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sexta-feira, 28 de maio de 2021

Não podemos esperar qual será o futuro do turismo. Devemos inventá-lo!

O tal do novo normal também é muito especulado no mercado de turismo. Aprendemos, por impulso da pandemia, infelizmente por um motivo tão terrível, que o mundo pode ter menos fronteiras do que imaginamos e que é possível trabalhar de todos os lugares. Sabe aquele sonho de morar fora ou fazer um intercâmbio? Não é preciso mais rasgar a CLT para isso e ir buscar a sonhada oportunidade.

Outro fato comprovado é que, aqueles lugares nunca antes imaginados, acabaram ganhando a atenção dos viajantes. Segundo levantamento da OLX, a procura por cidades do interior, sítios e lugares mais recuados cresceu 52% durante a pandemia. 

É fato que ainda vai demorar para termos a tão sonhada retomada. Mas se não começarmos a pensar nisso agora, será que estaremos preparados para construir um dos setores que mais sofrem metamorfose diante do nosso cenário atual? O que vamos encontrar lá na frente?

Um recente estudo do Airbnb apontou que uma das palavras determinantes para começarmos a pensar no futuro será “flexibilidade”. Seja de datas, pois as pessoas não estão mais com os calendários restritos às suas férias, ou de novos formatos de experiências. 

O mesmo estudo ainda apontou um recorde de diversificação de países e cidades. De 2020 até hoje, aproximadamente cem mil cidades tiveram reservas. Obviamente, aqui, temos o fato de que o turismo não se constrói mais pela vontade de conhecer aquele lugar que viu no instagram ou em algum vídeo de um famoso influenciador. As pessoas começaram a buscar propósito, renascimento, diversidade cultural e, acima de tudo, segurança.

Além da diversificação, estadias mais longas foram apontadas pela pesquisa. E, vejam, em 7 dias não conhecemos nem a cidade em que moramos, imagina outra cultura?  Com essa informação, temos uma mina de ouro nas mãos para moldarmos uma rotina mais adaptada e com opções diversificadas aos turistas.

Outro estudo, dessa vez do Booking, apontou que os turistas esperam, em seu percurso, bem mais do que uma bela paisagem. 71% dos entrevistados querem conhecer um lugar mais sustentável. 84% esperam que a indústria os ofereçam opções mais sustentáveis. 

O que nos mostra que as gigantescas empresas que fornecem aqueles pacotes que há anos são os mesmos, terão que se adaptar. Ponto positivo para os agentes independentes. Aquelas pessoas que conhecem muito bem cada particularidade de sua região. Elas, sim, estão passos e passos à frente. 

A pesquisa ainda apontou que 64% das pessoas desejam viajar bem mais no futuro e 57% vão suprir aquela data comemorativa que passou em branco, com uma viagem. Para finalizar o estudo, um dado muito curioso, nos dá um belo sinal do famoso “normal”, que todos esperam. 

54% dos entrevistados pretendem conhecer novos lugares na própria região em que moram. E, para isso, é necessário bem mais do que um cartaz no shopping. Será preciso uma rede colaborativa capaz de oxigenar entretenimento e fomentar a retomada real. Viajar não será mais como sempre foi. 



Rui Santoro - CEO da Local, startup brasileira de conexão e empoderamento social com foco no mercado de turismo.


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