Renato é especialista em comportamento animal
e pioneiro em aplicar o conceito de enriquecimento ambiental para cães em
grupos
Que
os cães gostam de morder mesmo que por brincadeira não é segredo para a maioria
das pessoas, mas o que poucos sabem é o real motivo dessas mordidas. É mais
comum o filhote ter esse tipo de comportamento, além de ser um algo natural dos
cães, as mordidas aliviam as sensações desagradáveis na gengiva, relacionada ao
nascimento e trocas de dentes. Mas, muitas vezes a mordida é estimulada pelos
próprios tutores principalmente em brincadeiras que se mede a força.
“É comum identificar comportamentos de mordidas em
filhotes recém desmamados, mas neste período, os cães ainda estão com seus
irmãos e sua mãe, muitas vezes, não perceptível aos futuros tutores. Na troca
dos dentes de leite (em torno do 3º a 4º mês), as atividades de morder se
intensificam, quando os dentinhos começam a nascer, causando certo desconforto
na gengiva. Este comportamento não está relacionado a raça, pois faz parte do
repertório natural dos cães”, afirma Renato Zanetti, zootecnista e
especialista em comportamento animal da Dog Solution.
Apesar
de engraçado, esse comportamento pode acarretar alguns problemas para os
donos e se tornar algo intolerável como destruição de objetos da casa,
certas mordidas machucam a pele dos tutores, pois os dentes dos filhotes são
fininhos e perfurantes, e o filhote pode aprender que morder é uma forma de
atrair a atenção das pessoas.
Segundo
o zootecnista Renato Zanetti, existem estratégias que podem coibir esse
comportamento:
1)
evitar que o cão tenha acesso a objetivos que não podem ser mordidos;
2)
nunca estimular brincadeiras nas quais o cão tenha a opção de morder os
tutores;
3)
oferecer brinquedos específicos para esta situação.
Se
o cão não tem acesso a objetos proibidos, se não consegue morder braço e mão
das pessoas e tem objetos específicos para saciar sua necessidade de destruir
coisas, o problema está resolvido.
Para iniciar o treino é necessário quatro passos:
1)
impedir que o cão tenha acesso a objetos que não devam ser mordidos (chinelo,
controle remoto, pé da cadeira, etc);
2)
oferecer objetos que podem ser mordidos pelo cão (brinquedos próprios, ossinhos
de nylon, etc);
3)
educar o filhote para que ele saiba quais são os objetos permitidos para serem
mordidos;
4)
supervisionar as atividades do filhote, permitindo mais chance de acerto.
Para
Renato, o enriquecimento ambiental ajuda nesse processo. “Tornar o ambiente mais rico é
oferecer opções de escolha ao filhote. Se ele tem opção de explorar mais o
ambiente (e isto pode ser até mesmo um apartamento pequeno), se há condições do
filhote gastar seu tempo praticando atividades opostas à destruição (jogos
cognitivos, forrageio, passeio, brincadeira com bolinha, por exemplo) e se há
estímulos tanto físico, quanto mental, o cão terá menos oportunidades e
interesse em morder objetos não permitidos ou a própria mão do tutor”, finaliza.
Dog Solution
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