Com milhares de opções nas mais de duas mil
Instituições de Ensino Superior do Brasil, não é de surpreender que os
profissionais tenham dúvida ao escolher uma opção de educação continuada. Nos
parágrafos a seguir, espero ajudar a refletir sobre esta importante escolha.
Tudo aquilo que se faz após a graduação é educação
continuada. Pode ser formal, como uma pós-graduação lato ou stricto sensu; ou
informal, como os cursos livres, aperfeiçoamento, extensão, educação executiva,
entre outras nomenclaturas. Escolher entre uma dessas opções vai depender de
uma série de fatores, mas principalmente do objetivo com o curso, dos recursos
disponíveis e do tempo que possui para se dedicar aos estudos.
Se o resultado esperado é um aprofundamento de
carreira dentro de uma profissão (seja para sustentar uma carreira já assumida
ou por um desejo de transição), sua escolha deve ser por uma especialização. Se
o objetivo é a carreira docente, o caminho é um mestrado ou doutorado. Para
quem busca se atualizar em uma competência ou habilidade específica, ou ainda,
aprender a utilizar novos conceitos ou ferramentas, um curso livre ou de
extensão pode funcionar bem.
Importa considerar que a questão financeira não
pode ser deixada de lado e, para muitas pessoas, pode ser decisiva nessa
escolha. Muitas empresas oferecem ajuda de custo aos funcionários que optarem
por investir em educação continuada. Também deve-se levar em conta que esse
investimento geralmente tem um retorno a curto prazo, com uma promoção ou
aumento de salário. Mas se nenhuma dessas condições se encaixa no seu perfil
profissional atual, não caia na tentação de optar por um curso de menor duração
apenas pela questão financeira. Hoje, cursos muito sérios de EAD estão
disponíveis por valores bem mais acessíveis que os presenciais. É algo a se
considerar.
Outro ponto positivo para a modalidade de Ensino a
Distância é o tempo. No EAD, é possível fazer um curso dentro do seu horário
disponível, em qualquer lugar. Mas o sucesso do aprendizado depende de muito
mais disciplina e dedicação do estudante. Há de se pesar também a necessidade
de infraestrutura. Quando se trata de Ciência Social Aplicada, Direito,
Administração, Educação, a compreensão do conteúdo e possibilidade de aplicação
não há grandes perdas se a instituição não oferecer infraestrutura de ponta. Já
em áreas como Psicologia, Neurociência, Medicina, Odontologia e diversas
carreiras em Gastronomia, Saúde, TI e Engenharias, a infraestrutura pode ser
vital para a compreensão do conteúdo e pode até mesmo limitar a capacidade que
o curso terá de compartilhar e explorar as tendências futuras da carreira.
Voltando à questão do tempo, o período que se pode
dedicar aos estudos é determinante na escolha do programa. Uma pós-graduação
lato sensu geralmente dura entre 12 e 18 meses, com aulas entre uma e duas
vezes por semana. No stricto sensu (mestrado e doutorado), os programas vão de
24 a 48 meses e, em muitos casos, as aulas ocorrem em horário de atividade
comercial.
Definido o programa e a área escolhida, é hora de
comparar os cursos disponíveis no mercado. Outro dia, brincando com um aluno,
criei esta metáfora: quando você resolve mudar de carro, não se pode sair
buscando “um carro”, pois isso é muito amplo. Defina um ano, marca e modelo,
quanto quer gastar - e só então passe a comparar. Do contrário, estará sempre
comparando frutas com grãos e não vai conseguir encontrar qualquer relação de
custo e benefício.
Um comentário final: independente da opção que
adotar, estude! O mercado produz movimentos constantes, interpretá-los e
aproveitar as oportunidades depende dos seus conhecimentos!
David Forli - diretor de
Pós Graduação e Relações Institucionais da Universidade Positivo.
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