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Aumento da inflamação que ocorre nesta época se deve à menor exposição da pele aos raios do sol
Uma doença inflamatória, não contagiosa e crônica da pele e das
articulações chamada psoríase, pode ser agravada com a aproximação do frio. Já
são cerca de 125 milhões de indivíduos com psoríase em todo o mundo e mais de 5
milhões apenas no Brasil. Segundo a médica dermatologista e membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Clarissa Prati, um
dos principais fatores para o aumento da inflamação que ocorre nesta época é a
menor exposição da pele aos raios do sol que atuam como anti-inflamatórios.
“As lesões pioram pelo ressecamento da pele como um todo que
ocorre nos meses mais frios. Além disso, os pacientes que utilizam medicamentos
tópicos tendem a reduzir seu uso. É importante hidratar a pele sempre após o
banho e intensificar o tratamento da doença, especialmente para aqueles
pacientes com gravidade menor, que apenas utilizam cremes e pomadas”, afirma.
Causada por fatores hereditários somados a gatilhos ambientais, como o
estresse, tabagismo, infecções e uso de certos medicamentos, a psoríase possui
quadros que podem variar de gravidade ao longo da vida, sobretudo quando
questões emocionais estão envolvidas. A forma mais frequente da doença é a
psoríase em placa, que ocorre em 80% a 90% dos pacientes, com lesões que podem
surgir em qualquer parte da pele, sendo mais frequentes no couro cabeludo,
cotovelos, genitais e joelhos. A doença não é frequente na infância -
representando menos de 4% de todas as doenças da pele, mas quando ocorre é mais
comum ser do tipo em placas.
“Há manifestações características da fase, especialmente nos menores de dois
anos, como placas vermelhas com pouca ou nenhuma descamação na área de
fraldas, periumbilical, face e unhas. De modo geral, os tratamentos estão cada
vez mais eficazes. Hoje, o objetivo é chegar na remissão máxima da doença, que
é manutenção do seu controle. Assim, é possível alcançar uma pele sem lesões ou
com o mínimo delas”, diz.
Pelo SUS, o Protocolo de tratamento foi atualizado em 2019 e, em fevereiro
deste ano, o Rol da Agência Nacional de Saúde também sofreu alterações. Agora
ambos incluem o manejo da psoríase com imunobiológicos, além das tradicionais
medicações sintéticas. A psoríase afeta a qualidade de vida dos pacientes,
interfere nas suas relações familiares, sociais e de trabalho além de, em
alguns casos, ser sugerido acompanhamento psicológico.
“Por ser doença aparente, há sempre alguém para sugerir algum tratamento. Mesmo
que seja feito com boa intenção, pode ser interpretado como julgamento. Assim,
o paciente se isola para evitar os comentários o que piora o emocional e pode
levar a transtornos como depressão e ansiedade", finaliza.
Fernanda Calegaro
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