O índice de
doações de órgãos vem aumentando progressivamente nos últimos anos no Brasil.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), houve
um crescimento de 24% entre 2012 e 2016. Ainda assim, esse número está
abaixo do índice observado em países que se destacam na doação. No entanto, a
expectativa e trabalho da entidade são para que haja um crescimento continuado,
em torno de 10% ao ano, nos próximos anos. No entanto, existe muita
desinformação e falta de conscientização sobre o processo decisório. A situação
mais comum é quando os interessados deixam de comunicar aos seus familiares a
decisão de serem doadores e assim, deixam de ajudar a salvar mais vidas.
Familiares e amigos precisam saber desse desejo para passá-lo à frente e para
que as doações aconteçam.
De acordo com
nefrologista e presidente da ABTO, Dr. Roberto Ceratti Manfro, muitas vezes, a
negativa ocorre porque os familiares não sabem do interesse dos seus pais,
filhos e cônjuges, por exemplo, em relação à doação de órgãos. Segundo a mesma
entidade, no Brasil, em 2016 a recusa familiar à doação de órgãos foi de 43%,
considerados potenciais doadores. “Não há documentos ou protocolos para
registrar o desejo de doação em vida. A pessoa que tiver interesse em
doar deve simplesmente avisar sua família e amigos de sua decisão”, destaca
Manfro. Esse deve ser o principal ponto de atenção para aqueles que querem dar
uma nova chance a uma nova vida.
No Brasil, o único
tipo de óbito que permite a doação de órgãos é a morte encefálica, a qual após
confirmada, a família é consultada de forma respeitosa e empática para saber se
a decisão foi manifestada pela pessoa que faleceu. Caso isso não tenha
acontecido, a família é consultada sobre a possibilidade da doação e assim pode
decidir. Só no último ano, foram realizados 22.489 transplantes no Brasil,
considerando os seguintes órgãos e tecidos: rim, fígado, pâncreas, coração,
pulmão e córnea. E esse número pode aumentar a partir do momento que mais
pessoas compreenderem esse processo simples – mas, muitas vezes, desconhecido
por aqueles que querem ser doadores.
“Informação é
a base para qualquer tomada de decisão. Queremos, cada vez mais, trazer
relevância para esse tema, destacando que um doador pode salvar ou melhorar as
vidas de até 10 outras pessoas”, pontua o nefrologista. Ele reforça que a
doação é um ato de solidariedade, talvez o único que alguém pode fazer após a
morte. Atualmente, no Brasil, existem, aproximadamente, 35 mil pessoas
aguardando por um transplante.
Pensando nisso, a ABTO reforça o portal Outra Vida Nova Chance
com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, derrubar
mitos e incentivar essa ação que pode ajudar a salvar milhares de vidas.
Confira mais informações sobre se tornar ou apoiar a causa no site oficial da ABTO e no portal Outra Vida Nova Chance.
Sobre a ABTO
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos é uma sociedade médica, civil e sem fim lucrativo, que tem por finalidade estimular o desenvolvimento de todas as atividades relacionadas com os transplantes de órgãos no Brasil. A instituição contribui também para o estabelecimento de normas técnicas, criação e aperfeiçoamento de legislação relacionada a este tema, além de estimular a doação de órgãos e tecidos, apoiar a criação de centros de transplantes e executar ações para a identificação e acesso de pacientes que necessitam de transplantes. A ABTO realiza congressos, simpósios, conferências, campanhas e outras atividades difundindo junto ao público em geral o significado humanitário, científico e moral da doação de órgãos e tecidos para transplante.
Libbs
Farmacêutica
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