígado, cérebro e até sua imunidade podem estar marcando idades muito diferentes. 

Você pode ter 40…com um coração de 60, um fígado de 45 e um cérebro de 50. 

É como se você carregasse vários relógios biológicos dentro, e alguns estivessem mais acelerados que outros. Essa diferença entre os órgãos é chamada de organ age gap, e estudos recentes mostram que ela é um dos fatores mais decisivos para o risco de doenças, perda de qualidade de vida e até mortalidade precoce. 

“A pessoa pode estar com os exames dentro da normalidade, mas por trás desses resultados, existe um envelhecimento silencioso que já começou e pode ser revertido se for identificado a tempo.” — Dr. Dárcio Pinheiro, médico, com pós-graduação em ciências da obesidade e sarcopenia e hormonologia.

 

Por que isso acontece?

Porque os órgãos respondem de formas diferentes ao seu estilo de vida. O que você come, como você dorme, o quanto se estressa, se movimenta, o tipo de remédio que toma… tudo isso afeta cada sistema de um jeito. 

O coração, por exemplo, envelhece mais rápido quando há estresse crônico, excesso de sódio e sedentarismo. 

O fígado sente o impacto de dietas industrializadas, álcool frequente e excesso de gordura. 

O cérebro é extremamente sensível à privação de sono, à luz artificial à noite e à falta de nutrientes específicos. 

os rins, silenciosos, podem se desgastar com pouca hidratação e uso contínuo de anti-inflamatórios. 

E o intestino, que impacta diretamente a pele, o humor e a imunidade, sofre em dietas pobres em fibras e ricas em alimentos ultraprocessados.

 

E como saber qual órgão está pedindo socorro?

Na prática, o corpo dá sinais. Mas nem sempre eles são óbvios. Se você sente muito cansaço mesmo dormindo bem, pressão instável, gordura no fígado sem estar acima do peso, falta de clareza mental, digestão pesada ou infecções recorrentes, esses podem ser os sinais de que algum dos seus relógios internos está correndo mais rápido do que deveria.

 

Como atrasar o relógio biológico de dentro pra fora?

A boa notícia é que o envelhecimento interno é altamente responsivo ao estilo de vida. 

Ou seja, pequenos ajustes feitos com consistência conseguem reverter anos de desgaste invisível. O segredo está em entender o que cada órgão precisa para se manter jovem: 

  • Para o coração: alimentos ricos em nitratos naturais (como beterraba), azeite de verdade, sardinha, caminhadas frequentes e controle do estresse. 
  • Para o fígado: crucíferas como brócolis, couve e rabanete, mais ovos, menos álcool e menos açúcar refinado. 
  • Para o cérebro: sono profundo, exposição ao sol pela manhã, cacau 70% e atividades que desafiem o pensamento. 
  • Para os rins: boa hidratação real (não só “tomar água de vez em quando”), minerais como potássio e magnésio, e evitar excessos de proteína e sal. 
  • Para o intestino: fibras solúveis (aveia, chia, psyllium), alimentos fermentados naturais e redução drástica dos ultraprocessados. 

Você não precisa esperar adoecer para começar a se cuidar. Dá pra prevenir, dá pra reverter. E dá pra viver com mais energia, foco e disposição quando o corpo inteiro está no tempo certo.

 

O envelhecimento pode ser natural. Mas não precisa ser precoce

O Dr. Dárcio Pinheiro conclui: “Envelhecer por dentro sem perceber é como andar com o freio de mão puxado: você continua vivendo, mas tudo parece mais lento, mais cansativo, mais pesado. A solução não está em milagres, e sim na ciência aplicada ao cotidiano, no que você come, no como você dorme, nas escolhas que faz todos os dias. Seu corpo tem seus próprios relógios. E agora você sabe que pode ajustar cada um deles.”  



Dr. Dárcio Pinheiro - médico com pós-graduação em ciências da obesidade e sarcopenia e hormonologia. Professor e escritor com 19 anos de experiência em metabolismo e longevidade. Autor de três livros sobre nutrição personalizada, palestra no Brasil e no exterior, onde também mentora profissionais de saúde.
CRM 4557-RS / 257252-SP.


Pesquisadores do Brasil e da França vão testar nova terapia celular contra tipo de câncer

 

As células CAR-T (à esquerda) são linfócitos T modificados em
 laboratório para reconhecer e destruir as células do câncer
imagem: CTC-USP/divulgação

 Cientistas do Instituto Curie e da USP farão estudo clínico para avaliar segurança e eficácia de uma nova imunoterapia à base de células CAR-T em pacientes com linfoma óculo-cerebral; projeto foi apresentado durante a FAPESP Week, em Toulouse


Elton Alisson, de Toulouse | Agência FAPESP – Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e do Instituto Curie, da Universidade de Ciências e Letras de Paris (PSL, na sigla em francês), vão realizar um estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia de uma nova imunoterapia à base de células CAR-T em pacientes com linfoma óculo-cerebral.

O projeto prevê a transferência de tecnologia entre as instituições para a produção de versões dessas células de defesa (os linfócitos T) que têm sido geneticamente transformadas pelos pesquisadores franceses para o tratamento desse tipo raro de câncer que se desenvolve no sistema nervoso central, afetando o cérebro e os olhos.

O escopo do projeto foi apresentado durante a FAPESP Week França, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de junho em Tolouse, capital da região da Occitânia, no sul do país.

“A ideia é que os pesquisadores franceses tragam para o Brasil essas versões aprimoradas de células CAR-T e que nós possamos ajudá-los nas fases finais do desenvolvimento e na realização do estudo clínico. Concluído esse processo, pretendemos estabelecer um acordo que permita a transferência de tecnologia para podermos licenciá-la para o SUS [Sistema Único de Saúde]", disse à Agência FAPESP Diego Clé, professor da FMRP-USP e coordenador do projeto do lado brasileiro.

Por meio de projetos apoiados pela FAPESP (13/08135-2 e 14/50947-7), os pesquisadores da FMRP-USP, em parceria com o Instituto Butantan, começaram a partir de 2019 a desenvolver no Brasil essa terapia celular avançada. Iniciada em 2017 nos Estados Unidos, a estratégia é baseada na modificação genética de linfócitos T extraídos dos próprios pacientes e manipulados em laboratório para identificar e eliminar células tumorais.

A iniciativa resultou em 2022 na criação, em Ribeirão Preto, do Nutera – a primeira fábrica de produtos celulares da América Latina, voltada a produzir terapia celular CAR-T, contou Clé.

“Os investimentos em pesquisa básica feitos por agências de fomento, como a FAPESP, permitiram desenvolver a terapia celular no Brasil, fazer a translação de um produto de bancada para a prática clínica e escalonar a produção com a fábrica”, disse o pesquisador.

“Fazemos um produto com células CAR-T nacional com custo equivalente a um terço dos produtos comerciais disponíveis no Brasil hoje, cujos preços variam de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. E uma das vantagens de fazer um produto nacional é a possibilidade de incorporá-lo ao SUS”, sublinhou.

Inicialmente, as células CAR-T produzidas no Nutera são voltadas ao tratamento de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Em comum, as células desses dois tipos de cânceres possuem uma proteína-alvo, chamada CD19.

A plataforma tecnológica e a estrutura do Nutera, contudo, permitem o desenvolvimento de células CAR-T voltadas a combater outros tipos de cânceres.

“É por isso que é importante a colaboração. Se tem um pesquisador na França, por exemplo, que desenvolveu uma CAR-T para outros alvos, como essa para um linfoma do sistema nervoso central, podemos testar”, afirmou.

“Iremos usar essa CAR-T que eles desenvolveram lá para fazer a translação, caminhando em direção à parte pré-clínica e, depois, para os estudos clínicos.”

Os pesquisadores também estão planejando empregar a plataforma tecnológica que desenvolveram a fim de produzir células CAR-T para combater câncer do sistema nervoso central e para o tratamento de doenças autoimunes, como a nefrite lúpica – condição que ocorre quando o lúpus eritematoso sistêmico atinge os rins, causando inflamação e danos. “Esperamos iniciar o ensaio clínico no próximo ano”, antecipou Clé.

Pioneirismo na tecnologia

A França foi um dos países que contribuíram para o surgimento da terapia CAR-T por meio de cientistas como o imunologista Michel Sadelain, com quem o grupo de pesquisadores da PSL parceiros dos brasileiros colabora. Em 1992, o cientista começou a usar ferramentas de engenharia genética, chamadas de vetores retrovirais, para introduzir genes em células T. O objetivo era modificá-las para que atacassem tumores específicos.

O país também é um dos que mais tratam pacientes por meio dessa imunoterapia na Europa. “Há mais de 5 mil pacientes tratados com CAR-T na França, contra pouco menos de 100 no Brasil”, comparou Clé.

O país europeu, contudo, ainda não conta com uma versão nacional de um produto desenvolvido por instituições de pesquisa locais, como no caso do Brasil, e utiliza as opções comercializadas por indústrias farmacêuticas globais. Uma realidade que grupos de pesquisadores, como o coordenado pela hematologista Marion Alcantara, no Instituto Curie, pretendem mudar por meio de parcerias como a que estabeleceram com a USP.

“Queremos testar em pacientes as células CAR-T reprogramadas epigeneticamente que temos desenvolvido, mas ainda há uma série de etapas que precisaremos superar para isso”, ponderou Alcantara.

A meta dos pesquisadores franceses no estudo que realizarão em parceria com os brasileiros é recrutar 30 pacientes diagnosticados com linfoma óculo-cerebral. Um dos objetivos do estudo é avaliar a eficácia clínica da dose de células CAR-T que serão injetadas.
  


Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-do-brasil-e-da-franca-vao-testar-nova-terapia-celular-contra-tipo-de-cancer/55051



Superdotação e autismo são mais parecidos do que você imagina, revela estudo inédito

Nova pesquisa realizada pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, em parceria com o especialista em neurociências Flávio Nunes, propõe que ambos fazem parte de um mesmo espectro neuroevolutivo, modulados por diferenças no desenvolvimento cerebral

 

Quando falamos em autismo e superdotação, a tendência é pensar em dois universos completamente distintos. Um, muitas vezes, carregado de estigmas sobre dificuldades de interação social e desafios sensoriais, já o outro, frequentemente romantizado pela ideia de inteligência acima da média e alta performance acadêmica. 

Mas um novo estudo publicado na Atena Editora pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela em parceria com o especialista em neurociências Flávio Nunes, traz uma visão surpreendente: Autismo e superdotação podem, na verdade, compartilhar uma origem neuroevolutiva comum.

 

Dois extremos de um mesmo espectro?

O estudo "Correlação entre Superdotação e Autismo: Um Modelo Evolutivo e de Neurodesenvolvimento", propõe que essas duas condições não devem ser vistas como opostas, mas sim como manifestações diferentes de um mesmo eixo de desenvolvimento cerebral. 

“Ambos apresentam características estruturais e funcionais do cérebro que se sobrepõem, especialmente na conectividade sináptica e na plasticidade neural, em outras palavras, a forma como certas áreas do cérebro amadurecem mais rápido, mais devagar ou de forma assimétrica pode definir se aquele cérebro se manifesta como autista, superdotado ou, em alguns casos, com traços dos dois”, explica o Dr. Fabiano.

 

O que a neurociência revela?

Superdotação: Maior integração entre diferentes redes neurais. Isso permite mais flexibilidade cognitiva, criatividade e capacidade de associar informações.

 

Autismo: Tendência à hiperconectividade local, ou seja, redes neurais muito fortes em áreas específicas, o que gera talentos muito focados (como matemática, música, padrões), mas também dificuldades na comunicação social ou na flexibilidade de pensamento. 

Ambos exigem altíssimo consumo energético cerebral e estão associados a alterações em genes relacionados à plasticidade neural, como SHANK3, COMT e CNTNAP2.

 

Uma questão de evolução

Do ponto de vista evolutivo, tanto o cérebro autista quanto o superdotado são, na verdade, estratégias adaptativas diferentes. 

“O autismo representa uma versão de alta especialização, voltada para padrões, previsibilidade e análise profunda, a superdotação, por outro lado, expande o repertório adaptativo, privilegiando criatividade, pensamento divergente e flexibilidade social”, descreve o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 

O futuro do entendimento sobre o cérebro humano

O estudo defende que o caminho está na caracterização funcional precisa de cada indivíduo, observando como seu cérebro se organiza, aprende e interage e não apenas em rótulos. 

“A neurociência mostra que somos mais espectros do que caixa, e isso vale tanto para quem é considerado superdotado quanto para quem está no espectro autista”, conclui o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 

Dia Mundial do Orgulho Autista: inclusão e respeito precisam ir muito além da celebração


Defensor Público Federal destaca iniciativas importantes e reforça a necessidade de políticas de longo prazo que garantam autonomia e dignidade às pessoas com TEA


Nesta quarta-feira, 18 de junho, será celebrado o Dia Mundial do Orgulho Autista, data criada para promover a dignidade e os direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). E um dos principais polos de expansão dessa luta é a cidade de São Paulo, onde foram inaugurados, este ano, dois centros públicos voltados ao atendimento especializado de indivíduos autistas. O município também promoveu o lançamento de uma plataforma digital voltada à melhoria da acessibilidade e dos direitos das pessoas com deficiência. 

Iniciativas com essa precisam ganhar visibilidade e reforçam a necessidade de expandir esse modelo para todo o país. “A criação de centros especializados, como o TEA Paulista e o Centro Municipal de Santana, é um avanço concreto na garantia de direitos e na inclusão desses cidadãos na vida em sociedade. Mas é preciso ir além: precisamos de políticas sustentáveis e intersetoriais que preparem as pessoas com TEA para o futuro, sobretudo quando os pais ou responsáveis não estiverem mais presentes em suas vidas”, afirma o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social. 

Inaugurado no início de junho, o Centro TEA Paulista, localizado na Vila Leopoldina, zona oeste da capital, é o primeiro centro estadual de São Paulo voltado exclusivamente para autistas. O espaço oferece atendimento gratuito com equipe multidisciplinar, além de contar com um polo de incentivo à produção científica e um outro voltado à Empregabilidade Inclusiva (PEI); além do novo Centro de Cidadania da Pessoa com Deficiência. 

Em abril deste ano, a prefeitura paulistana também abriu o Centro Municipal para Pessoas com TEA “Dra. Marina Magro Beringhs Martinez”, no bairro de Santana, zona norte da cidade. O espaço oferece suporte integral a famílias e diversas atividades, como oficinas, aulas e sessões terapêuticas. 

Ambos os centros reforçam a rede de cuidados voltada às pessoas neurodivergentes e pessoas com deficiência física, intelectual, auditiva e múltipla. As duas instituições estão conectadas ao Portal SP para Pessoas com Deficiência.
 

Preparando um futuro com autonomia

Se por um lado São Paulo investe em estrutura pública, em Florianópolis (SC) a Associação Caminhos Para a Vida (ACV) dá exemplo de como a sociedade civil também pode atuar na construção de maior autonomia para pessoas com TEA. A entidade foi criada a partir de um dilema enfrentado por milhares de famílias no Brasil: "O que será dos nossos filhos com deficiência quando não estivermos mais aqui?” 

Atualmente, a ACV atende jovens diagnosticados com TEA, deficiência intelectual, paralisia cerebral ou Síndrome de Angelman. Com sede no bairro da Trindade, a instituição oferece atividades de segunda a sexta-feira, incluindo oficinas de fisioterapia, psicologia, pedagogia e educação física, além de hospedagem nos fins de semana. Cada educando custa cerca de R$ 190 por dia e os familiares colaboram com o que podem. Para complementar os recursos, a associação organiza um brechó e recebe doações de roupas, alimentos, produtos de limpeza e contribuições em dinheiro. 

“O cuidado não pode ser interrompido com a ausência dos pais. Precisamos urgentemente de políticas públicas que ofereçam suporte real a essas pessoas e suas famílias, com centros residenciais, projetos de moradia assistida e incentivos para o terceiro setor”, alerta o defensor público. 

Neste Dia Mundial do Orgulho Autista, o chamado é claro: é hora de unir esforços entre Estado, sociedade, instituições e iniciativa privada para garantir cuidado, dignidade e inclusão às pessoas com TEA — não apenas durante a infância, mas em todas as fases da vida, inclusive na maturidade. 

“O autismo não é uma condição passageira. O orgulho autista é uma afirmação de existência, de identidade e de direitos. Precisamos enxergar além do diagnóstico e construir um país em que a inclusão seja permanente, e não apenas comemorativa”, conclui André Naves. 

Saiba mais sobre estas ações nas redes sociais do defensor público André Naves em andrenaves.def.


Cidade Goiana registra caso de gripe aviária em aves domésticas!

iStock by Getty Image


Infectologista da UNIFESP, Dr. Klinger Soares Faíco Filho faz alerta sobre os riscos da gripe aviária.


Nesta última sexta-feira (13), a Agência Goiana de Defesa Agropecuária, a Agrodefesa, confirmou o primeiro foco de gripe aviária em aves domésticas, criadas em quintal, no município de Santo Antônio da Barra, em Goiás. A confirmação veio após a morte de cerca de 100 galinhas que apresentaram sintomas como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarréia e edema facial. A gripe aviária não representa riscos à saúde humana por meio do consumo de carne de aves ou ovos, o risco existe apenas em casos de contato direto com aves doentes.  

O infectologista Dr. Klinger Soares Faíco Filho, professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), alerta para os riscos associados à gripe aviária, especialmente quando o vírus circula em ambientes com alta densidade de aves e contato frequente com humanos: 

“Embora a transmissão para humanos ainda seja rara e ocorra, em geral, por contato direto com aves infectadas, a presença do H5N1 em granjas aumenta as chances de mutações, especialmente em ambientes de alta densidade animal e contato frequente com humanos. Ainda não há transmissão sustentada entre humanos, mas o vírus da influenza tem um histórico de mutações rápidas e rearranjos genéticos. Por isso, todo surto em ambiente produtivo deve ser tratado com seriedade, responsabilidade técnica e coordenação entre saúde humana, animal e ambiental, dentro da perspectiva de saúde única”, comentou o médico.  

De acordo com o infectologista, na fase inicial o quadro clínico pode ser praticamente indistinguível. O que muda são os contextos, o vírus H5N1 costuma estar associada a contatos direto com o animal, surtos locais ou exposição ocupacional, e apresenta uma progressão mais agressiva, muitas vezes com evolução rápida para Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SRAG. Este vírus costuma apresentar sintomas clássicos de síndrome gripal como febre, tosse, cefaléia, dor de garganta e mialgia. 

“O H5N1 tem alta letalidade nos casos confirmados. A suspeição precoce salva vidas, tanto do paciente, quanto da comunidade. Na prática clínica o vírus pode ter uma evolução precoce para dispneia e hipoxemia, infiltrados pulmonares extensos detectados em tomografia, hemoptise, diarreia e em alguns casos manifestações neurológicas.”, explicou Dr. Klinger Faíco.  

A possibilidade de que o H5N1 sofra uma mutação que facilite a transmissão sustentada entre humanos não é apenas teórica. Desde 2023, a OMS alerta para variantes com maior tropismo por células humanas, e episódios de transmissão entre mamíferos foram documentados em criadouros de visons e focas. Com o vírus agora presente em granjas comerciais brasileiras, o alerta se intensifica. Profissionais de saúde devem estar preparados para identificar rapidamente casos suspeitos, contribuir com a rede de vigilância e orientar a população de forma segura e baseada em evidências. 

“Esse é o tipo de ameaça que se constrói em silêncio. O momento de agir é agora, não quando os casos se multiplicarem. A experiência da Covid-19 não pode ser esquecida”, finaliza o infectologista.

 

Klinger Faíco - médico infectologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Infectologia. Doutor em Infectologia pela UNIFESP e MBA em Gestão em Saúde, atua com foco no diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas, incluindo HIV, hepatites virais e IST’s. Além disso, o infectologista é CEO do InfectoCast, e professor universitário, fundador e consultor em controle de infecção hospitalar na Consultoria IRAS.

 

Novo Nordisk avança com o desenvolvimento clínico de fase 3 das versões subcutânea e oral de amicretina para controle de peso

 *Versão em português do company announcement divulgado pela Novo Nordisk global em 12 de junho de 2025

 

Bagsværd, Dinamarca  – A Novo Nordisk anunciou hoje que avançará com o desenvolvimento de fase 3 das formulações subcutânea e oral de amicretina para controle de peso, com base em estudos clínicos concluídos. Esta decisão foi tomada após interações com autoridades regulatórias ao final da fase 2 para ambas as versões, subcutânea e oral. 

“Estamos extremamente satisfeitos com o feedback das autoridades regulatórias, que nos permitiu avançar para a fase 3 com a amicretina nas formulações subcutânea e oral para controle de peso. Estamos entusiasmados com o potencial da molécula de amicretina, e este representa um passo significativo em nossa jornada. Em breve, esperamos compartilhar mais informações sobre o desenho do programa de fase 3”, afirmou Martin Lange, vice-presidente executivo de Desenvolvimento da Novo Nordisk. 

A Novo Nordisk planeja iniciar o programa de fase 3 com amicretina para adultos com sobrepeso ou obesidade no primeiro trimestre de 2026.
 

Sobre a amicretina

Amicretina é um agonista unimolecular de longa duração dos receptores de GLP-1 e amilina, em desenvolvimento pela Novo Nordisk, com o objetivo de oferecer uma opção de tratamento eficaz e conveniente para adultos com sobrepeso ou obesidade, bem como para adultos com diabetes tipo 2. A molécula está sendo desenvolvida para administração subcutânea e oral.
 

Estudo de fase 1 com amicretina oral

O estudo avaliou doses únicas e múltiplas ascendentes de amicretina oral, até um máximo de 50 mg em duas aplicações, em pessoas com sobrepeso ou obesidade, com duração total de tratamento de até 12 semanas.
 

Estudo de fase 1b/2a com amicretina subcutânea

O estudo investigou a segurança, tolerabilidade, farmacocinética e prova de conceito da amicretina subcutânea de aplicação semanal em pessoas com sobrepeso ou obesidade. O protocolo combinou estudo de dose única ascendente, dose múltipla ascendente e resposta à dose, avaliando três diferentes doses de manutenção ao longo de até 36 semanas de tratamento.



Novo Nordisk
www.novonordisk.com.br
Instagram, Facebook, LinkedIn e YouTube

 

Como a prevenção, tecnologia e informação são armas contra a hipertensã

Nova tecnologia da G-Tech também contribui para o acompanhamento da saúde respiratória, ampliando o olhar sobre os cuidados de prevenção 

 

De acordo com o Ministério da Saúde, a hipertensão atinge quase cerca de 30% da população adulta e é responsável por grande parte dos atendimentos de urgência no país, sendo fator de risco para infartos, AVCs e insuficiência renal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 80% dos casos de hipertensão e outras doenças crônicas, como diabetes, poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida e a adoção de práticas preventivas. Para isso, o acesso à informação e a equipamentos de monitoramento domiciliar torna-se uma ferramenta essencial para o diagnóstico precoce e o controle efetivo da pressão arterial.

“A prevenção começa em casa, com hábitos saudáveis e o uso de tecnologias que nos ajudem a entender como está nosso organismo”, explica Pedro Henrique de Abreu, gerente de Marketing da G-Tech, empresa especializada em equipamentos para cuidados domiciliares e hospitalares. “Os medidores de pressão digitais, por exemplo, permitem aferições regulares e com maior precisão, o que reduz a dependência exclusiva de consultas presenciais e promove um cuidado mais constante com a saúde.”

A recomendação do Ministério da Saúde é que adultos façam check-ups ao menos uma vez por ano, mesmo sem sintomas. Porém, ainda é comum que o diagnóstico da hipertensão ocorra tardiamente, quando os sintomas já são graves. O uso de dispositivos como termômetros digitais, oxímetros e monitores de pressão ajuda a preencher essa lacuna no acompanhamento contínuo da saúde.

Tecnologia também auxilia no cuidado com doenças respiratórias

Atenta ao aumento de síndromes respiratórias durante o outono e à importância de uma abordagem preventiva ampliada, a G-Tech acaba de lançar no mercado um novo medidor de pico de fluxo expiratório (PFE). Portátil e indicado para uso domiciliar, o equipamento fornece parâmetros objetivos da função pulmonar, sendo útil no controle de doenças como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, foram registradas 1.885 ocorrências de síndromes respiratórias agudas graves no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Parte significativa dos casos está relacionada a doenças crônicas respiratórias, como a asma, que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros. “O novo medidor permite acompanhar a variação do fluxo expiratório de forma prática e segura, ajudando a antecipar crises e ajustar o tratamento com maior precisão”, destaca Abreu.

O dispositivo tem faixa de medição de 60 a 800 litros por minuto, é indicado para pacientes a partir de cinco anos e pode ser utilizado em casa, consultórios e ambientes hospitalares, com recomendações específicas de higienização. Em casos de uso compartilhado, é necessário o uso de bocais descartáveis, vendidos separadamente.

Com esse lançamento, a G-Tech fortalece sua atuação no setor de cuidados respiratórios, que vem ganhando relevância com a valorização das estratégias de autocuidado. O medidor de PFE é mais uma ferramenta que se soma ao portfólio da empresa voltado à promoção da saúde preventiva e ao bem-estar da população.

 

 

Lipedema desafia diagnóstico e impacta a saúde feminina

Doença que afeta quase exclusivamente as mulheres causa dor, hematomas e acúmulo de gordura resistente; falta de protocolos e desconhecimento clínico dificultam o tratamento

 

 

Junho é o mês de conscientização sobre o lipedema, uma doença progressiva que representa um desafio à medicina diagnóstica e compromete a mobilidade, a autoestima e o bem-estar de inúmeras mulheres. Caracterizado pelo acúmulo simétrico e doloroso de gordura subcutânea, principalmente nas pernas e braços — poupando mãos e pés, o lipedema é frequentemente confundido com obesidade ou linfedema. Diferentemente da obesidade, a gordura associada à doença não responde bem à dieta ou à prática de exercícios. Já o linfedema, causado por falhas no sistema linfático, tende a ser assimétrico e costuma afetar também os pés.

A condição atinge quase exclusivamente mulheres e costuma surgir em fases de intensas variações hormonais, como a puberdade, a gravidez e a menopausa. Estima-se que até 60% dos casos tenham histórico familiar, o que reforça o papel de fatores genéticos.

Segundo o cirurgião vascular e diretor de Patrimônio da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Vinícius Bertoldi, o lipedema ainda é subestimado e mal compreendido. “É uma condição com características próprias, que exige escuta qualificada. A falta de conhecimento entre profissionais de saúde, a sobreposição com outros quadros e a ausência de marcadores laboratoriais dificultam o diagnóstico. Muitas mulheres são tratadas apenas como pessoas com excesso de peso, quando, na verdade, convivem com uma doença que demanda acompanhamento adequado”, alerta.

Entre os principais sinais estão a distribuição desproporcional da gordura, dor constante, sensibilidade ao toque, hematomas frequentes e limitação funcional. Embora o diagnóstico seja clínico, exames como ultrassonografia com doppler e linfocintilografia ajudam a excluir outras condições. Além disso, estudos mais recentes têm avaliado critérios de imagem — como medições ultrassonográficas em pontos específicos dos membros — como apoio à confirmação diagnóstica.

Apesar de não ter cura, o lipedema pode ser controlado por meio de tratamento multidisciplinar. Entre as abordagens mais eficazes estão a drenagem linfática manual, o uso de meias de compressão, exercícios de baixo impacto com foco no fortalecimento muscular — principalmente nas coxas —, além de uma alimentação anti-inflamatória e com baixo índice glicêmico. Em casos selecionados, pode-se recorrer à lipoaspiração com técnica tumescente, que preserva os vasos linfáticos e deve ser realizada por profissionais experientes.

Pacientes devem evitar dietas radicais, ricas em açúcar e gordura, procedimentos agressivos como a lipoaspiração convencional, inatividade física e uso prolongado de corticosteroides sem indicação médica. O estilo de vida tem papel essencial no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.

O impacto emocional da doença também é significativo. Baixa autoestima, ansiedade e depressão são comuns, agravadas pelo estigma social e pela falta de preparo da comunidade médica. Embora campanhas de conscientização tenham avançado, ainda não há diretrizes específicas no SUS, e muitos planos de saúde não cobrem o tratamento cirúrgico, mesmo diante da dor persistente e do comprometimento funcional.

Estudos internacionais estimam que entre 11% e 19% das mulheres possam conviver com o lipedema, mas a subnotificação é elevada. No Brasil, ainda não há dados oficiais. Para o Dr. Bertoldi, ampliar a visibilidade da doença é essencial. “A conscientização precisa avançar, tanto entre os profissionais quanto entre as pacientes. Quem sente dor, hematomas frequentes e percebe gordura desproporcional em pernas e braços, que não melhora com dieta, deve procurar um cirurgião vascular. O diagnóstico precoce pode mudar vidas”, conclui.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular à população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).




Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br


Homens também devem cuidar da alimentação para manter a fertilidade, aponta especialista

Manter uma alimentação balanceada e rica em bons nutrientes, além de um estilo de vida saudável são cruciais; confira algumas dicas

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 15% dos casais têm dificuldade para engravidar e não conseguem ter filhos. Sendo que cerca de 40% dos casos é devido à infertilidade masculina. Para a nutricionista Kenia Lovizon, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, a alimentação e a suplementação personalizada são fatores importantes que podem impactar positivamente na qualidade do sêmen.  "Já temos muitos estudos científicos que apontam que alimentos ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais ajudam a melhorar a fragmentação espermática, além de otimizar o espermograma em termos de contagem, motilidade, morfologia e a microbiota do líquido seminal", destaca.

A especialista afirma que alguns alimentos podem ser incorporados ao dia a dia para melhorar a qualidade do sêmen, confira:

  • Frutas e vegetais coloridos: Aposte em todas as frutas e vegetais e tenha no prato cores vibrantes. Esses alimentos são ricos em vitamina C, E, licopeno, ácido fólico e betacaroteno. Eles não só ajudam a melhorar a motilidade dos espermatozóides, mas também reduzem danos ao DNA. Alguns exemplos são: acerola, caju, limão, kiwi, romã, nectarina, ameixa, abacate, tomate orgânico, brócolis e repolho roxo, espinafre, rúcula, couve, agrião, espinafre, escarola, alface roxa, etc. 
  • Oleaginosas: Nozes, castanhas e amêndoas são ricas em selênio, zinco e ômega-3, essenciais para auxiliar na melhora da morfologia e contagem dos espermatozóides.
  • Sementes: Girassol, gergelim, linhaça, chia e abóbora contêm ácidos graxos essenciais e zinco, são fundamentais para uma produção saudável de espermatozoides.
  • Peixes gordurosos: Salmão selvagem, atum fresco, sardinha e bacalhau são fontes ricas de ômega-3, que ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a fluidez do sêmen.
  • Ovos caipiras ou orgânicos: Ricos em vitaminas E, B12 e colina, eles auxiliam na formação do esperma e protegem contra radicais livres.
  • Grãos integrais: Farelo de aveia, quinoa e amaranto ajudam a controlar os níveis hormonais, promovendo saúde reprodutiva.
  • Temperos naturais: Cebola, cebola roxa, alho, coentro, salsinha e cebolinha, entre outros, oferecem um combo nutritivo que protege o esperma e ajudam a melhorar a circulação sanguínea nos órgãos reprodutivos.

Além de manter uma alimentação variada, rica em alimentos frescos, orgânicos e naturais, a especialista destaca que é essencial que o homem que deseja ter filhos incorpore hábitos de vida saudáveis. É importante reduzir o consumo de álcool e evitar o tabagismo, pois ambos são muito prejudiciais à fertilidade masculina. Outro ponto crucial é sair do sedentarismo e garantir uma rotina de exercícios e ter sono de qualidade. 

"Adotar um estilo de vida saudável faz toda a diferença na fertilidade masculina e no bem-estar do homem para longevidade. Várias mudanças no presente podem trazer um grande significado no futuro. A dieta pode e deve ser uma aliada na jornada para formar uma saudável família", conclui Kenia. 

  

Huntington Medicina Reprodutiva



A importância da doação de sangue e o papel da sociedade na manutenção dos estoque

Marcelo Matusiak
Nota Conjunta: AMRIGS e Departamento de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da AMRIGS 

 

O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado anualmente em 14 de junho. Diante dos recorrentes alertas sobre os baixos estoques de sangue no Rio Grande do Sul e em diversas regiões do país, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) e o seu Departamento de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular reforçam a importância de ações permanentes de conscientização e mobilização da sociedade sobre a doação de sangue.

Entendemos que o engajamento coletivo é essencial para enfrentar esse desafio. A doação de sangue deve ser incentivada não apenas em momentos de crise, como o que vivenciamos recentemente com as enchentes, mas de forma contínua, por meio de campanhas educativas nas escolas, nas mídias sociais e por aplicativos que facilitam a formação de redes solidárias. É fundamental também que o poder público e os serviços de hemoterapia ampliem os pontos de coleta, como foi anunciado em Gravataí e realizado em Tramandaí. Medidas como a abertura dos hemocentros aos sábados são muito positivas, pois permitem que mais pessoas contribuam sem a necessidade de se ausentar do trabalho.

Qualquer cidadão entre 16 e 69 anos com mais de 50 quilos e em boas condições de saúde pode ser um doador. Basta que tenha dormido bem, feito uma refeição leve e esteja sem consumir bebidas alcoólicas há pelo menos 12 horas antes da coleta. Pessoas com doenças crônicas controladas, como hipertensão ou diabetes, também podem doar. O intervalo entre cada doação deve ser de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres.

É importante lembrar que, mesmo quem não puder doar, pode contribuir incentivando familiares, amigos e colegas. A doação de sangue é, acima de tudo, um gesto voluntário e altruísta — como destaca a própria legislação brasileira.

Reforçamos o nosso compromisso com a saúde da população gaúcha e com a valorização de iniciativas que promovam a solidariedade e o cuidado com o próximo. A manutenção dos estoques de sangue depende de todos nós.


Dr. Gerson Junqueira Jr. - Presidente da AMRIGS

Dr. Marcelo Capra - Diretor do Departamento de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da AMRIGS


Serviço para quem quer doar sangue

Dirija-se à recepção do Hemocentro da sua cidade, com seu documento de identidade oficial com foto em boas condições e faça um cadastro. Aguarde a chamada para a pré-triagem, onde serão verificados seus sinais vitais (pressão arterial, temperatura, batimentos cardíacos) e peso. Posteriormente, será realizado um teste rápido para avaliar os níveis de ferro no sangue. A seguir, ocorrerá uma entrevista individual e sigilosa onde serão abordados históricos e estado atual de saúde. É importante que você seja sincero com o profissional de saúde para proteger a si e ao futuro receptor. Logo, você passará à coleta, onde doará cerca de 450ml de sangue que podem ajudar a salvar até quatro vidas. Na sequência, você receberá um lanche que lhe ajudará a iniciar o processo de reidratação, além de informações sobre cuidados pós-doação.


Frequência de doação de sangue

Mulheres: período de 90 dias/máximo de 3 doações nos últimos 12 meses. Homens: período de 60 dias/máximo de 4 doações nos últimos 12 meses.


Pré-requisitos

Estar em boas condições de saúde;
Apresentar documento oficial de identidade com foto;
Ter idade entre 16 e 69 anos, sendo que os candidatos a doadores com menos de 18 anos deverão estar acompanhados pelos pais ou por responsável legal;
Pesar no mínimo 50kg sem contar as vestimentas;
O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos;
Não estar em jejum e evitar alimentação gordurosa;
Ter dormido pelo menos 6 horas antes da doação;
Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação;
Não fumar pelo menos duas horas antes da doação.


Impedimentos temporários

Gripe ou febre;
Gestantes ou mães que amamentam bebês com menos de 12 meses;
Até 90 dias após aborto ou parto normal e até 180 dias após cesariana;
Tatuagem ou acupuntura nos últimos 6 meses;
Exposição à situação de risco para a AIDS (múltiplos parceiros sexuais, ter parceiros usuários de drogas);
Herpes labial;
Vacina Covid-19 - Coronavac (Butantan) por 48 horas, Astrazeneca (FIOCRUZ) por 7 dias, Pfizer por 7 dias;
Covid-19: aguardar 10 dias após a melhora completa dos sintomas para doar. Pessoas que testaram positivo, sem ter apresentado sintomas, devem aguardar 10 dias após a coleta do exame.
Pessoas que tiveram contato próximo com pacientes com Covid-19 durante o período de transmissão (primeiros 10 dias da doença), aguardar 7 dias após o último contato para doar.
Após sintomas respiratórios associados à febre (temperatura axilar = 38,0°C), sem testagem para Covid-19, aguardar 14 dias para doar. Na ausência de febre (temperatura axilar = 38,0°C), aguardar 10 dias para doar.


Impedimentos definitivos

Doença de Chagas;
Hepatite após os 11 anos de idade;
Ser portador dos vírus HIV (AIDS), HCV (Hepatite C), HBC (Hepatite B), HTLV;
Usuário de drogas injetáveis


Documentos necessários

Apresentar documento oficial de identidade com foto, podendo ser Carteira de Identidade (RG), Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), Carteira de Órgão ou Conselho de Classe (OAB, CRM, CRP. Etc.), Certificado Militar, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com foto, Passaporte. E-título e Carteira Nacional Habilitação (CNH) digital.

 


Fonte: Hemocentro


Posts mais acessados