Tomar vinagre, usar antisséptico bucal ou
comer chocolate não livra motorista de resultado positivo no etilômetro.
Hepatologista explica por que nenhuma substância é capaz de diminuir os níveis de
álcool no sangue
Se você é do bloco que adora curtir o Carnaval regado a
cerveja, cachaça, catuaba e outras bebidas alcoólicas, divirta-se, mas não se
esqueça de manter distância do volante para que a folia não acabe mal. E se
vacilar e insistir em dirigir após beber, não adianta tentar driblar o
bafômetro com vinagre, antisséptico bucal, refrigerante, chocolate e outras
dicas furadas que rolam na internet. O Departamento Estadual de Trânsito de São
Paulo (Detran.SP) esclarece que todas essas receitas não passam de mitos.
Nenhum destes produtos interfere no resultado do
bafômetro, como é popularmente conhecido o teste do etilômetro. O aparelho é
capaz de detectar a presença de álcool no organismo mesmo se a medição for
realizada imediatamente após o motorista ter consumido alimentos como bombom
com licor ou usado antisséptico bucal que contenha álcool na formulação.
Nesses casos, se a pessoa não tiver realmente ingerido
bebida alcoólica e tiver receio do resultado por ter feito uso desse tipo de
produto, a orientação é que o cidadão informe o fato à autoridade de trânsito
no momento da abordagem. Dessa forma, o condutor pode pedir para fazer um novo
exame, caso o primeiro dê positivo.
Um dos boatos que circulam nas redes sociais é que
supostamente tomar vinagre depois de ingerir bebida alcoólica livra a pessoa de
um possível resultado positivo no teste do etilômetro. “O bafômetro mede o
álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é
exalado dos pulmões para o ar. O vinagre não consegue interferir no etanol
exalado para o ar, provindo dos pulmões do motorista”, explica a hepatologista
Marta Deguti, do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho. Na
realidade, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado
positivo do teste.
Outro “truque” que ganhou fama recente na internet é o
Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6), um medicamento que acelera a
metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de
alcoolismo e alterações hepáticas. “Mas ele não interfere na concentração do
álcool que está no sangue ou que é exalado e medido no bafômetro”, rebate a
médica.
Processo lento – O
álcool é metabolizado em um ritmo lento, de 0,016% por hora, e isso pode
variar muito. “Depende da quantidade ingerida, do tipo de enzima que o fígado
do indivíduo possui [há diferentes padrões genéticos], pode ser mais rápido se
a pessoa consome grandes quantidades de álcool regularmente, mais lento se o
fígado não estiver totalmente saudável.” Ainda segundo a hepatologista, pode
levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue. “Não
há formas eficientes de acelerar esse processo”, esclarece.
O
que é mais fácil calcular é a absorção do álcool pelo nosso organismo. “O
álcool é rapidamente absorvido e atinge o pico de concentração no sangue cerca
de 30 a 45 minutos após ser ingerido”, pontua a especialista.
Recusa – Nas
operações do Programa Direção Segura –blitze coordenadas pelo Detran.SP que
integram equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica– é comum os
motoristas se negarem a fazer o teste do bafômetro na tentativa de escapar de
possíveis sanções. Porém, não se submeter ao exame também é uma infração.
Assim como quem tem a embriaguez atestada no exame,
quem se recusa a soprar o aparelho também é multado em R$ 2.934,70 e notificado
a responder processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.
Além disso, mesmo que o condutor se recuse a soprar o
etilômetro, caso o perito da Polícia Técnico-Científica identifique durante o
exame clínico que a pessoa não está apta a dirigir, ao ter atitudes como
cambalear e falar coisas sem sentido, o cidadão pode responder também por crime
de trânsito. A pena é de seis meses a três anos de prisão.
Para quem se submete ao teste do bafômetro, o índice
que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar
expelido.
Em todos os casos, conforme determina a legislação
federal, os condutores autuados pela Lei Seca têm direito à defesa em três
instâncias antes da conclusão do processo de suspensão da Carteira Nacional de
Habilitação (CNH).
Quem for reincidente nesse tipo de infração em um
período de 12 meses é multado em R$ 5.869,40 e responde a processo de cassação
do direito de dirigir por dois anos.
“As pessoas precisam se conscientizar que misturar
bebida e direção coloca em risco a vida não apenas do próprio motorista, mas de
todas as pessoas no trânsito. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de
reação do condutor. Dirigir não é brincadeira”, destaca Maxwell Vieira,
diretor-presidente do Detran.SP.
Cabe esclarecer ainda que não existe tolerância para
uma ou duas latinhas, para nenhuma quantidade de bebida alcoólica. Tanto é que
a mais recente versão da Lei Seca, de 2012, é inclusive conhecida como
“tolerância zero”. No entanto, como o aparelho do bafômetro tem uma margem de
erro determinada pela legislação federal, os condutores são autuados quando
apresentam a partir 0,05 miligramas de álcool por litro de ar expelido.
DETRAN.SP:
O Detran.SP é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão. Para obter mais informações sobre o papel do Detran.SP, clique neste link: http://scup.it/aanx
O Detran.SP é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão. Para obter mais informações sobre o papel do Detran.SP, clique neste link: http://scup.it/aanx
INFORMAÇÕES AO CIDADÃO:
Portal – www.detran.sp.gov.br
Disque Detran.SP – Capital
e municípios com DDD 11: 3322–3333. Demais localidades: 0300–101–3333.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às
13h.
Fale com o Detran.SP e Ouvidoria (críticas,
elogios e sugestões) – Acesso pelo portal, na
área de "Atendimento".
Nenhum comentário:
Postar um comentário