O Paraná possui o cooperativismo mais organizado e
desenvolvido do país, sendo exemplo para várias outras regiões. São 13 ramos ou
setores que incluem cooperativas de crédito, saúde, trabalho, habitação,
educação, mineração, consumo, produção, infraestrutura, turismo e lazer,
transporte e setores especiais, organizadas sob o guarda-chuva da Organização
das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Além desses, o estado também conta com um sistema
de intercooperação pioneiro, encabeçado pela Unium, marca institucional das
cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, todas do Paraná. Esse modelo, que já
demonstrava bons resultados, teve sua força evidenciada durante a crise da
Covid-19. Atualmente, a Unium figura entre as maiores produtoras de leite do
Brasil, na 3ª posição. O levantamento divulgado pela Associação Brasileira dos
Produtores de Leite (Leite Brasil), referente a 2019, aponta que a instituição
produziu 1,25 bilhão de litros de leite, com 9,5% de crescimento na produção se
comparada a 2018, quando foram acumulados 1,14 bilhão recolhidos junto aos seus
produtores. Atualmente, são produzidos em torno de 2,2 milhões de litros/mês
com uma média aproximada de 1.700 litros/produtor/dia.
Com os resultados recentes em diversos setores,
mostra-se que foi uma decisão acertada e que tende a crescer no mercado.
Especialmente no cenário de pós-pandemia, no qual devem ser reforçados
conceitos como colaboração, crescimento sustentável e economia compartilhada.
Dentro desse formato, não se trata de uma fusão ou nova cooperativa, mas sim
uma marca guarda-chuva, que tem abaixo de si as marcas de produtos das três
cooperativas, que deixam de utilizar suas marcas de fabricante. Mas não foi
somente uma questão da gestão das marcas de dezenas de produtos, que vão desde
feijão, leite, até cerveja e carnes e alimentos processados, mas inclui também
um complexo modelo de gestão de negócios, produção e logística.
O modelo se baseia na liderança de cada uma das
três integrantes em negócios específicos, em que a cooperativa líder já possui
estrutura ou expertise mais desenvolvida, porém, mantendo suas identidades
organizacionais e jurídicas. Esse formato busca otimizar as plantas industriais
das cooperativas e evitar investimentos duplicados ou concorrência
desnecessária entre elas. Embora a operação seja de responsabilidade daquela
cooperativa que assume a liderança, as decisões são tomadas em comum acordo com
as três cooperativas, por meio de comitês gestores. As participações são
proporcionais em cada unidade compartilhada.
Os investimentos também passaram a ter um modelo
próprio, nos quais a cooperativa entra com 60% e o cooperado com 40% com
participação nos resultados garantida. Ou seja, o cooperado tem a oportunidade
de agregar valor a sua produção de forma direta, por meio da unidade de negócios
na qual ele investiu. Este processo, que se iniciou em 2010, resultou em um
modelo que hoje envolve 5 mil famílias cooperadas; 3,4 milhões de litros de
leite processados por dia; 115 mil toneladas de grãos moídos por dia; 3,2 mil
suínos abatidos por dia e 1,8 mil toneladas de carne industrializada por mês.
Por fim, em meio à uma pandemia mundial, a
sociedade identificou a importância da cooperação para o bem-estar da população
e desenvolvimento em conjunto, valores que já faziam parte da rotina de instituições
cooperativas há mais de um século e que, a partir de agora, devem manter-se na
rotina de cada um de nós.
Cracios Clinton Consul - Gerente de Marketing da
Unium
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