Além da necessidade emergencial, o Projeto
ainda procura agregar o conhecimento sobre essa área, que já foi abordada em
edições passadas do Enem
Dados da Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas (Sobrac) revelam que 50% dos casos de parada cardiorrespiratória são
presenciados por um adolescente ou criança sem a presença de um adulto. Estes
dados somados ao fato de que sete em cada dez paradas cardíacas ocorrem fora do
ambiente hospitalar, – na residência, vias públicas ou em lugares de grande
concentração de pessoas, – constroem um cenário bastante grave, mas que ainda
pode ser minimizado a partir do conhecimento básico de primeiros socorros.
Com o intuito de capacitar a população em
geral, e também, o público infanto-juvenil, para agir em situações de
emergência, a CUREM – Cursos de Urgência e Emergência criou o Projeto Amigo do
Peito. Pioneiro no acompanhamento, capacitação e treinamento de pessoas
leigas em práticas de urgência e emergência cardíacas em todo o Brasil, o
projeto agora chega às escolas. O ambiente é favorável para aprendizado de
ações que visam a prevenção de agravamento de acidentes. Em países como a
Finlândia e o Canadá, detentores dos melhores e mais equitários sistemas
educacionais do mundo, os primeiros socorros estão na grade curricular dos
alunos.
Além da necessidade emergencial, o Projeto
ainda procura agregar o conhecimento sobre essa área, que já foi abordada em
edições passadas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Parece clichê, mas
a criança de hoje é o adulto de amanhã. As crianças e adolescentes são um
atalho para mudanças e melhorias, visando um futuro promissor para qualquer
país. Tendo isso em mente, o Projeto Amigo do Peito preparou metodologia e
materiais especiais para o treinamento, no qual aborda a importância de se
estar preparado para salvar vidas em qualquer ambiente ou circunstância”,
afirma o médico e diretor da CUREM, Hélcio Levindo Coelho Neto.
O centro de treinamento da CUREM conta com a
autorização da American Heart Association, sendo composto por um grupo de
médicos com larga experiência em simulação, urgências e emergências clínicas e
traumáticas. A implantação do programa na escola tem início com a formulação do
treinamento, que deve atender a especificidade de faixa etária e tipos de
acidentes a que o público-alvo ou as pessoas com quem os alunos tenham contato
estejam propensos.
Oferecendo o material e a estrutura, o Projeto necessita
apenas da disposição do espaço físico para a execução do curso. Em um primeiro
momento, os alunos assistem a vídeos nos quais são apresentadas as situações de
urgência e emergência e os modos como eles devem proceder.
Em seguida, colocam em prática o que
aprenderam em manequins de tecnologia avançada que simulam o corpo humano,
utilizam dispositivo prático para simular uma vítima engasgada e equipamentos
médicos, como desfibriladores externo automáticos, tudo para ambientalizar um
cenário clínico real. “Nós atendemos à cadeia máxima – médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas e demais profissionais e acadêmicos da área da saúde –, e o
nosso principal objetivo é estender essa expertise para o conhecimento do
leigo, para que ele entenda, de forma simples, como atuar”, explica Hélcio
Levindo Coelho Neto.
Dividido em módulos, o curso é ministrado por
profissionais e acadêmicos da área de saúde. “Em resumo, queremos que o
estudante aprenda com a mão na massa, não tem aula teórica, não ficamos expondo
conteúdo no PowerPoint. Nós ensinamos o que é necessário, mas de forma muito
direta para que eles façam o direcionamento e o atendimento na prática”,
ressalta Neto.
Ao final das capacitações, a escola pode
receber o selo Saver ou Premium Saver, por adotar a consultoria periódica da
CUREM e manter uma educação continuada por meio de treinamentos de primeiros
socorros.
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