Especialista dá dicas para tornar
o processo menos doloroso para donos e pets.
Para algumas pessoas, o home office foi um período cheio de
novidade e ideal para desfrutar da companhia de seus animais de estimação.
Alguns aproveitaram ainda para adotar um novo amigo. No entanto, com a
quarentena sendo afrouxada e os tutores precisando retornar as sus atividades
longe de casa, os animais podem sofrer com o distanciamento repentino. “Os cães
são altamente sociais, e é por isso que nos damos tão bem com eles, por outro
lado, se eles se veem em uma situação onde todos estão em casa e de repente não
estão mais, isso pode levar a alguns problemas comportamentais” – afirma o
adestrador Bruno Moreno.
Alguns, são geneticamente predispostos ao problema, mas a
ansiedade de separação pode ser desencadeada a qualquer momento, como
consequência de um evento traumático, como ir parar em um abrigo ou por uma
mudança drástica e repentina na rotina. De acordo com o especialista os cães se
sentem mais seguros quando estão na companhia de membros de sua matilha, seus
donos ou outros cães. Por isso, é necessário que o tutor vá deixando o pet
sozinho de maneira gradual, até voltar a rotina. Com isso, o momento da
separação total não será tão traumático.
A ansiedade de separação é um dos distúrbios comportamentais mais
desafiadores para os cachorros. Os pets que sofrem com esse distúrbio não
gostam apenas de ficar longe de seus tutores; eles sofrem de ataques de pânico
quando deixados sozinhos. “Durante um episódio, o cachorro pode exibir uma
variedade de comportamentos induzidos pelo estresse, como uivar ou latir sem
parar, destruir móveis, desenterrar o quintal, deixar de comer, ficar
paralisado em frente a porta, entre outros” – pontua.
Por isso, uma das coisas mais importantes que os donos podem fazer
agora é estabelecer uma rotina que se assemelhe àquela que eles tinham antes da
quarentena. “Permita que seu animal de estimação tenha um tempo a sós. Você tem
o seu espaço e ele tem o deles. E mesmo que você não saia de casa, coloque o
animal atrás de um portãozinho ou em um ambiente separado para a adaptação, mas
sempre ofereça algo que ele goste (como petiscos ou brinquedos de roer) para
que não pareça um castigo” – resume.
A boa notícia é que, para qualquer cão que demonstre sinais de
pânico nessa fase de adaptação, este é um ótimo momento para trabalhar e
melhorar a resposta dele ao ficar sozinho, lembre-se que você ainda está em
Home-Office e se aproveite disso para iniciar esse processo gradual de usar
pequenas ausências que começam a ensinar o pet que ficar sozinho em casa é
seguro e tranquilo.
Bruno alerta ainda para o momento do reencontro entre pet e tutor.
Geralmente quando o cão encontra o seu dono, ele vai correndo para brincar e
ganhar carinho e isso pode gerar uma crise de ansiedade, já que assim que ele
notar que está sozinho vai começar a esperar pela chegada de alguém e quanto
mais tempo isso durar, pior será para ele. “A dica aqui é, chegue, guarde suas
coisas, lave as mãos, espere ele acalmar e aí sim, abaixe e brinque com ele.
Não o agrade quando ele estiver pulando igual pipoca” – finaliza.
E embora seja importante
dar um pouco de espaço ao cachorro durante o dia, é igualmente importante não
reter a afeição quando estão juntos. “Dê amor ao seu bichinho de estimação, dê
atenção e não pense que eles precisam pedir tudo sentado. Nada disso tem a ver
com o seu cão ter ansiedade de separação. Na verdade, alguns podem até mesmo
piorarem sem a atenção dos donos. Isso é estranho para eles e pode causar
estresse" – reforça Bruno Moreno.
Outras formas de
treinamento em casa podem facilitar a transição do seu cão para um tempo mais
frequente sozinho. Aumentar a interatividade e a familiaridade do cachorro
com diferentes formas de distração também é valioso. "Crie um
ambiente em que o pet realmente goste, com brinquedos interativos para
alimentação, por exemplo. Todavia, é importante que o dono não se culpe e lembre
que saber deixar o animal sozinho é sinal de cachorro feliz e independe” -
finaliza.
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