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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Especialistas tiram dúvidas sobre a febre amarela



 Infectologista e enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar falam sobre a doença, contágio, sintomas, tratamento e vacinação


A preocupação com a febre amarela circula por São Paulo e muitas pessoas ainda possuem dúvidas sobre a doença. Para esclarecer, a Dra. Ana Carolina de Moura Coelho, infectologista, e a enfermeira Maria do Carmo Aiex Taier, ambas do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Dom Alvarenga, explicam sobre o contágio, sintomas, tratamento e vacinação.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus que pode ser transmitida pela picada de dois tipos de mosquitos, o Aedes aegypti ou o Haemagogus e Sabethes. Segundo as especialistas, no ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. “O período de incubação varia de três a seis dias, podendo se estender até 15 dias. A presença de vírus no sangue dura no máximo sete dias e vai de 24-48 horas antes do aparecimento dos sintomas até três a cinco dias após o início da doença, e é durante esse período que o homem pode infectar os mosquitos transmissores. Nos casos que evoluem para a cura, a infecção confere imunidade duradoura.”, ressaltam.

Os sintomas iniciais da enfermidade são: febre, calafrios, dor de cabeça, dores musculares fortes, cansaço, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Já em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia, comprometimento dos rins (anúria), do fígado (hepatite e coma hepático), do pulmão, problemas cardíacos (miocardite) e encefalopatias (convulsões e delírios), que podem levar à morte.

Maria do Carmo reforça que o tratamento é apenas sintomático, com cuidado sob hospitalização, repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. “Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.”, afirma.

A infectologista Ana Carolina lembra que no Brasil o Ministério da Saúde recomenda vacinação contra febre amarela, com pelo menos dez dias de antecedência, a partir de nove meses de idade aos indivíduos que se deslocam para as áreas de risco, áreas com ocorrência de casos humanos, vetores silvestres e epizootias confirmadas (morte de primatas não humanos) por febre amarela, assim como adeptos do ecoturismo ou turismo rural e trabalhadores que adentram as matas da região. “É importante que as pessoas estejam atentas e em dia com o calendário de vacinação, já que o Ministério da Saúde recomenda revacinação da febre amarela a cada dez anos.”, completa a infectologista.
As especialistas do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da instituição reforçam ainda que é importante que as pessoas se previnam contra picadas de mosquitos da seguinte forma: utilizar camisas de mangas compridas e calças; ficar em lugares fechados com ar condicionado ou que tenham janelas e portas com tela, para evitar a entrada de mosquitos; dormir debaixo de mosquiteiros preferencialmente impregnados com permetrina; não usar perfumes durante caminhadas em matas silvestres, pois perfumes atraem os mosquitos; usar repelentes registrados oficialmente; evitar uso de produtos com associação de repelente e protetor solar na mesma formulação, que ocorre diminuição em um terço dos fatores de proteção solar quando utilizado juntamente com o DEET, e se for usar protetor solar, aplicá-lo antes da aplicação do repelente.

Além dos cuidados pessoais, o Hospital Dom Alvarenga destaca que a melhor forma de prevenir a contaminação é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, e para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se realizar a aplicação de inseticida.





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