Mudanças têm como
objetivo garantir a realização dos procedimentos de forma segura para equipes e
pacientes
Os exames de endoscopia e colonoscopia ganharam
protocolos mais rígidos para que possam ser realizados durante a pandemia. A
SOBED (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva) elaborou algumas
diretrizes para garantir que a equipe de saúde e os pacientes possam ser
submetidos ao procedimento de forma segura, já que, em muitos casos, o exame
não pode ser adiado.
“Esses são dois exames muito importantes, que
podem, inclusive, diagnosticar câncer em estágios iniciais. Chegaram a ser
suspensos no início da pandemia, mas como não sabemos até quando vamos viver
essa situação e preocupados com os prejuízos à saúde, retomamos os exames, com
protocolos mais rígidos, seguindo as orientações da SOBED”, explica o cirurgião
do aparelho digestivo e médico endoscopista, Admar Concon Filho, da Clínica
Concon, que tem uma unidade em Valinhos e uma unidade de exames
recém-inaugurada no Espaço Rafah, em Vinhedo.
De acordo com ele, os cuidados chegam a ser
semelhantes aos utilizados em centros cirúrgicos. “Toda a equipe é paramentada
com EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual), levando em conta que qualquer
um na sala pode ser um portador de Covid-19, apesar dos cuidados tomados muito
antes do exame”, explica.
Entre os cuidados, estão duas triagens, uma feita
por telefone quando o procedimento é agendado e outra feita presencialmente, no
dia do exame, para saber se a pessoa tem algum sintoma ou se teve contato com
alguém contaminado. Pacientes e acompanhantes precisam usar máscara de proteção
e fazer a higienização das mãos ao chegarem à clínica. Os exames também são
marcados com intervalos maiores para evitar um número elevado de pessoas na
sala de espera e para que seja possível manter a distância mínima necessária.
Na sala de exames, além de uma rigorosa
paramentação, os profissionais da equipe também mantêm uma distância maior
durante o trabalho e evitam sair do ambiente o máximo possível. Caso precisem
sair da sala, tomam vários cuidados para minimizar os riscos de uma possível
contaminação.
“Além disso, nossa equipe é monitorada diariamente.
O protocolo que instituímos prevê que no caso de qualquer sintoma parecido com
os da Covid-19, o profissional seja afastado imediatamente”, reforça Concon.
“Este é um momento que exige empenho e comprometimento de todos, principalmente
na área de saúde, que não para”, comenta o médico.
Os exames de endoscopia são indicados para casos em
que o paciente apresenta azia, queimação, falta de apetite, sensação de
estufamento ou perda de peso sem motivo aparente, entre outros. “A
periodicidade desse exame varia muito de acordo com cada caso. Em alguns casos,
é possível esperar. Em outros, não, porque o resultado é fundamental para a
indicação do tratamento”, afirma Concon. A endoscopia é importante para
identificar doenças comuns do aparelho digestivo, como gastrite, esofagite e
refluxo gastroesofágico, e até doenças mais graves, como hérnia de hiato e
câncer de estômago ou esôfago.
Já a colonoscopia é indicada quando o paciente
apresenta queixas como alteração de hábito intestinal, dor abdominal ou
sangramento anal. Através dela, é possível diagnosticar úlceras, colite,
retite, doença de Crohn, pólipos e câncer colorretal.
A periodicidade do exame também varia a cada caso.
Mas, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, mesmo assintomáticas,
todas as pessoas com 45 anos ou mais devem fazer a colonoscopia porque é uma
das formas mais eficientes de prevenção do câncer de intestino. “E, no caso de
haver algum caso de câncer colorretal na família, a recomendação é para que a
colonoscopia seja feita a partir dos 40 anos ou 10 anos abaixo da idade que a
pessoa tinha quando diagnosticada a doença. Por exemplo, se o pai do paciente
teve com 45 anos, ele precisa começar a fazer o exame aos 35”, explica Concon.
Durante o exame de colonoscopia, é possível retirar os pólipos (pequenas
elevações na parede de cólon e do reto) precocemente e evitar que se
transformem futuramente em tumores malignos. “Os pólipos podem demorar até 10
anos para se transformarem em tumores. Por isso, esse exame é tão importante”,
reforça.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do
Câncer), o câncer de cólon e reto é o segundo mais comum no Brasil, que, neste
ano, deve registrar 41.010 novos casos entre homens e mulheres.
Dr. Admar Concon Filho - cirurgião bariátrico,
cirurgião do aparelho digestivo e médico endoscopista. Palestrante
internacional, presidente do Hospital e Maternidade Galileo e fundador e
coordenador do Grupo de Cirurgia Bariátrica de Valinhos. Também é membro
titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio
Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além
de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e
membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic
Disorders. CRM – 53.577
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