O tal do novo normal também é muito especulado no mercado de turismo. Aprendemos, por impulso da pandemia, infelizmente por um motivo tão terrível, que o mundo pode ter menos fronteiras do que imaginamos e que é possível trabalhar de todos os lugares. Sabe aquele sonho de morar fora ou fazer um intercâmbio? Não é preciso mais rasgar a CLT para isso e ir buscar a sonhada oportunidade.
Outro fato comprovado é que, aqueles lugares nunca
antes imaginados, acabaram ganhando a atenção dos viajantes. Segundo
levantamento da OLX, a procura por cidades do interior, sítios e lugares mais
recuados cresceu 52% durante a pandemia.
É fato que ainda vai demorar para termos a tão
sonhada retomada. Mas se não começarmos a pensar nisso agora, será que
estaremos preparados para construir um dos setores que mais sofrem metamorfose
diante do nosso cenário atual? O que vamos encontrar lá na frente?
Um recente estudo do Airbnb apontou que uma das
palavras determinantes para começarmos a pensar no futuro será “flexibilidade”.
Seja de datas, pois as pessoas não estão mais com os calendários restritos às
suas férias, ou de novos formatos de experiências.
O mesmo estudo ainda apontou um recorde de
diversificação de países e cidades. De 2020 até hoje, aproximadamente cem mil
cidades tiveram reservas. Obviamente, aqui, temos o fato de que o turismo não
se constrói mais pela vontade de conhecer aquele lugar que viu no instagram ou
em algum vídeo de um famoso influenciador. As pessoas começaram a buscar
propósito, renascimento, diversidade cultural e, acima de tudo, segurança.
Além da diversificação, estadias mais longas foram
apontadas pela pesquisa. E, vejam, em 7 dias não conhecemos nem a cidade em que
moramos, imagina outra cultura? Com essa informação, temos uma mina de
ouro nas mãos para moldarmos uma rotina mais adaptada e com opções
diversificadas aos turistas.
Outro estudo, dessa vez do Booking, apontou que os
turistas esperam, em seu percurso, bem mais do que uma bela paisagem. 71% dos
entrevistados querem conhecer um lugar mais sustentável. 84% esperam que a
indústria os ofereçam opções mais sustentáveis.
O que nos mostra que as gigantescas empresas que
fornecem aqueles pacotes que há anos são os mesmos, terão que se adaptar. Ponto
positivo para os agentes independentes. Aquelas pessoas que conhecem muito bem
cada particularidade de sua região. Elas, sim, estão passos e passos à
frente.
A pesquisa ainda apontou que 64% das pessoas
desejam viajar bem mais no futuro e 57% vão suprir aquela data comemorativa que
passou em branco, com uma viagem. Para finalizar o estudo, um dado muito
curioso, nos dá um belo sinal do famoso “normal”, que todos esperam.
54% dos entrevistados pretendem conhecer novos
lugares na própria região em que moram. E, para isso, é necessário bem mais do
que um cartaz no shopping. Será preciso uma rede colaborativa capaz de oxigenar
entretenimento e fomentar a retomada real. Viajar não será mais como sempre
foi.
Rui Santoro - CEO da Local, startup brasileira de
conexão e empoderamento social com foco no mercado de turismo.
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