Na data em
que é comemorado o Dia o Nutricionista (31 de agosto), é importante ressaltar
que a obesidade não é apenas uma alteração da composição corporal, onde
prevalece o acúmulo de massa de gordura.
A obesidade
é considerada uma doença crônica, que tem atingido proporções epidêmicas, acarretando
no aumento das comorbidades a ela associadas como, por exemplo, diabetes,
hipertensão, esteatose hepática, distúrbios do sono e doenças, posturais,
ortopédicas e cardiovasculares.
A cirurgia
bariátrica é atualmente o método mais eficaz no controle da obesidade, indicado
para pacientes que não atingiram o sucesso com tratamentos prévios, como
terapia medicamentosa e mudança de estilo de vida.
Uma vez que
a cirurgia altera o volume gástrico - somado ou não a redução do trânsito
intestinal - comumente ocorrem deficiências de macro e micronutrientes, que se
perpetuarão por toda a vida sem os devidos cuidados.
A partir
daí, dá-se a importância do acompanhamento nutricional ao paciente submetido a
cirurgia bariátrica, que vai muito além da simples emissão do laudo. Podemos
dividir então o papel do nutricionista em três períodos distintos:
pré-operatório, pós-operatório imediato e educação alimentar contínua.
O paciente
obeso - devido a alimentação hiperlipídica e hiperglicídica e com baixo aporte
de vitaminas e minerais - muitas vezes apresenta carências vitamínicas antes
mesmo da cirurgia, que devem ser corrigidas no pré-operatório, visando melhorar
a recuperação e a cicatrização. Além disso, o paciente deve ser conscientizado
que simples mudanças nos hábitos alimentares necessitam ser incorporadas no
período pré-operatório, como mastigação correta, redução no consumo de
alimentos industrializados e, principalmente, conscientização de que a cirurgia
não representa o fim dos problemas, mas sim o começo da solução e que o
emagrecimento é um processo que vai caminhar de mãos dadas com a equipe
multidisciplinar.
Na conduta
do pós-operatório imediato, o nutricionista observa a particularidade de cada
técnica cirúrgica, somado a individualidade de cada paciente. É orientada
a evolução da dieta: líquida, pastosa e livre.
O processo
de reeducação alimentar, muitas vezes pode ser considerado um processo de
educação alimentar. Isso porque alguns pacientes nunca tiveram uma alimentação
adequada ou ela acabou se perdendo ao longo do tempo.
O paciente
deve ser orientado que a alimentação vai muito além da quantidade de calorias
ingeridas, envolve prazer, afeto, companhia e acima de tudo, nutrientes
indispensáveis.
Além do
suporte alimentar, o nutricionista também atua na reposição vitamínica-mineral,
que é consensual e recomendada para todos os procedimentos.
Por fim, o
nutricionista e o paciente devem caminhar lado-a-lado, com uma relação clara e
franca, alcançando e mantendo perda de peso de forma saudável, sem carências
nutricionais, sem intercorrências, lembrando que o nutricionista é o
profissional habilitado e que a escolha de um bom profissional trará mais
segurança ao paciente e aumentará a probabilidade de sucesso.
Silvia Elaine Pereira, Loraine De Moura
Ferraz, Carina Rossoni, Tamirez Precybelivicz, Renata Valentini e
Iolanda Gonçalves.
Núcleo
de Saúde Alimentar da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(SBCBM
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