Fisioterapeuta aponta crescimento de uma
demanda reprimida que causará problemas na saúde, no pós pandemia.
São
cem dias em isolamento social e uma recente pesquisa da Fiocruz revelou dados
interessantes e preocupantes sobre a saúde das pessoas que estão em casa. Estes
números estão associados as atividades em home-office, somada as tarefas
domésticas e a ausência de atividade física. A pesquisa aponta que 41% das
pessoas que não tinham dores na coluna passaram a sofrer com isso. Os números
revelam também que 50% das pessoas com dor crônica pioraram durante esse
período.
Um
fator importante a ser considerado é que com a postura errada, o corpo fica
vulnerável a sofrer com stress nas articulações e nos músculos, aumentando as
chances de lesões. Segundo o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, o grande problema
é que, antes do isolamento, muitas pessoas já relutavam em procurar ajuda
especializada por acreditarem ser apenas mais uma dorzinha ou porque já estavam
“acostumadas” a senti-las; mas agora com o medo de sair as ruas, mesmo que por
questão de saúde, a procura por tratamento diminuiu consideravelmente.
Bernardo
afirma ainda que criou-se uma crença sobre estas dores e as pessoas já não
sabem mais quando é o momento ideal para procurar ajuda especializada,
postergando ao máximo a ida ao consultório. “Antes do isolamento, as pessoas
demoravam, mas procuravam ajuda principalmente quando a dor permanecia ou
impedia a realização de alguma atividade, agora, eles continuam sentindo dores,
só que em casa, postergando a intervenção médica especializada” – afirma o
especialista.
Em
virtude disso, passamos a criar uma demanda reprimida de casos clínicos sem
tratamento. Tratamentos estes, que podem ser simples. “Às vezes, uma simples
mudança de apoio para os braços e pés já traz um alívio enorme para o paciente.
Entender melhor os hábitos posturais como sentar, deitar, dirigir e trabalhar
são fundamentais para termos qualidade de vida” – garante Bernardo Sampaio.
Mudar
hábitos, alongar-se, praticar atividades físicas, deixar o sedentarismo de lado
e cultivar boas horas de sono são fundamentais para a prevenção de dores e
outras patologias. Mas, se não foi possível evita-la, o fisioterapeuta reforça
a importância de uma intervenção precoce, evitando que dor se torne crônica .
“Prevejo um aumento considerável de atendimentos pós pandemia que poderiam ter
sido evitados, inclusive através de atendimentos por telemedicina” – resume o
fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, ambos
de Guarulhos.
Bernardo Sampaio - Fisioterapeuta (Crefito: 125.811-F), diretor regional da
Associação Brasileira de reabilitação de coluna - ABR Coluna e diretor clínico
do ITC Vertebral e do Instituto Trata, de Guarulhos. É professor do curso de
fisioterapia do Centro Universitário ENIAC (Guarulhos) e no Instituto Imparare
e leciona como convidado no cursos de pós-graduação na Santa Casa de São Paulo.
Possui experiência em fisioterapia ortopédica, traumatologia e esporte; e
especialização em fisioterapia músculo esquelética, aprimoramento em membro
superior e oncologia ortopédica pela Santa Casa de São Paulo. Saiba
mais em: www.institutotrata.com.br e www.itcvertebral.com.br
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