Durante a pandemia,
câncer de pulmão é desafio para os médicos, pois os sintomas são
semelhantes aos de Covid-19 e o vírus pode agravar a doença
Atrás apenas do câncer de pele não melanoma,
o câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum no Brasil e também é o
que mais mata. O tabagismo é apontado como o principal fator de
risco: as estatísticas indicam que 85% dos casos estão associados ao
hábito de fumar, mas esse índice tem sido reduzido, conforme relatos de
especialistas. Apesar de o dia 31 de maio ser o Dia Mundial Sem
Tabaco para alertar sobre mortes evitáveis relacionadas ao
tabagismo, os médicos também precisam estar atentos aos casos
de pacientes não fumantes que chegam aos serviços de saúde com
tumores já em estágio avançado. É o que alerta a presidente do
Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira.
A exposição
passiva ao tabaco, doenças pulmonares,
histórico familiar de câncer de pulmão e avanço da idade são alguns dos fatores
que devem ter a atenção também dos não fumantes. Além disso, exposição
recorrente a altos níveis de poluição do ar, gás radônio e amianto — encontrado em locais de
atividades de mineração — também
são considerados fatores de risco da doença. “Hoje, os consultórios
médicos já registram índices próximos a 20% dos novos casos de câncer de
pulmão em pacientes que nunca fumaram. Isso reforça a necessidade do
diagnóstico precoce e do conhecimento específico da doença, para elevar o
potencial de cura" reforça o Dr. Igor Morbeck, oncologista e membro
do comitê científico do LAL.
De acordo com o INCA, apenas 16% dos cânceres
são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa
de sobrevida de cinco anos é de 56%. É importante ter consciência do
corpo e procurar atendimento médico se algo sair do comum, alerta a presidente
do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira. "É preciso enxergar
a importância de criarmos um vínculo com a nossa saúde para que o diagnóstico
de doenças como o câncer de pulmão ocorra no início e, assim, possamos mudar o
curso da história a favor da vida", destaca. O aumento do número de
diagnósticos precoce pode diminuir o número de mortes e contribuir para a
qualidade de vida do paciente que enfrenta a doença. A detecção do câncer de
pulmão pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos,
laboratoriais ou radiológicos.
Durante a pandemia de Covid-19, a
progressão do câncer é três vezes mais rápida. Para se ter uma ideia, só
no serviço privado, o diagnóstico precoce de câncer de pulmão geraria economia
de R$3,42 bi/ano, o que equivale a R$1.122/minuto, segundo pesquisa do
instituto IQVIA em parceria com o LAL. “A falta de
diagnóstico precoce já era um problema antes da pandemia. Precisamos enfatizar
a importância de manter as consultas em dia, mesmo
durante o distanciamento social, porque a interrupção
do tratamento faz o tumor evoluir de forma mais veloz de um estágio para o
outro”, afirma Marlene.
Sintomas
Tosse persistente ou com sangue, falta de ar,
dor no peito, rouquidão, fadiga, perda de peso, perda de apetite,
pneumonia recorrente ou bronquite, sentir-se cansado ou fraco e, nos
fumantes, ritmo habitual da tosse alterado com crises em horários incomuns são
sinais para de atenção.
Instituto Lado a Lado Pela Vida (LAL)
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