Resiliência.
Termo comumente usado na física e que significa o nível de resistência que um
material sofre frente a pressões e, ainda assim, consegue retornar ao estado
original. Mas de uns tempos pra cá essa palavra, até então de uso restrito nas
aulas do ensino fundamental, passou a figurar no ambiente empresarial, nas
conversas empreendedoras, nas universidades, nas disciplinas relacionadas ao
comportamento humano. E o motivo não poderia ser mais óbvio: a resiliência é
uma competência fundamental para enfrentar os desafios de um mundo no qual as
mudanças nunca foram tantas, tão rápidas e tão intensas.
O
Brasil está passando por uma das piores crises políticas e econômicas da sua
história recente. O mercado de trabalho apresenta, a cada mês, índices altos de
desemprego. Os profissionais nunca sofreram tanta pressão – e nunca se sentiram
tão competitivos como agora. Todos esses fatores justificam a resiliência como
a competência do século. Para sobreviver, as pessoas precisam, mais do que
nunca, voltar ao estado normal após situações de extrema instabilidade.
Há
um provérbio japonês que diz "caia sete vezes e levante oito". Apesar
de antigo, ele nunca fez tanto sentido como agora, momento em que somos
praticamente obrigados a enxergar as mudanças como oportunidades, simplesmente
porque não há outra escolha. Mas sim: a resiliência nos beneficia com a
capacidade de desenvolver novas competências, de realizar novos projetos,
conseguir outros recursos, estimular a criatividade e, porque não, a alcançar
nossas metas de forma mais rápida. Porque quando estamos abertos a minimizar o
impacto das mudanças é que vamos aprendendo a lidar com as intempéries da vida
e, assim, "ganhamos músculos" para seguir o caminho mais fortes.
Mas
como minimizar tantos impactos de uma só vez? Objetivo, planejamento e foco.
Ter os objetivos claros (e aqui destaco a importância do autoconhecimento), se
planejar para alcançá-los e não perder o foco diante das adversidades. Muitas
conquistas, novos projetos, ideias inovadoras e disruptivas nascem de momentos
de mudança e incerteza, porque neles somos obrigados a, de forma criativa,
evoluir.
E
a ótima notícia é que, como qualquer outra competência, a resiliência pode ser
aprendida e estimulada em qualquer estágio da vida, não só no ambiente
profissional, mas em vários outros aspectos sociais. Mudanças acontecem o tempo
todo e em todos os sentidos. A nossa atitude e reação diante delas é que nos
permitem avaliar o quão estamos encarando o processo com leveza, otimismo e
abertura para o novo.
Um
ponto relevante é que, como tudo na vida, o equilíbrio é a solução. Um
profissional que sofre assédio ou é maltratado pelo chefe não tem que ficar
resiliente nessa posição. É claro que situações negativas são comuns,
principalmente em tempos mais críticos como o atual, mas cada um precisa
definir o seu limite para que ser resiliente não seja confundido com aguentar qualquer
situação, inclusive as que afetem diretamente a saúde física, mental e
emocional e, principalmente, os valores de cada um.
Por
isso é tão importante que as pessoas saibam aonde querem chegar. Que
estabeleçam metas desafiadoras e tomem as iniciativas necessárias para
alcançá-las. O sucesso não é uma linha reta mas, com o foco no resultado, ou
seja, no objetivo final, fica mais fácil compreender que as experiências do
caminho são importantes aprendizados. E que, abertas a elas, o universo vai
conspirar sempre a favor.
Alessandra Fonseca - consultora organizacional,
instrutora e palestrante especializada em Empreendedorismo, Gestão de Pessoas e
Recursos Humanos. Atua na área organizacional desde 1993; é sócia-proprietária
da ConsultaRH - Coaching e Treinamentos, coach pela Sociedade Brasileira de
Coaching, instrutora-líder certificada para o Empretec - ONU, trainer
credenciada do CoachSource (EUA) e professora da pós-graduação da FGV.
Nenhum comentário:
Postar um comentário