Para
especialista do Hospital 9 de Julho o comportamento do idoso começa a mudar:
mais atividades físicas, convívio social e, em contrapartida, doenças crônicas
estáveis e aumento da qualidade de vida
Viagens com os amigos, aulas de dança - parece a
enumeração da rotina de um jovem, mas, segundo o Dr. Marcelo Levites,
coordenador do Centro de Longevidade do Hospital 9 de Julho, cada vez mais
os idosos têm realizado atividades como essas, que são prazerosas e fazem bem à
saúde. “A nova geração de quem já passou dos 65 anos entendeu os malefícios do
cigarro, do sedentarismo e da reclusão social e, por isso, tem mudado os
hábitos para viver mais e melhor”, comemora o médico.
O
especialista lembra que, antes da revolução industrial, a expectativa de vida
era de até 55 anos. Com a evolução de tratamentos médicos e a conscientização
das novas gerações, essa expectativa só tende a aumentar. “Diversos estudos
indicam, por exemplo, que pessoas mais sociáveis e felizes têm uma saúde
melhor”, explica o Dr. Levites. Por isso, proporcionar aos pacientes uma agenda
descontraída, com estímulos físicos divertidos, como uma aula de dança, e
oportunidades de sociabilização, como em uma viagem entre amigos, pode ajudar a
prevenir doenças como a depressão e problemas crônicos como diabetes e
hipertensão.
“A
terceira idade tem sido cada vez menos vista como um período de reclusão.
Observamos que muitos idosos definem uma segunda carreira, novos hobbies e
interesses nesse período. O avançar da idade apresenta um mundo de
oportunidades”, reforça o Dr. Levites.
Para
estimular uma rotina mais saudável para os idosos, dê uma olhada nestas dicas e
ajude-os a ter uma vida mais saudável:
Atividade
física:
Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde*, por volta dos 60-65 anos,
homens e mulheres sentem os primeiros sintomas da velhice como ossos frágeis e
organismo lento. “Hidroginástica e caminhadas são duas opções prazerosas e
exercícios interessantes para idosos, já que têm baixo impacto, mas estimulam
diversas áreas do corpo, como o sistema cardiovascular, músculos e ossos”,
observa o Dr. Levites, que complementa: “Além dos efeitos de longo prazo,
as atividades físicas liberam
serotonina, o hormônio responsável pelo bem-estar”.
Sexualidade: com a chegada de medicamentos para
disfunção erétil muitos casais idosos redescobriram o apetite sexual e encaram
o sexo de forma saudável. “É importante que o tratamento para disfunção erétil
tenha um acompanhamento médico, já que não é indicado para homens com doença
coronária pelo efeito vasodilatador”, explica o Dr. Levites.
Independência: pessoas na terceira idade
estão cada vez mais independentes das famílias. Viagens com amigos, idas ao
cinema, continuação dos estudos e até a identificação com uma nova profissão,
fazem com que a nova geração de idosos afaste doenças psicológicas como
depressão e síndrome do pânico.
Exames
preventivos: ir
ao médico apenas quando está se sentindo mal era um hábito comum na terceira
idade. Atualmente, o idoso entendeu que adotar a prevenção ajuda a garantir a
boa saúde durante o envelhecimento. Como algumas doenças são silenciosas e
assintomáticas, o acompanhamento periódico é fundamental para aumentar as
chances de cura e facilitar o tratamento.
É
importante lembrar que o avançar da idade exige cuidados, mas, na maioria dos
casos, a prática de exercícios e a manutenção da vida social fazem diferença na
qualidade de vida. “É fundamental ter uma vida saudável e aliada ao
acompanhamento médico. No Centro de Longevidade do H9J, por exemplo, temos uma
variada programação que inclui exercícios físicos, passeios, cinema e atividades
recreativas com uma equipe multiprofissional formada por nutricionistas,
psicólogos e até de médicos do esporte para que os pacientes sejam tratados
integralmente”, finaliza o Dr. Levites.
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