Setembro é Mês
Mundial da Doença de Alzheimer. Durante os próximos 30 dias serão promovidas
ações em todo o mundo, especialmente no dia 21, o Dia Mundial da
Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, com o objetivo de destacar a
importância da detecção precoce dessa patologia.
O tema da Campanha Mundial de Conscientização
sobre o Alzheimer neste ano é “Lembre-se de mim” (Remember Me, na versão
original). O tema foi escolhido porque menos de 50% dos portadores de Alzheimer
recebem esse diagnóstico e têm acesso aos tratamentos disponíveis.
De acordo com
neurologista Roger Taussig Soares, o Alzheimer é uma doença degenerativa do
cérebro, decorrente do acúmulo de proteínas como o amiloide beta e a proteína
tau, que formam aglomerados proteicos tóxicos para as células cerebrais,
ocasionando sua morte. “Os sintomas são decorrentes da dificuldade de
comunicação nas redes cerebrais e da morte neuronal”, explica.
Quanto mais idosa a população, maior o número de
pessoas com Alzheimer.
Isso significa que há cada vez mais doentes no Brasil,
por conta do aumento da expectativa de vida. “Atualmente estima-se que existem
cerca de 1,3 milhão de indivíduos acometidos em nosso País. No mundo,
considera-se de mais de 40 milhões de pessoas têm a patologia”, adverte o
neurologista.
Soares instrui que o diagnóstico antecipado pode
auxiliar no tratamento da doença, na orientação dos cuidadores e no
planejamento para o futuro. “Pessoas diagnosticadas na fase inicial da doença
são capazes de tomar decisões de vida, inclusive para realizar sonhos que
ficaram no passado”, preconiza.
Além disso, o diagnóstico entre os vários tipos
de demência é mais fácil no início da doença, permitindo diferenciar o
Alzheimer de outras formas de demência, inclusive de algumas que são
potencialmente reversíveis, como a deficiência de vitamina B12 ou a hidrocefalia
de pressão normal.
Há vários estudos
científicos em andamento com medicamentos que poderão atuar no desenvolvimento
da doença. O neurologista conta que a comunidade médica aguarda para outubro
desse ano o resultado dos testes com uma droga denominada Inteperdine, que age
sobre os receptores de serotonina, uma forma inovadora de atacar a doença de
Alzheimer.
“Esperamos que as
novas pesquisas resultem em tratamento eficazes que retardem o aparecimento e a
evolução da doença; mas nosso maior objetivo e esperança é encontrar meios
efetivos para prevenção”, conclui.
Roger Taussig Soares - formado em Medicina pela Universidade
Estadual de Londrina, com Residência Médica e Pós-Graduação em Neurologia
Clínica pela Universidade de São Paulo. É membro da Academia Brasileira de
Neurologia e da American Academy of Neurology. É médico neurologista nos
Hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, além de
atuar em consultório próprio em São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário