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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Maior importador de potássio do mundo, Brasil pode diminuir dependência internacional quase pela metade

Fundamental para a agricultura, por conta da produção de fertilizantes,
potássio hoje utilizado no Brasil vem do exterior, quase em sua totalidade
96% do potássio utilizado hoje no país é importado de países como Canadá, Rússia e Bielorrússia; mineral é essencial para a produção de fertilizantes


Completamente dependente do potássio vindo de outros países, o Brasil pode, em breve, diminuir a sua dependência desse mineral, fundamental para a agricultura. Isso deve se tornar realidade nos próximos anos, com a estruturação da maior mina de potássio do país, que será construída na cidade de Autazes (AM), localizada a 113 quilômetros da capital, Manaus.

Além de abrigar usinas de extração, refinamento, descarte e escoamento, o empreendimento também vai contar com um terminal portuário. O projeto nasceu em 2008, mas, as licenças necessárias para dar início à construção só foram concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam), no ano passado.

A previsão inicial é que a usina entre em operação em 2028, produzindo inicialmente 2,4 milhões de toneladas por ano, o equivalente a 20% da demanda do país. Ao final da fase 2 do projeto, em 2032, a expectativa é que 40% das necessidades nacionais sejam atendidas.

Com investimento previsto de US$ 2,5 bilhões, a mina será subterrânea e acessada por poços de profundidade de 800 metros. O empreendimento só vai utilizar água e calor para concentrar o potássio com até 95% de pureza.

Atualmente, mais de 96% do potássio utilizado no país é importado e vem especialmente do Canadá, Rússia e Bielorússia. “O potássio é um dos três principais macronutrientes da agricultura, junto com nitrogênio e fósforo, e é essencial para a produção de fertilizantes e nutrição das plantas, pois ele ajuda no crescimento, na floração, na frutificação e também na resistência das plantas contra pragas e doenças”, explica o coordenador geral e científico da NPV (Nutrientes Para a Vida), Valter Casarin.

Ainda segundo Casarin, o cuidado com o solo, por meio do uso de fertilizantes, é fundamental para a sociedade de hoje e também para as gerações futuras. “Os fertilizantes desempenham um papel importante no fornecimento de nutrientes essenciais para as plantas, garantindo colheitas abundantes e alimentos de alta qualidade. Isso garante alimentação saudável para a população de todo mundo, afinal, daqui a alguns anos a população mundial deve chegar a 10 bilhões de pessoas e o Brasil já é um dos maiores exportadores de alimentos do planeta”, finaliza.



NPV - Nutrientes Para a Vida


Trump reforça política de deportação e brasileiros nos EUA temem nova onda de expulsões

Especialistas orientam sobre medidas para evitar a deportação e manter a legalidade no país

 

A volta de Donald Trump ao poder reacendeu o temor entre os imigrantes nos Estados Unidos sobre novas medidas de deportação em massa. O republicano, que já havia adotado uma postura rígida contra a imigração durante seu primeiro mandato, agora promete intensificar as ações para remover imigrantes ilegais do país. O clima de incerteza se espalha entre brasileiros que vivem nos Estados Unidos, principalmente entre aqueles que ainda não regularizaram sua situação.

O aumento das deportações já pode ser observado nos números. Segundo a Polícia Federal, mais de 7 mil brasileiros foram deportados dos Estados Unidos desde 2020, inclusive durante a presidência de Joe Biden, e a tendência é de alta com as novas diretrizes do governo Trump. Em 2021, o país registrou o maior número de repatriações de brasileiros, com 2.188 casos confirmados. 

O advogado Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional e fundador da Toledo e Associados, explica que, apesar da preocupação, as deportações não acontecem de forma indiscriminada. “O governo americano prioriza casos de pessoas que já possuem um processo de deportação aberto ou que cometeram algum tipo de infração criminal. No entanto, quem vive em situação irregular e convive com imigrantes com pendências judiciais pode acabar sendo investigado junto”, afirma.

O clima de tensão gerado pela cobertura midiática e pelo sensacionalismo de alguns influenciadores tem levado até mesmo imigrantes em situação completamente regular a temerem uma deportação repentina. Toledo explica que esse tipo de desinformação gera pânico desnecessário, afetando pessoas que têm visto válido, residência permanente ou até mesmo cidadania americana. 

“Muitas pessoas me procuram preocupadas com vídeos alarmistas dizendo que qualquer imigrante pode ser deportado a qualquer momento, o que não é verdade. Quem está dentro da legalidade não tem motivos para entrar em pânico, mas a quantidade de boatos e informações distorcidas só alimenta o medo e a insegurança”, afirma.


Quem está na mira do governo

As novas medidas do governo Trump focam, principalmente, na deportação de pessoas com antecedentes criminais e de imigrantes que violaram os termos do visto. Isso inclui desde quem ultrapassou o tempo permitido de permanência até aqueles que foram detidos por delitos menores.

Segundo Toledo, muitas pessoas subestimam o risco de deportação por conta de infrações aparentemente pequenas. “Se um imigrante é parado por dirigir embriagado ou se envolve em uma briga e vai parar na delegacia, por exemplo, isso pode chamar a atenção das autoridades para sua situação migratória. Pequenos deslizes podem trazer consequências graves para quem não tem status legal”, explica.

A fiscalização também pode atingir imigrantes que convivem com pessoas com pendências na Justiça. O advogado alerta que, em operações da imigração, os agentes podem verificar os documentos de todos no local, e quem estiver irregular pode ser detido e até deportado.


Como evitar problemas com a imigração

Para evitar surpresas desagradáveis, especialistas recomendam que  os imigrantes estejam sempre atentos às regras locais. Respeitar as leis de trânsito, evitar qualquer tipo de problema com a polícia e não ultrapassar o período permitido pelo visto são passos básicos para quem quer manter a permanência segura nos Estados Unidos.

Além disso, Toledo destaca a importância de manter toda a documentação em dia. “Muita gente acaba se tornando indocumentada sem perceber, simplesmente porque deixou um prazo vencer. Quem está com o visto próximo da expiração precisa buscar alternativas para estender a permanência ou avaliar opções para se regularizar antes que a situação se complique”, comenta.

Outro ponto importante é buscar assessoria jurídica antes que surja um problema. Segundo Toledo, muitos imigrantes só procuram advogados quando já estão em risco de deportação. “Existem diversas formas de regularizar a permanência no país, seja por meio de vistos de trabalho, estudo ou outros mecanismos legais. O ideal é buscar orientação antes de precisar lidar com uma situação de emergência”, aconselha.


Apoio e informações para imigrantes

Diante do endurecimento das regras, diversas organizações de apoio a imigrantes têm reforçado a assistência a brasileiros nos Estados Unidos. Essas entidades oferecem suporte jurídico, informações sobre processos migratórios e até mesmo auxílio em casos de deportação.

Estar bem informado e contar com uma rede de apoio pode fazer toda a diferença. Toledo lembra que muitos imigrantes deixam de buscar ajuda por medo ou por acreditarem que não há solução para seu caso. “A regularização pode ser mais acessível do que se imagina, mas é preciso planejamento. A pior coisa que alguém pode fazer é simplesmente ignorar a situação e esperar que nada aconteça”, alerta.

A nova postura do governo americano reforça a necessidade de que brasileiros que vivem nos Estados Unidos estejam atentos às mudanças e evitem qualquer tipo de problema com a lei. “Seguir as regras e buscar meios legais de permanência não só evita a deportação, como também garante mais segurança e estabilidade para quem quer construir uma vida no país”, conclui Toledo.




Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 430 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR. Para mais informações, acesse o site.


Toledo e Advogados Associados
Para mais informações, acesse o site


Educação e tecnologia: um novo capítulo para o ensino brasileiro em 2025


A educação brasileira vive um momento de profundas mudanças. Com avanços tecnológicos, novas metodologias de ensino e reestruturações significativas, o setor está moldando o futuro das próximas gerações. Em 2024, vimos o fortalecimento de tendências iniciadas durante a pandemia, como o ensino híbrido, a jornada de transformação digital liderada pelo Ministério da Educação, além da implementação do Novo Ensino Médio. Já em 2025, o cenário promete ainda mais inovações, com soluções que vão tornar o aprendizado mais inclusivo, eficiente e conectado inclusive às demandas do mercado de trabalho. 

Claro, os desafios ainda existem. A falta de conectividade em várias regiões do país continua sendo um grande obstáculo, limitando o alcance das ferramentas digitais para instituições afastadas dos grandes centros. A equidade na educação, outro ponto crítico, exige esforços consistentes para garantir que mais alunos tenham acesso a um ensino de qualidade. Além disso, muitas escolas ainda precisam de investimentos em infraestrutura – seja em equipamentos modernos, materiais didáticos atualizados ou espaços adaptados às novas tecnologias e metodologias. Apesar disso, nós vemos sim a transformação acontecendo.
 

A transformação do currículo pedagógico

Essa reinvenção está especialmente evidente na educação básica, que é o alicerce de uma sociedade mais justa e competitiva. O ensino bilíngue, por exemplo, tem ganhado destaque no país desde a educação infantil, preparando os alunos para um mundo globalizado. O inglês ainda domina, mas outras línguas, como espanhol, francês e mandarim, também estão ganhando espaço. Metodologias ativas, que misturam aulas dinâmicas, projetos colaborativos e tecnologia, tornam o aprendizado mais atraente e eficaz. 

Outro elemento importante é o foco dado às competências socioemocionais. Para além de habilidades como criatividade, pensamento crítico, comunicação e trabalho em equipe, que já fazem parte do currículo de muitas instituições, empatia, resiliência, autoconhecimento e colaboração entraram na pauta das propostas pedagógicas, o que deve ganhar ainda mais força em 2025. Mais do que isso, as escolas têm olhado para o bem-estar emocional dos alunos, oferecendo suporte psicológico e atividades que ajudam na gestão das emoções – algo essencial para formar cidadãos prontos para os desafios do futuro.
 

Tecnologia para um futuro que já começou

A tecnologia tem se destacado como uma grande protagonista dessa transformação na educação. A inteligência artificial, por exemplo, já está ajudando a personalizar o ensino, automatizar tarefas administrativas e até oferecer tutoria virtual. É a inovação trabalhando para facilitar a vida de alunos e professores. 

Ambientes imersivos, com realidade virtual e aumentada, também estão entrando em cena. Imagine aprender ciências ou artes dentro de um universo digital que mistura prática e teoria de forma envolvente. Isso já é uma realidade e promete crescer ainda mais. 

Outro ponto relevante é o uso da gamificação no contexto educacional. Ao trazer elementos de jogos para o ensino, as escolas conseguem criar experiências mais dinâmicas e interativas. Junto com o aprendizado adaptativo – que ajusta os conteúdos de acordo com as necessidades individuais de cada estudante – essas tecnologias tornam o aprendizado mais personalizado e, consequentemente, eficiente. 

Além das transformações no ensino e nas metodologias pedagógicas, a tecnologia também desempenha um papel essencial no fortalecimento do relacionamento entre as instituições de ensino, pais e alunos. Em um mundo cada vez mais conectado, a adoção de estratégias multicanais é indispensável para atender às demandas de um público que busca interações mais ágeis, personalizadas e acessíveis. Ferramentas como aplicativos escolares e plataformas digitais têm permitido um diálogo mais transparente e eficiente, facilitando o acompanhamento da jornada educacional dos estudantes e promovendo maior engajamento entre toda a comunidade acadêmica envolvida no processo educativo. 

Para que tudo isso se concretize, o papel do professor, entretanto, é e continuará essencial. Por isso, investir na formação continuada dos educadores é o que vai garantir o sucesso dessas mudanças. Programas de capacitação focados em metodologias inovadoras e no uso de tecnologia permitirão que os professores sejam agentes de transformação ainda melhor preparados. 

O futuro da educação no Brasil será marcado pela união entre tecnologia e humanização. Se de um lado a tecnologia amplia o acesso ao conhecimento, personalizando as experiências de aprendizado, por outro a humanização é o ingrediente essencial para formar cidadãos críticos, criativos e empáticos, capazes de atuar em um mundo cada vez mais complexo. Em 2025, estaremos um passo mais perto de uma educação que não só ensina, mas também inspira e transforma.

 


Eduardo Pires - diretor de produtos para o segmento Educacional da TOTVS


Seguro Viagem: o que você precisa saber para garantir assistência em caso de emergência

Advogado especialista em direito de saúde e direito público esclarece nuances sobre serviço

 

Viagens internacionais são sempre uma experiência empolgante, mas imprevistos podem acontecer, e é essencial estar preparado para lidar com qualquer situação. Nesse contexto, a contratação do seguro viagem é um serviço que pode auxiliar bastante no desencadear dos problemas. Porém, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como funciona o seguro viagem, especialmente em casos de emergência médica, traslado de urgência e até em situações extremas, como o transporte de corpos em caso de óbito.

Basicamente, o seguro viagem é uma forma de proteção financeira para imprevistos durante uma viagem. Esse serviço cobre uma série de eventos, desde emergências médicas, como doenças e acidentes, até perda de bagagem e cancelamentos de voo. Quando se trata de viagens internacionais, ele é ainda mais relevante, pois oferece acesso a médicos, hospitais e serviços de emergência em locais onde os viajantes não possuem plano de saúde.

Se durante uma viagem internacional você passar mal ou sofrer um acidente, o primeiro passo é entrar em contato com a seguradora para obter orientação sobre como proceder. A maioria das seguradoras oferece uma central de atendimento 24 horas, onde o viajante pode relatar o problema e receber as instruções necessárias para buscar atendimento médico.

Segundo o advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em direito público e direito de saúde, membro da comissão de direito médico da OAB-MG e diretor do escritório Ferreira Cruz Advogados, “as seguradoras têm a obrigação legal de prestar o atendimento ao viajante de acordo com a pólise contratada. O viajante deve fornecer todas as informações necessárias para que o serviço seja realizado de forma adequada e sem contratempos. É importante também que o viajante tenha em mãos o número da apólice e todos os dados de contato da seguradora”.

“Ao buscar atendimento médico no destino, a seguradora pode orientar o viajante a ir a um hospital conveniado ou, dependendo do caso, cobrir custos para atendimento fora da rede conveniada. De acordo com a legislação vigente, as seguradoras devem cobrir todas as despesas médicas relacionadas à emergência, inclusive consultas, internações, cirurgias e medicações, desde que estejam dentro dos limites contratados na apólice”, continua Thayan.

Em situações mais graves, como um acidente sério ou uma doença que exija translado de urgência, a seguradora também é responsável por organizar o transporte do paciente para um hospital especializado ou até para o retorno ao país de origem. Esse serviço pode incluir aviões médicos, ambulâncias terrestres ou outros meios adequados para o tipo de emergência.

“De acordo com a legislação, a seguradora é responsável por gerenciar a logística de urgência, garantindo que o viajante tenha acesso ao tratamento necessário. A seguradora deve garantir que o transporte seja realizado de forma rápida e segura, respeitando sempre o que está descrito nas cláusulas do contrato de seguro. Se houver negativa do serviço sem justificativa plausível, a seguradora poderá ser responsabilizada por descumprimento contratual, o que pode gerar até ações judiciais”, completa o advogado.

Claro, até mesmo o exercício do serviço pode não ser de acordo com o que foi contratado. Para garantir que você tenha a cobertura necessária em caso de emergência, é fundamental que o contrato de seguro viagem seja lido com atenção antes de fechar o negócio. Verifique todos os itens que estão cobertos, especialmente serviços de emergência médica, translado, repatriação de corpo e limitações do seguro.

“Mantenha sempre à mão o número da apólice e as informações de contato da seguradora durante a viagem, para facilitar o acesso rápido ao atendimento em caso de necessidade. “Em caso de dúvidas, o viajante pode consultar um advogado especializado antes de contratar o seguro para garantir que os direitos e as obrigações estão bem definidos”, orienta Thayan.

 

Ranking mostra principais queixas dos consumidores brasileiros

Atrasos  em entregas e falta de qualidade
desagradam os consumidores 
 
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Estudo revela as causas de insatisfação dos consumidores e destaca o que as empresas precisam fazer para oferecer experiências mais satisfatórias


Problemas como atrasos em entregas, propaganda enganosa e atendimento insatisfatório estão entre as principais razões de insatisfação dos consumidores em suas experiências de compra. É o que mostra o estudo CX Trends 2025, realizado pela Octadesk, plataforma de atendimento da LWSA, em parceria com o Opinion Box.

De acordo com o levantamento, os principais problemas relatados pelos consumidores incluem produtos ou serviços com qualidade abaixo do esperado (26%), entregas atrasadas (24%) ou não realizadas (21%), propaganda enganosa (24%), problemas no atendimento (20%) e falta de retorno sobre reclamações e solicitações (18%).

“A pesquisa deixa claro que os consumidores estão cada vez mais exigentes e atentos à qualidade dos produtos e serviços. Para as empresas, esses dados são um alerta: melhorar a experiência do cliente não é mais uma opção, mas uma necessidade competitiva”, afirma Rodrigo Ricco, fundador e diretor da Octadesk. “Monitorar essas dores permite agir de forma proativa, corrigindo falhas no atendimento, na logística e na comunicação para garantir um relacionamento mais sólido e confiável com o público”, acrescenta.

O estudo também revelou que os consumidores esperam ações claras por parte das marcas para melhorar suas experiências, como a resolução rápida de problemas (37%), ampliação das opções de frete (37%), cupons de descontos em compras futuras (33%) e redução do tempo de entrega (32%).

“O consumidor brasileiro deixou claro o que ele espera: agilidade, clareza e um atendimento empático. Para as marcas, isso é uma oportunidade de se destacar, não apenas pelo que vendem, mas pela maneira como atende e se conectam com seus clientes”, diz. 


O impacto do crescimento das vendas online no comportamento do consumidor

O estudo também evidencia a forte presença do comércio eletrônico no Brasil. Nos últimos 12 meses, 77% dos consumidores brasileiros realizaram compras tanto online quanto em lojas físicas, reforçando o comportamento híbrido de consumo.

Entre os fatores mais influentes na decisão de compra estão frete grátis (62%), qualidade do produto ou serviço (56%) e preço competitivo (53%) — os mesmos itens que, quando mal gerenciados, lideram as causas de insatisfação. 

Os principais canais de compra incluem lojas online (68%), marketplaces (66%) e lojas físicas (64%). Além disso, plataformas como WhatsApp (30%) e Instagram (28%) destacam-se cada vez mais no processo de decisão, mostrando a importância crescente das redes sociais no comércio brasileiro. “O estudo comprova que redes sociais têm avançado do lugar de publicidade para se tornar uma opção de canal de compra para os consumidores, muito por conta da oferta por pequenos empreendedores. O WhatsApp se destaca neste sentido, tendo forte crescimento, com quatro pontos percentuais a mais em comparação com o ano passado”, destaca o diretor da Octadesk. 

Para acessar o relatório completo, clique aqui.


CX Trends

 

Ampliação do prazo de consignado para 96 meses: especialistas alertam para riscos de superendividamento

 

Advogada Renata Abalém orienta aposentados e pensionistas sobre cuidados necessários ao contratar empréstimos com prazos estendidos


O Ministério da Previdência Social e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciaram a ampliação do prazo máximo para pagamento de empréstimos consignados de 84 para 96 meses (equivalente a oito anos). A medida visa facilitar a vida dos beneficiários, reduzindo o valor das parcelas e permitindo que aposentados, pensionistas e titulares de benefícios de prestação continuada (BPC Loas) tenham mais margem para solicitar crédito ou renovar seus empréstimos. 

A advogada, Diretora Jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte- IDC, membro da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/SP, Renata Abalém, destaca a importância de uma análise minuciosa antes de assumir ou renegociar dívidas. 

“A ampliação do prazo de pagamento pode levar a uma falsa sensação de alívio financeiro, incentivando o consumidor a assumir compromissos além de sua capacidade de pagamento”, diz a advogada. 

Renata Abalém alerta que essa prática pode resultar em um ciclo de endividamento difícil de ser revertido, especialmente para aposentados que dependem de uma renda fixa. 

“Vale lembrar ainda que as instituições financeiras estão obrigadas a fornecer informações claras e detalhadas sobre as condições do empréstimo, incluindo taxas de juros, CET e possíveis encargos adicionais”, avisa a especialista. 

A advogada explica também que, em caso de dificuldade para cumprir com o pagamento das parcelas, o consumidor tem o direito de buscar a renegociação da dívida, visando condições mais favoráveis que se ajustem à sua realidade financeira. A advogada enfatiza ainda que a educação financeira é uma ferramenta poderosa para prevenir o superendividamento.

 

Cuidados a serem adotados:

1. Avaliação da Capacidade de Pagamento: Antes de contratar ou estender um empréstimo, é fundamental que o consumidor analise sua real capacidade financeira, considerando todas as despesas mensais e possíveis imprevistos. 

2. Custo Total do Empréstimo: Prazos mais longos podem resultar em um aumento significativo do valor total pago devido aos juros acumulados. É essencial solicitar ao banco ou instituição financeira o cálculo do custo efetivo total (CET) do empréstimo. 

3. Necessidade Real do Crédito: Avalie se o empréstimo é realmente necessário ou se existem alternativas para resolver a situação financeira sem contrair novas dívidas. 



Fonte:
Renata Abalém - advogada, Diretora Juridica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte- IDC, membro da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/SP.


Desmatamento no Cerrado cai 33% em 2024, mas área total preocupa pesquisadores

Mais de 700 mil hectares foram derrubados no último ano, área maior que o Distrito Federal

 

O desmatamento no Cerrado atingiu 712 mil hectares durante o ano de 2024, uma redução de 33% em relação a 2023, quando o bioma registrou 1 milhão de hectares derrubados. Apesar da desaceleração, pesquisadores reforçam que a área total – maior que o Distrito Federal – ainda é elevada e traz riscos para o bioma e seus moradores. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pelo SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado) desenvolvido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). 

“A queda do desmatamento no Cerrado em 2024 possivelmente representa um efeito das políticas de combate e controle implementadas neste último ano. Apesar da redução, a área total desmatada segue nos patamares elevados quando comparamos com a série histórica e também com o desmatamento em outros biomas, como a Amazônia. Por exemplo, tivemos por volta de 700 mil hectares desmatados no Cerrado nesse último ano. Já na Amazônia foram 380 mil hectares desmatados no mesmo período. Quase duas vezes menos” afirma Fernanda Ribeiro, pesquisadora do IPAM e coordenadora do SAD Cerrado. 

Fundamentais para a conservação do bioma, áreas com CAR (Cadastro Ambiental Rural) privado concentraram 78% de toda a área desmatada no bioma: cerca de 555 mil hectares. Atualmente, cerca de 62% da vegetação nativa do Cerrado está dentro de propriedades rurais submetidas às regras do Código Florestal, que permitem o desmatamento de 80% da área total das propriedades do bioma fora da Amazônia Legal. Apesar do respaldo legal, o desmatamento de áreas privadas traz riscos tanto para a biodiversidade do bioma quanto para as próprias propriedades, que passam a sofrer com secas mais severas e clima mais extremo.
 

Matopiba ainda concentra o desmatamento do Cerrado 

A fronteira do Matopiba – região composta pelo Tocantins e partes dos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia – concentrou 82% de todo o desmatamento no Cerrado em 2024, totalizando 586 mil hectares perdidos. Dentre os Estados da região, se destaca o Maranhão que, apesar de uma redução de 26% na área desmatada, foi responsável por 225 mil hectares perdidos, cerca de 31% de todo o Cerrado desmatado durante 2024. 

A mesma tendência pode ser observada nos outros Estados da fronteira agrícola. Tocantins, segundo Estado que mais desmatou na região, reduziu seu desmatamento do Cerrado em 26% em relação a 2023, mas ainda perdeu 171 mil hectares de vegetação nativa. No Piauí, por sua vez, foram derrubados 114 mil hectares, 12% a menos do que em 2023. Já na Bahia, Estado do Matopiba que menos desmatou o Cerrado, foram perdidos 72 mil hectares, uma redução de 54%. 

“O Matopiba é a região do Cerrado com maior número de propriedades privadas e remanescentes de vegetação nativa passíveis de serem legalmente desmatadas. Isso evidencia a necessidade de outros instrumentos que vão além das políticas de combate e controle. A mudança desse cenário depende de um maior engajamento com o setor privado, além de ações de ordenamento territorial e instrumentos econômicos e regulatórios como vemos na Amazônia”, destaca a pesquisadora.


Municípios do Cerrado com maior área desmatada
 

Todos os 10 municípios com maior área de Cerrado desmatada em 2024 estão no Matopiba, sendo cinco no Maranhão, três no Tocantins, dois no Piauí e um na Bahia. Somados, totalizam 119 mil hectares desmatados, ou 16,7% de tudo que foi derrubado no bioma em 2024. 
 

Estado

Desmatamento em 2024 (ha)

Alteração em relação a 2023

Maranhão

225.881

-26%

Tocantins

171.798

-26%

Piauí

114.604

-12%

Bahia

72.627

-54%

Minas Gerais

42.349

-39%

Mato Grosso

29.722

-32%

Goiás

26.655

-59%

Mato Grosso do Sul

23.352

-21%

No coração do Matopiba, a proximidade de municípios com mais desmatamento também chama a atenção. Juntos, os municípios vizinhos de Balsas (MA), Alto Parnaíba (MA), Mateiros (TO) e Ponte Alta do Tocantins (TO) são os quatro primeiros da lista com maior desmatamento registrado, totalizando 61 mil hectares desmatados, cerca de 10% da área desmatada no Matopiba. 

Balsas, cidade na primeira posição da lista, desmatou 17,6 mil hectares, uma redução de 37% em relação a 2023. O município vizinho de Alto Parnaíba, que ocupa a segunda posição na lista, desmatou 16,6 mil hectares, 29% a menos do que no período anterior. No Tocantins, Ponte Alta aumentou seu desmatamento em 61%, perdendo 15 mil hectares de vegetação nativa, enquanto Mateiros diminuiu 5,7% e chegou a 11,5 hectares derrubados. 

O quinto município com mais desmatamento do bioma é São Desidério, que já esteve na primeira posição da lista em anos anteriores. Em 2024, teve 12,5 mil hectares desmatados, uma redução de 65% em relação ao ano anterior.
 

Padrão fundiário do desmatamento do Cerrado 

Depois das áreas com CAR, os vazios fundiários – áreas sem posse ou mecanismos de governança definidos – são a segunda categoria fundiária mais desmatada, correspondendo a cerca de 10% dos alertas de desmatamento ou 70 mil hectares de vegetação nativa. 

Outro destaque foram as áreas desmatadas em unidades de conservação, que responderam por 5,6% do desmatamento do Cerrado em janeiro, totalizando 39 mil hectares suprimidos. As principais áreas protegidas atingidas também foram aquelas localizadas no Matopiba, como a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, que perdeu 12 mil hectares para o desmatamento, e o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, que teve 6,7 mil hectares desmatados.
 

Sobre o SAD Cerrado 

O Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado é um projeto de monitoramento mensal e automático que utiliza imagens de satélites ópticos do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia. O SAD Cerrado é uma ferramenta analítica que fornece alertas de supressão de vegetação nativa para todo o bioma, trazendo informações sobre desmatamento no bioma desde agosto de 2020. 

A confirmação de um alerta de desmatamento é realizada a partir da identificação de ao menos dois registros da mesma área em datas diferentes, com intervalo mínimo de dois meses entre as imagens de satélite. O método é detalhado no site do SAD Cerrado. 

Os relatórios de alertas para o ano de 2024 e períodos anteriores estão disponíveis neste link. No painel interativo, é possível selecionar estados, municípios, categorias fundiárias e o intervalo temporal para análise. 

O objetivo do sistema é fornecer alertas de desmatamentos maiores de 1 hectare, atualizados mês a mês. Pesquisadores entendem que o SAD Cerrado constitui uma ferramenta complementar a outros sistemas de alerta de desmatamento no bioma, como o DETER Cerrado, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), otimizando o processo de detecção em contextos visualmente complexos. 

Acesse os dados georreferenciados clicando aqui.

 

Planejamento sucessório: desafios e soluções para um mundo cada vez mais conectado e digital

Advogada aponta possibilidades de proteção de herança digital; criação de cofre digital e uso de ferramentas de “contatos de legado” são opções
 

Com o crescimento dos ativos digitais, como criptomoedas, NFTs e contas monetizadas, a sucessão digital se torna um desafio cada vez mais relevante. A falta de acesso a senhas, autenticação em dois fatores e restrições impostas pelas plataformas dificultam o processo para os herdeiros, tornando essencial um planejamento prévio. 

Segundo Vanessa Paiva, especialista em Direito de Família e Sucessão, “algumas empresas, como Google e Facebook, já oferecem ferramentas para designação de "contatos de legado". Essas ferramentas permitem que o usuário escolha uma pessoa que poderá acessar suas contas após o falecimento, ou até mesmo permitir que o perfil seja transformado em memorial, com restrições de acesso, preservando a privacidade”. 

Algumas plataformas já oferecem ferramentas como "contatos de legado", que permitem a designação de herdeiros para a gestão de contas após o falecimento. “O Google, por exemplo, permite que o usuário faça um planejamento de contas inativas, estabelecendo ações automáticas após um período de inatividade. Essas práticas já ajudam a minimizar disputas e complicações para os herdeiros”, pontua a especialista. 

A tendência para 2025 é que as plataformas digitais aprimorem soluções para a sucessão digital, alinhando-se às legislações de privacidade, como a LGPD e o GDPR. A advogada faz um alerta para as famílias e testadores: “criem um inventário seguro de todas as senhas e acessos às contas digitais, utilizando cofres digitais ou serviços de gerenciamento de senhas confiáveis. Além disso, é importante registrar informações claras sobre como acessar as plataformas e serviços, incluindo a possibilidade de configurar contatos de legado ou herdeiros nas plataformas que ofereçam essa opção. As senhas devem ser compartilhadas com uma pessoa de confiança ou armazenadas de forma segura, como em um testamento digital ou em cofres físicos. É fundamental garantir que o planejamento esteja em conformidade com as políticas de privacidade e proteção de dados das plataformas, para evitar problemas legais.”

 

Vanessa Paiva - advogada especialista em Direito de Família e Sucessões; pós-graduada e mestre em direito; professora de Direito de Família; autora de obras jurídicas e sócia administradora do escritório Paiva & André Sociedade de Advogados.
 


Fake News e desinformação entre os usuários são os maiores responsáveis por ataques cibernéticos no Brasil

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No dia 7 de fevereiro é comemorado o Dia da Internet Segura, com objetivo de alertar a sociedade sobre os riscos dos crimes virtuais

 

Idealizado em 7 de fevereiro de 2003, o Dia da Internet Segura (Safer Internet Day) tem objetivo de estimular o uso ético e seguro do ambiente virtual e as tecnologias presentes, como as redes sociais, por exemplo. A iniciativa está a cargo do programa Safer Internet Plus (Comissão Europeia), com unidade estabelecida no Brasil. 

A organização criou uma Central Nacional de Denúncias sobre Crimes Cibernéticos, tornando-se a principal fonte de apoio da população sul-americana. Os dados disponibilizados pela organização revelam que 2.500 denúncias são formalizadas, diariamente, envolvendo conteúdos indevidos.
 

Entre os principais crimes identificados no ambiente virtual, estão: pornografia infantil ou pedofilia, racismo, nazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia e maus tratos contra animais.


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 Quais fatores influenciam os ataques cibernéticos? 

Existem várias motivações para os ataques dos cibercriminosos, contudo, o aumento de empresas operando no modelo e-commerce, despertou o interesse de grupos mal-intencionados. Uma pesquisa divulgada pela consultoria Big Data Corp revelou que em 2023, o número de lojas online brasileiras chegou a 1,9 milhões. No mesmo período, as tentativas de ataques aumentaram em 106%. 

Além dos problemas com ataques virtuais e vazamento de dados dos cidadãos, a sociedade tem mais um desafio a enfrentar: a proliferação de desinformação verificada nas redes sociais, na forma de fake news. De modo resumido, o termo inglês é usado para explicar uma mentira divulgada em forma de notícia. 

Nesse sentido, é importante destacar os resultados verificados por uma pesquisa do Instituto Locomotiva, solicitado pelo portal da Agência Brasil. Cerca de 90% da população confirma que já acreditou em algum tipo de conteúdo falso. Apesar do índice elevado, 62% dos entrevistados ressaltaram que têm capacidade de diferenciar informações falsas das verdadeiras. 

Em razão das informações citadas, os setores envolvidos (poder público, iniciativa privada, OSCs - Organizações da Sociedade Civil e instituições de ensino) têm a grande responsabilidade de esclarecer a população e orientar sobre as principais ações de prevenção.

O Senac EAD está comprometido com a formação profissional de especialistas em tecnologia, oferecendo um portfólio completo, na modalidade de graduação, confira os títulos: 

- Tecnologia em Banco de Dados

- Tecnologia em Redes de Computadores

- Tecnologia em Segurança da Informação

- Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

- Tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação

- Tecnologia em Sistemas para Internet 

A novidade fica por conta da graduação de Tecnologia em Segurança Cibernética que está com matrículas abertas e início das aulas confirmadas para 3 de fevereiro. Se você deseja construir uma carreira na área de proteção das informações digitais, acesse o site do Senac EAD e avalie os diferenciais dos cursos.

 

A qualidade da mão de obra profissional na indústria e no segmento elétrico é de chocar

Com os muitos anos de vivência no setor eletroeletrônico temos constatado a carência de mão de obra capacitada nos processos de seleção e contratação. Em nossos contatos e entrevistas para oportunidades profissionais, não reconhecemos perfis que se alinham a nossa demanda. Portanto, fica claro que há uma lacuna principalmente na formação técnica ou profissionalizante para o segmento eletroeletrônico. 

Diante de milhares de lamentos e reclamações diárias na internet de um grupo específico, juvenil ou denominado como da ‘Geração Z’ em relação à falta de empregos, chega-se a estranhar este lamento, de “falta de oportunidades’. A realidade é que não se encontram com facilidade profissionais com o mínimo de base necessária. O problema central dos trabalhadores que estão iniciando no mercado de trabalho verdadeiramente é em maior medida o descomprometimento com dia a dia da operação de uma indústria, lidar com a hierarquia, procedimentos e ter a humildade para querer aprender parecem requisitos básicos de quem está iniciando um processo de aprendizagem, entretanto, há uma ausência desta consciência com posturas completamente inadequadas. 

Atualmente, nossa empresa tem realizado um esforço enorme para encaminhar recém contratados e jovens para cursos técnicos, literalmente complementando sua formação acadêmica e não só com treinamentos específicos, mas investindo em cursos de profissionalização na operação de máquinas e equipamentos, e por vezes em legislação e normas de segurança do trabalho. Há sempre questionamentos e dúvidas se estão efetivamente preparados para as necessidades reais do empregador do setor elétrico. 

O que é notório é que se as empresas não fizerem investimentos regulares nos contratados, na capacitação deles para desempenhar suas funções de forma satisfatória, quase sempre os resultados para os contratantes não serão positivos. Além disso, diversos funcionários mesmo em início de carreira já chegam com vícios graves em sua formação, muitas vezes com visões distorcidas a partir de culturas organizacionais bem diferentes daquelas de outras empresas do mercado que são a maioria. 

Uma dificuldade comum é o tempo gasto para agregar valor no trabalho, tanto para o jovem quanto para empresa. Muitas vezes precisamos contratar o profissional inacabado, e fica evidente a grande carência de conhecimentos e capacidade, e a também a presença de deficiências entre esses novos profissionais. 

Nas diversas categorias ocupacionais o perfil do chamado operário de ‘chão de fábrica’ onde o problema é mais frequente. O entrave da educação básica aqui também é notório. Há pessoas que nunca tiveram um plano de saúde, nem sabem como são seus respectivos benefícios e as normas contratuais e neste perfil de trabalhador durante o processo seletivo, por absurdo que pareça, descobrimos que estamos concorrendo com benefícios. 

Por outro lado, dentro da fábrica eles não entendem como um protetor auricular é importante para sua audição e saúde geral. Não compreendem que a falta do equipamento pode prejudicá-lo ao longo da sua vida, além de contrariar a legislação da segurança do trabalho. Há alguns que não conseguem enxergar a importância do uso de uma bota de proteção contra acidentes.   

Vários deles não entendem que o uniforme tem que estar em dia e que ele reflete na sua aparência e marca pessoal. Portanto, muitos não percebem os conceitos essenciais para sua formação como ser humano, que abarcam sua instrução, organização, dress code, ou seja, a vestimenta do dia a dia, além de outros aspectos cotidianos. 

Por essa razão, quase sempre nossa empresa precisa ajudar a formar a pessoa para depois formar o profissional. O que presenciamos no cotidiano é um esforço muito grande para treinar além do escopo profissional, ou seja, na prática edificar um cidadão mais completo. 

Lamentavelmente, cursos técnicos, profissionalizantes, de aperfeiçoamento ou de capacitação, além da própria formação dentro de casa, têm gerado um grupo de cidadãos muito limitados. Isso em geral nem é culpa da própria pessoa, mas na verdade do nosso conjunto de alternativas para formação e qualificação.  Há vários indivíduos que não possuem a consciência da importância dele e do que ele faz. 

Precisamos, portanto, pensar melhor sobre a necessidade da educação básica para a indústria e na formação do indivíduo e do profissional. 

Outro ponto, é a necessidade de refletir também como fazer com responsabilidade, por exemplo, a transformação de um trabalhador rural para torná-lo um eletricista de rede de distribuição. É altamente arriscado treinar um eletricista em apenas três meses para trabalhar numa rede elétrica. Isso tem de ser muito bem analisado. Vivenciamos recentemente inúmeros problemas elétricos, qualquer chuva, intensa ou não tem causado transtornos e prejuízos significativos. São os produtos que são ruins? Não, são mal instalados, porque a qualidade da mão de obra é insuficiente e os produtos não são corretamente aplicados. 

Um outro aspecto é que, em empresas com perfis de pequeno e médio porte, é preciso também que o colaborador seja um generalista na função e muitos jovens têm dificuldades em exercer o trabalho com esse posicionamento. Também porque não estão habituados a usar tudo aquilo que, teoricamente, aprenderam. A questão é que boa parte dos jovens profissionais iniciantes entende que tem de ser sempre específicos e por essa razão este trabalhador iniciante apresenta muitas dificuldades em exercer tarefas mais diversificadas. O fato é que profissional que se destaca é aquele que consegue agregar várias habilidades. 

Uma contradição é que a educação profissional focada na indústria tem se destacado em todo o mundo, principalmente com o avanço tecnológico acelerado e a demanda crescente por competências específicas no mercado de trabalho. Como consequência, é preciso pensar na formação, treinamento e educação como um todo. 

Segundo a Unesco, aproximadamente 10% dos estudantes do ensino secundário no mundo estão matriculados em cursos técnicos e profissionais. Em países como Alemanha, esse número é muito mais alto, chegando a 50%, refletindo a forte parceria entre instituições educacionais e indústrias. 

Até o ano que vem, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), prevê que, o Brasil vai precisar de aproximadamente 9,6 milhões de profissionais com capacitação específica em áreas tecnológicas e de engenharia. No entanto, apenas cerca de 8% dos estudantes do ensino médio estão matriculados em cursos técnicos e profissionalizantes, ou seja, muito abaixo de países desenvolvidos. 

O Sistema S (Senai, Senac, entre outros) tem papel fundamental na oferta de cursos técnicos, profissionalizantes ou de capacitação para preparar mão-de-obra para setores específicos do comércio, indústria e serviços, mas ele não alcança a educação dentro de casa, também chamada de educação parental (parenting). É ela que trata da criação dos filhos, com todas as práticas, cuidados e orientações que os pais e mães deveriam fornecer para o desenvolvimento e bem-estar de suas crianças. 

Talvez seja preciso que os sistemas de apoio profissional (sistema S), as empresas ou ONGs educativas reflitam com mais atenção nesse ‘público anterior’ que está dentro de casa, recorrendo a educadores especializados em ‘andragogia’, que é a metodologia de educação para adultos, e é desenvolvida a partir do compartilhamento de experiências entre aluno e professor. 

Este deveria ser a discussão séria a ser tratada na esfera que engloba todos os atores que tratam da educação básica e do trabalhador e não uma discussão que já se inicia com uma mentira que que é a dita “jornada 6x1” afinal 44 horas semanais, são 5 dias e meio de trabalho por um e meio de descanso.

 


Marcelo Mendes - gerente geral da KRJ Conexões ( https://krj.com.br/ ). É economista e executivo de marketing e vendas do setor eletroeletrônico há mais de 15 anos, com atuação inclusive em vários mercados internacionais.


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