Segundo dados da
Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), um estudo feito com
pacientes portadores da doença no mundo, em 2013, mostra que 85% deles
apresentam EM do tipo remitente recorrente (EMRR)Diagnóstico é feito por exames neurológicos
Divulgação
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crônica
e autoimune, em que as células de defesa do organismo trabalham de forma a
atacar o próprio sistema nervoso central, causando uma série de lesões no
cérebro e na medula. Para intensificar a conscientização em prol da prevenção e
diagnóstico precoce da doença, o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, lembrado no
dia 30 de maio, terá para o biênio 2020-2022 o tema “Conexões EM”.
Ainda que não tenha suas causas totalmente
definidas, a Esclerose Múltipla, de acordo com a Associação Brasileira de
Esclerose Múltipla (ABEM), afeta 35 mil brasileiros e é uma doença que atinge,
em especial, mulheres de 20 a 40 anos, causando, principalmente, dificuldades
visuais, motoras e sensitivas. A progressão da doença é individual, variando de
um paciente para outro. Segundo dados da Associação Brasileira de Esclerose
Múltipla (ABEM), em um estudo feito com 2,3 milhões de pacientes no mundo, em
2013, 85% dos entrevistados apresentam a doença em sua forma mais recorrente, a
do tipo Remitente Recorrente (EMRR).
Os principais tipos de Esclerose Múltipla
A EM é uma doença que pode ser dividida em dois
grandes grupos. O primeiro, chamado de EM Remitente-Recorrente ou EMRR, é a
modalidade mais frequente. É caracterizada por um padrão conhecido como
surto-remissão, no qual os sintomas ocorrem em surtos com duração superior há
24 horas, seguidos de melhora e remissão (total ou parcial) dos sintomas. Nos
primeiros anos da doença, a recuperação costuma ser completa e sem sequelas.
Já o segundo grupo, contém as formas denominadas
progressivas (primariamente ou secundariamente progressivas – EMPP e EMSP) e
representa de 15% a 20% dos casos. Nestas formas, os pacientes apresentam
avanço lento e gradual da doença, mesmo sem que sejam caracterizados surtos
dela.
Sintomas
No início, os principais sintomas da Esclerose
Múltipla podem se apresentar de forma mais branda, porém tornam-se mais graves
e acumulam sequelas à medida que a doença avança. Formigamentos, fadiga,
distúrbios visuais, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio, da coordenação motora
e disfunção urinaria são sinais da enfermidade e precisam ser investigados.
“Algumas doenças, como a Esclerose Múltipla, se manifestam de forma silenciosa
e, caso não ocorra um diagnóstico precoce, o tratamento da doença pode sofrer
obstáculos e os pacientes podem acumular sequelas irreversíveis”, afirma
Belarmino Fonseca, médico neurologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico, feito pelo neurologista, é com base
na história clínica do paciente e nos sintomas apresentados. Além disso, exames
de sangue podem ajudar a descartar outras doenças com sintomas semelhantes aos
da esclerose múltipla. Os exames de imagem, como a ressonância magnética, são
muito importantes para o diagnóstico da doença. Os tratamentos dessa doença
buscam interromper os surtos e evitar a progressão da doença ao longo dos anos,
contribuindo, assim, para a qualidade de vida dos pacientes. Os medicamentos,
que variam a cada caso, devem ser prescritos pelo médico neurologista. É
importante destacar que tratar sintomas como os urinários e a fadiga é muito
importante para qualidade de vida da pessoa.
“As pessoas precisam ter em mente o quanto um
diagnóstico precoce pode mudar a vida de uma pessoa com esclerose múltipla.
Quando notar algo diferente do normal, é importante investigar os sintomas para
que o tratamento seja feito o quanto antes e tenha melhor eficácia. Outro ponto
importante a enfatizar é que a Esclerose Múltipla não é uma doença contagiosa,
não faz parte das doenças mentais, não tem cura e objetivo do tratamento
consiste em reduzir controlar a atividade da doença, os sintomas e frear o
ritmo de progressão”, conclui Belarmino.
Hospital Casa de Saúde Guarujá
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