Médica veterinária
responde as principias dúvidas dos tutores sobre a imunização dos pets
Os cães são importantes
membros das famílias, especialmente no Brasil, onde a população de pets chega
aos 54,2 milhões. Mas, apesar do dia a dia cercado de mimos e brincadeiras, a
vacinação ainda é uma dúvida recorrente e muitas vezes não faz parte da rotina
desses animais, mesmo sendo imprescindível para a segurança e bem-estar dos
pets. Afinal, uma série de doenças podem ser evitadas com a imunização
adequada.
Para os tutores, os
questionamentos são diversos, desde o protocolo adequado, vacinais disponíveis,
até a necessidade de revacinação. Pensando em solucionar as principais dúvidas
em relação à vacinação dos pets, a médica veterinária e Gerente de Produtos da
Unidade Pet da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec, respondeu oito questões
sobre o tema. Confira:
1- Quando o cão
deve receber a primeira vacina?
Recomenda-se que
filhotes iniciem seu esquema de primo-vacinação entre 6 e 8 semanas de vida,
com vacinações subsequentes com intervalos de 15 a 30 dias, até que cheguem à
idade de 13 a 14 semanas. Atualmente, o guia internacional de recomendação de
vacinação (WSAVA Vaccination Guidelines Group - VGG, 2020) sugere que a
primo-vacinação seja considerada completa apenas a partir de 16 semanas de
vida. Essa recomendação visa imunizar animais com resposta mais tardia e
principalmente para minimizar o risco de que anticorpos transferidos pela mãe
interfiram na adequada resposta vacinal. A vacinação é extremamente importante
para os filhotes, pois será responsável pela resposta imunológica contra os
agentes causadores das principais doenças. O tutor deve seguir corretamente o
protocolo e o calendário de vacinação determinado pelo médico veterinário.
2 - Existem vários tipos
de vacinas para os cães?
Sim! As vacinas
consideradas essenciais e recomendadas para todos os cães e que são necessárias
para a proteção contra doenças graves ou de potencial zoonótico são: vacinas
contra a cinomose (vírus vivo-modificado – VVM ou recombinante), parvovirose
(VVM), adenovírus canino tipo 2 (VVM) e raiva (inativada). Vale ressaltar que a
vacina antirrábica deve seguir legislações locais, onde no Brasil, seu uso é
mandatório anualmente.
Vacinas contra
leptospirose, parainfluenza, Bordetella bronchiseptica (principais
agentes causadores da tosse dos canis ou traqueobronquite infecciosa canina), e
leishmaniose visceral canina, por exemplo, são vacinas consideradas importantes
no país e que podem ser recomendadas pelo médico veterinário, levando em
consideração os riscos de exposição, o estilo de vida e a faixa etária do
animal.
3- Tem problema
atrasar a vacina do cachorro?
Para conseguir o nível
de proteção desejado, o processo de vacinação deve seguir o calendário
estabelecido. No caso dos filhotes, por exemplo, algumas vacinas exigem
múltiplas doses para completar o ciclo de imunização. Não seguir o processo
corretamente pode acarretar uma série de problemas, como, por exemplo, a
redução na eficácia da proteção do pet.
4- Meu cão foi
vacinado quando filhote, preciso imunizá-lo novamente?
A revacinação dos
animais adultos deve ser feita anualmente ou, de acordo com os riscos de
exposição (desafio), o estilo de vida e a faixa etária do animal, conforme
recomendação do médico veterinário. O reforço vacinal será responsável pela
manutenção da proteção contra essas importantes doenças infecciosas. Esse é um
ponto importante, que muitos tutores esquecem, mas é preciso estar atento, pois
sem a imunização correta, o animal ficará vulnerável a uma série de doenças.
5- O animal precisa
ser examinado antes de tomar vacina?
Sim, a avaliação do
médico veterinário previamente a vacinação é muito importante para verificar o
estado geral de saúde do cão e verificar se ele está apto ou não para receber a
vacina. Algumas vacinas só devem ser aplicadas após a realização de teste sorológico
que sugira ausência de infecção, como a de leishmaniose, por exemplo. No caso
dela, somente animais assintomáticos e negativos devem ser vacinados. Por isso,
é imprescindível que o animal seja examinado antes da imunização.
6- Não sei o
histórico de vacinação do pet, e agora?
Caso o tutor tenha
resgatado ou adotado um animal sem que se tenha conhecimento quanto ao
histórico de vacinação, é imprescindível realizar a imunização do pet
considerando que não tenha sido vacinado anteriormente. Nesse caso, o
veterinário irá estabelecer o protocolo ideal de acordo com a idade do cão.
Além disso, é importante realizar um check-up para avaliar a saúde completa do
cão antes de se proceder a sua vacinação.
7- As vacinas
oferecem algum risco para o pet?
As vacinas são
responsáveis pela imunização adequada dos pets, com o intuito de protegê-los
contra as principais doenças infecciosas. Para tanto, os produtos disponíveis
no mercado seguem a regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), e devem apresentar estudos de segurança e eficácia para a
espécie a qual se destina o uso. Vale ressaltar que o processo de vacinação
deve ser realizado por um médico veterinário.
8- A vacina causa
alguma reação no pet?
Alguns cães podem ser
mais sensíveis devido a resposta individual. Após a vacinação, o pet poderá
apresentar uma reação inflamatória no local da vacinação, o que pode causar
dor, apatia, diminuição do apetite, e até febre. A reação é semelhante ao que
ocorre em crianças quando vacinadas. Caso ocorra, o médico veterinário pode
indicar procedimentos que aliviem a dor ou sintomas apresentados pelo pet.
Ainda, embora sejam de rara ocorrência, há animais que apresentam quadros mais
importantes (alérgicos e/ou anafiláticos), os quais devem ser imediatamente
levados para atendimento veterinário.
Ceva Saúde Animal
Nenhum comentário:
Postar um comentário