sexta-feira, 28 de maio de 2021

Dia Mundial sem Tabaco: condição eleva fatores de risco para o coração

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 Cardiologista e pneumologista explica quais os malefícios do cigarro e dá dicas para largar o vício


O cigarro é um dos principais causadores evitáveis de doenças no mundo e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, o que pode piorar ainda mais quadros de infecções e doenças inflamatórias. Por este motivo, o Dia Mundial Sem Tabaco – lembrado nesta segunda-feira (31) – vai além de uma conscientização para deixar de fumar, mas sim de um alerta. 

Considerado como uma doença, o tabagismo pode elevar os fatores de risco para patologias que afetam, especialmente, o coração e o pulmão. O cigarro pode aumentar em cinco vezes as chances de incidência de infarto (uma das doenças que mais mata no mundo) e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% dos casos de infarto estão associados ao tabaco. 

No caso do pulmão, pode elevar em 40 vezes as chances de neoplasias (tumores) e outras doenças respiratórias. Apenas no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morrem precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo, conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

Em apenas uma tragada de cigarro, todos os vasos sanguíneos contraem e relaxam, prejudicando a circulação do sangue. As artérias endurecem, o que acelera os batimentos cardíacos, obrigando o coração a trabalhar de forma mais rápida. Além disso, durante o consumo, o sangue espessa, causando dificuldade no transporte do oxigênio. 


COVID-19

Outras ações prejudiciais do tabagismo, como falado anteriormente, é a piora no desfecho de qualquer doença inflamatória ou infecciosa, como a Covid-19. De acordo com o médico cardiologista e pneumologista do Hospital Cardiológico Costantini, Dr. Adriano Fonseca, devido ao comprometimento da capacidade pulmonar, uma pessoa fumante pode desenvolver, com mais chances, sintomas mais graves do coronavírus ou de qualquer doença infecciosa.  

No entanto, mesmo com essa informação, ocorreu um aumento de 34% no consumo de cigarro durante a pandemia que começou no início do ano passado, segundo uma pesquisa da Fiocruz. Ainda conforme esse estudo, o uso teve uma piora devido a outros problemas relacionados ao isolamento social, como ansiedade, depressão, insônia, estresse, nervoso e falta de interação social.  


MAS COMO PARAR DE FUMAR?

Dados como os mencionados anteriormente preocupam as organizações relacionadas à saúde pública. Por isso, desde 1989 foram criados programas para diminuir o uso do tabaco. Segundo o Dr. Adriano, a população mais jovem diminuiu o uso, desde o início do programa. Mas na tentativa de parar de fumar, muitas pessoas procuram alternativas. “Hoje, cerca de 15% da população mais jovem é fumante. No entanto, novos vilões apareceram: o narguilé, os vaporizadores e os cigarros eletrônicos", comenta o médico.

Dr. Adriano considera que esses itens são  facilitadores para o consumo de tabaco. “Porque o tabagismo atua principalmente no hábito, ou seja, no hábito de aprender a segurar, a fumar e a ter o cigarro. Além de facilitadores, eles possuem substâncias bastante nocivas para a área pulmonar e cardiovascular”, enfatiza. 

Mas como parar de fumar? O médico cardiologista e pneumologista do Hospital Cardiológico Costantini separou algumas dicas, usadas inclusive por ele para orientar pacientes que procuram ajuda profissional. Confira:

  • Ter vontade de parar de fumar (partir da própria pessoa, sem interferência de terceiros);
  • Eliminar gatilhos que facilitam o uso (por exemplo, algumas pessoas que tomam café e precisam fumar; ou utilizam de bebida alcoólica e precisam fumar - é necessário ter autoconhecimento e saber o que possibilita o uso);
  • Ter um dia D (marcar a data de quando parou e munir a pessoa de controle e autoconfiança para essa batalha que é abandonar o hábito de fumar);
  • Evitar pensar que a hora do cigarro é um momento prazeroso; 
  • Ter persistência (ao longo do caminho pode haver recaídas, mas a pessoa deve sempre lembrar do benefício ao final); 
  • Procurar ajuda psicológica e médica, quando necessário. 

“A pessoa tem o benefício a partir do primeiro momento em que ela para. Ela volta a ter o paladar integral, tem menos tosses, tem uma qualidade de vida e um bom controle de saúde no futuro”, conclui.


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