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Segundo dados da OMS (Organização Mundial de
Saúde), a infertilidade no Brasil faz parte da realidade de mais de 8 milhões
de pessoas e gera muitas dúvidas, principalmente porque a ciência já comprovou
que alguns hábitos podem sim aumentar a fertilidade.
Fernando Prado, ginecologista, obstetra e
especialista em reprodução humana da Clínica Neo Vita, esclarece as principais
dúvidas que chegam ao consultório e aponta quais são os mitos e verdades que
podem ajudar ou atrapalhar os planos de quem deseja aumentar a família.
- A idade da mulher é mais
importante do que a do homem?
Sim, mas o homem também perde com o tempo. A idade
mais fértil da mulher acontece na faixa dos 25 aos 30 anos, após esse período é
normal a diminuição do número e qualidade dos óvulos, especialmente após os 35
anos. No caso dos homens, alguns estudos já comprovam que com o aumento da
idade, a partir dos 50 anos, tanto a qualidade como a quantidade de
espermatozoides sofrem alterações.
- As mulheres têm mais
problemas para engravidar do que os homens?
Mito. Na verdade, a taxa de possível infertilidade
é igual para ambos os sexos. Em números pode-se dizer que 40% dos casos de
infertilidade é responsabilidade da mulher e 40% do homem. Os outros 20%
correspondem a problemas com os dois membros do casal.
- Existe dia certo para tentar
engravidar?
Verdade. A recomendação é que os casais respeitem o
período fértil para ter relação sexual. Existem aplicativos para celular que
calculam facilmente o período, mas é em geral de 10 a 16 dias após o início da
menstruação. Nesta fase é comum observar uma secreção vaginal transparente,
como uma clara de ovo. Esse é o muco, responsável pela lubrificação vaginal e
faz com que os espermatozoides encontrem mais facilidade para chegar ao óvulo,
facilitando a fecundação.
- O uso de anticoncepcional
causa infertilidade?
Mito. As pílulas contraceptivas na verdade possuem
a função de impedir a ovulação. Quando a mulher descontinua seu uso, a função
dos ovários é reestabelecida e já pode engravidar até no dia seguinte de parada
da pílula.
- Endometriose causa
infertilidade?
Verdade, mas não em todos os casos. De 30% a 50%
das mulheres com endometriose podem ter infertilidade. E nas pacientes com
dificuldade para engravidar, quase metade delas tem algum grau de endometriose.
A doença é definida pelo crescimento anormal da camada de revestimento interno
do útero (o endométrio). Geralmente começa com lesões superficiais, facilmente
tratáveis, mas pode evoluir para quadros graves que atingem os ovários e
intestino. Segundo o último estudo da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e
Embriologia, cerca de 60% das mulheres afetadas pela endometriose conseguirão
engravidar após realizarem tratamento.
- A obesidade faz diminuir as
chances de uma possível gravidez?
Verdade. A obesidade é responsável por desregular
os padrões hormonais, interferindo tanto na ovulação da mulher como na
qualidade e quantidade do sêmen. Além disso, mulheres com problemas de
sobrepeso acabam sendo mais propensas a desenvolver diabetes gestacional e
hipertensão durante a gravidez.
- A caxumba pode deixar o
homem infértil?
Verdade. Existem alterações consideráveis na
fertilidade masculina, pois a doença pode atingir os testículos dos homens
prejudicando a produção de espermatozoides, principalmente se for contraída da
adolescência em diante.
- Tratamentos de quimioterapia
e radioterapia interferem na fertilidade?
Verdade. Com esses tratamentos de combate ao câncer
as células reprodutivas acabam sendo destruídas ou sofrendo alterações
genéticas. Por isso, a recomendação no caso dos homens é o congelamento de
sêmen antes do tratamento e para as mulheres o congelamento de óvulos.
- Óvulos, embriões e sêmen
congelados possuem prazo de validade?
Mito. Com as técnicas de criopreservação dos
óvulos, o congelamento de embriões e do sêmen, eles podem ficar congelados por
tempo indeterminado, décadas até. Na hora certa a mulher pode descongelar os
óvulos ou os embriões e engravidar. As chances de sucesso são idênticas às da
idade em que foram congelados. Quanto mais jovem, maiores as chances de
sucesso.
- O homem que passou pela
vasectomia não pode mais ter filhos?
Mito. Um paciente vasectomizado pode sim realizar
mais uma vez o sonho da paternidade. Apesar da vasectomia representar um dos
métodos contraceptivos mais utilizados em todo o mundo é possível reverter o
procedimento ou mesmo fazer fertilização in vitro.
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