Alguns candidatos estão formados há anos e ainda não puderam concluir o processo de validação. Pandemia faz tema ser ainda mais urgente com a necessidade de mais profissionais na linha de frente da Covid-19
As provas que autorizam
médicos formados no exterior a trabalhar no Brasil nunca interessaram tanto à
população brasileira como em tempos de pandemia da Covid-19 e falta de
profissionais, principalmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros.
Isso se explica por termos cerca de 15 mil médicos interessados em trabalhar no
país, mas que precisam de autorização legal para exercer suas atividades. O
Revalida 2020 teve sua primeira etapa realizada em dezembro e as provas
práticas foram marcadas para 10 e 11 de julho. O Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais lançou o Revalida 2021, que tem inscrições abertas a
partir da próxima segunda-feira (31). A primeira etapa da edição 2021, com
prova teórica, está marcada apenas para 5 de setembro.
O exame do Revalida é
condição necessária para que os médicos formados em universidades estrangeiras
possam atuar regularmente no Brasil. Sem
esta aprovação, eles estão impedidos de exercer a profissão no país e auxiliar
no combate à pandemia, como explica o médico e professor especialista no exame,
Matheus Ferreira. “Há muita expectativa tanto para a prova prática da edição
2020, quanto para a versão 2021 do exame. O Brasil é um país que precisa de
profissionais de medicina e o revalida é a forma que existe para colocá-los no
mercado”. Não são realizadas edições do Revalida pelo Inep
desde 2017, e neste intervalo de tempo só foram validados diplomas em exames
realizados por algumas Universidades Federais. “Temos uma demanda reprimida
enorme, por isso a urgência em aplicar as provas”, destaca Ferreira, que neste
momento é coordenador de cursos online para candidatos ao exame. Historicamente a taxa de aprovação no
Revalida é de 18,4%, sendo que na última edição do exame, em 2017, foi de
apenas 5%.
A situação gera apreensão em
profissionais como Stefanya de Oliveira, formada em medicina na cidade de Santa
Cruz, na Bolívia, em 2018. Após a formatura, a primeira prova do Revalida foi em 2020 e ela
foi aprovada na primeira fase, e fará a segunda em julho. “É um sentimento de incerteza pelo
longo período de espera do processo e, ao mesmo tempo, sofremos muito com
preconceito nas redes sociais, enquanto nossa única vontade é trabalhar e
ajudar o país neste momento”, desabafa. Stefanya segue uma
rotina árdua de estudos para a prova prática, com uma média diária de 8h entre
aulas e atividades de monitoria “Estou fazendo cursos online e estudando por
conta própria, além de participar de grupos de estudos e trocar conteúdos com
outros profissionais”, explica.
Preparação para as provas
Mesmo sem ter um cronograma
bem definido em relação às provas das duas etapas do exame, os médicos formados
no exterior seguem estudando e se preparando para conseguir a aprovação.
Empresas na área de tecnologia e saúde oferecem cursos de preparação em
formatos mais longos (extensivos) ou curtos (intensivos) que preparam os
candidatos para as provas. “Com este intervalo grande entre as provas os
candidatos precisam manter uma rotina de estudos e praticar questões, já que
muitos voltaram para o Brasil e estão sem contato com a rotina médica”, destaca
Matheus Ferreira, que é coordenador de cursos para Revalida na Sanar há 3
anos.
Cronograma
As inscrições para a
primeira fase do Revalida 2021 são de 31 de maio a 11 de junho.
Os aprovados na primeira
fase do Revalida 2020 devem se inscrever para a prova prática entre os dias 31
de maio e 4 de junho.
A aplicação da primeira
etapa do exame 2021 está prevista para o dia dia 5 de setembro, em oito
capitais brasileiras: Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Porto
Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
A etapa prática (2ª fase) do
Revalida 2020 terá provas nos dias 10 e 11 de julho.
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