A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, anualmente, o número de mortes em decorrência do consumo de cigarro e similares ultrapassa 8 milhões. Nesse contexto, a celebração do Dia Mundial sem Tabaco — em 31 de maio — torna essa data um marco importante para a divulgação de campanhas sobre os perigos do cigarro.
Mediante isso, o dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica,
apresenta informações relevantes sobre o Dia Mundial sem Tabaco, os riscos do
hábito de fumar, a dependência química de nicotina e a relação desses fatores
com a Covid-19. Ainda, saiba quando essa data foi criada e quais são os seus
objetivos em termos de promoção da saúde.
Acompanhe!
Descubra como surgiu o Dia Mundial sem Tabaco
Em 1987, a data foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) para celebrar o Dia Mundial Sem Tabaco. O objetivo é alertar sobre os
males causados pelo cigarro.
No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca)
são os responsáveis pela divulgação e elaboração da campanha. Essas
instituições aproveitam a ocasião como oportunidade para divulgar materiais
técnicos com dados e informações sobre os prejuízos que o tabagismo representa
para a saúde coletiva.
Ainda que a relação entre cigarro e câncer seja bem conhecida, é necessário
manter tais campanhas para conscientizar os fumantes — e as pessoas que
convivem com eles — sobre esses riscos. Segundo os dados
do Inca, as mortes causadas por câncer de
traqueia, brônquios e pulmões representam 13,8 % do total de óbitos anuais no
país.
Logo, criar o Dia Mundial sem Tabaco foi uma excelente ideia para fomentar
ações em prol do reconhecimento dos males que o tabagismo representa. Além das
milhões de mortes causadas pelo uso do cigarro anualmente, a inalação da fumaça
de derivados do tabaco também causa danos irreversíveis em não fumantes que
respiram o ar contaminado por essas substâncias tóxicas.
Reconheça a importância dessa data
Assim como o Dia Nacional de Combate ao Fumo — celebrado em 29
de agosto — o Dia Mundial sem Tabaco visa a reforçar a mobilização da sociedade
quanto à necessidade de mudanças
de hábito. Por isso, profissionais de saúde e
de educação se envolvem em ações centradas na redução dos danos sociais,
econômicos e ambientais causados pelo fumo.
Logo, reconhecer a importância do Dia Mundial sem Tabaco é crucial para induzir
à reflexão do público sobre essa problemática. Celebrar essa data possibilita,
ainda, trazer à tona importantes discussões referentes aos prejuízos gerados
pelo hábito de fumar e aos impactos do tabagismo
passivo.
Nessa perspectiva, diferentes ações resultam em práticas que se assemelham pelo
intuito de disseminar, ainda mais, informações que relacionam o tabagismo a
diversas doenças. Logo, ao destacar a complexidade dos malefícios causados pelo
consumo do cigarro, pode-se demonstrar, estatisticamente, a necessidade de
mudanças comportamentais.
Entenda qual é a relação entre o tabagismo e a Covid-19
Recentemente, descobriu-se que a
relação entre a Covid-19, doença causada pelo vírus denominado SARS-CoV-2, e o
hábito de fumar é muito próxima. Entre outros caracteres, essa doença sistêmica
é marcada por sintomas associados a um importante componente respiratório.
Nas fases mais avançadas, o aparelho respiratório fica debilitado devido à ação
desse vírus nos pulmões. Assim, o SARS-CoV-2 pode provocar desde uma síndrome
respiratória aguda, em grau leve, até quadros incompatíveis com a vida. Porém,
em pacientes fumantes, o risco de evolução é muito maior devido às condições
funcionais dos pulmões.
Quando comparados, os casos simples de Covid-19, em pacientes não-fumantes, são
considerados de média complexidade nos fumantes. Isso acontece porque a
dinâmica respiratória de quem fuma é muito prejudicada pelos componentes do
cigarro. Logo, nesses indivíduos, há baixa resistência às infecções
respiratórias e risco aumentado para complicações.
Outro fator, que não pode ser ignorado em tempos de pandemia, é que o próprio
ato de fumar possibilita constante contato dos dedos com a boca e eleva o risco
de manipular cigarros contaminados. O contato com os lábios e o possível
compartilhamento de cigarros ou de narguilé aumentam a chance de transmitir o
vírus para a boca.
Portanto, diante do atual cenário
pandêmico, configurado por uma das maiores crises globais
de saúde dos últimos tempos, o Inca também apresentou diretrizes relacionando o
hábito de fumar com as complicações do novo coronavírus. A razão é óbvia: o
tabagismo — que também é visto pela OMS como uma pandemia — tem um importante
papel no agravamento dessa crise.
Saiba por que é urgente
parar de fumar
Em 2020, ano marcado pela primeira onda da pandemia, a OMS fez uma campanha
global para conscientizar os jovens sobre a relação do tabagismo com a
Covid-19. Além disso, o órgão também alertou sobre as táticas de manipulação da
indústria, que minimizam a relação entre cigarro e o câncer de pulmão.
Ademais, se esse hábito também for associado às neoplasias bucais, as
estatísticas são ainda mais preocupantes. Logo, os malefícios do cigarro não se
limitam apenas aos números do câncer, mas estão inseridos em outros contextos
que desafiam a saúde pública. Nessa perspectiva, é preciso considerar os
impactos negativos do tabagismo de forma mais contextualizada.
Os elementos presentes no cigarro provocam variadas inflamações no corpo e
prejudicam, especialmente, os mecanismos estruturais de defesa. Por conta
disso, os fumantes têm maior risco de infecções bacterianas, virais e fúngicas.
Ainda, doenças como sinusite, faringite, bronquite, pneumonia e tuberculose são
mais comuns nesse grupo.
Com base nesses motivos, órgãos responsáveis pela monitoração da saúde pública
— como o Inca e a OMS — têm encorajado as pessoas a modificarem o estilo de
vida. Além de proteger a saúde de outros prejuízos, parar de fumar também
minimiza os riscos associados à infecção pela Covid-19.
Portanto, se você conhece alguém que necessita de suporte especializado para
superar o vício em cigarro ou desafios semelhantes, aproveite o d Dia Mundial
sem Tabaco e procure o Hospital
Santa Mônica.
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