A pandemia virou o mundo do trabalho de cabeça para baixo. Ainda assim, um artigo do Fórum Econômico Mundial diz que, de forma geral, transição para o teletrabalho aconteceu de forma suave: "a maioria dos trabalhos de escritório continuaram a funcionar como se nada tivesse mudado".
Também fala-se muito da quantidade de tarefas que as pessoas estão conseguindo entregar. Uma pesquisa de maio da Prodoscore indica que a produtividade de funcionários durante 2020 aumentou em 47%.
Apesar desse dado parecer extremamente positivo, um olhar mais atento revela, no entanto, que os níveis de Burnout - distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema - estão altos. O fato é que os líderes precisam estar mais atentos que nunca em relação ao possível problema e trabalhar para preveni-lo.
É preciso entender que Burnout não é algo incomum: 73% dos profissionais entrevistados em abril pela rede anônima de profissionais (via TechRepublic ) afirmaram experimentar o burnout. Na metade de fevereiro, esse índice era de 61%.
Provavelmente, o
burnout afeta pessoas de toda a empresa. Uma pesquisa recente da Gallup indica que mais de três quartos dos respondentes
enfrentam o Burnout "de vez em quando". Além das longas jornadas de
trabalho, também são listados fatores como a falta de apoio e comunicação por
parte dos gerentes, o tratamento injusto, cargas de trabalho impossíveis de
gerenciar e pressão desnecessária em relação a prazos. Essa lista configura o
top 5 quando se fala de motivos causadores de burnout.
Priorização de objetivos e resolução de problemas
Recentemente, um jovem e talentoso colaborador da área de finanças me abordou com uma séria preocupação. Ele disse que era muito jovem para estar tão esgotado e que essa sensação tinha que ter fim.
Perguntado como eu poderia ajudá-lo, ele sugeriu que eu orientasse às pessoas na organização sobre as atividades que são realmente prioridade e outras que simplesmente elas devem parar de fazer. Fiz o que ele solicitou para que todos canalizassem suas energias no sentido de cumprir os objetivos de negócios da empresa.
Se as pessoas estão se
desviando do plano estratégico, é fundamental reorientar esse caminho.
Acompanhamento da equipe por meio de check-ins regulares
É preciso checar com frequência quais são os desafios e preocupações das pessoas da equipe de trabalho. Essa prática ajuda a coletar informações e a prestar a assistência necessária.
No mundo do teletrabalho massivo, as oportunidades de interação são limitadas. Em um escritório, passamos por um colega no corredor, vemos se ele parece estressado e perguntamos o que está acontecendo. Agora, é preciso investir tempo e esforço para fazer essa avaliação.
Fazendo uma analogia
simples, as empresas são organismos com batimentos cardíacos e ritmos. Para
obter os melhores resultados, é preciso cuidar das necessidades emocionais, da
saúde e do bem-estar dos funcionários.
Implemente um modelo operacional eficaz focado na era da pandemia
O trabalho excessivo pode estar ligado a fatores que aumentam os índices de burnout, como burocracia, complexidade, tensão desnecessária, conflitos e falta de alinhamento. Se as pessoas trabalham 15 horas por dia apenas para terminar as tarefas simples, é fundamental reavaliar a objetividade da estratégia corporativa.
Pergunte-se qual
modelo operacional funciona melhor para que as pessoas cumpram suas tarefas em
menos tempo. Se necessário, redesenhe esse modelo. Livre-se das velhas maneiras
de fazer as coisas, as que não funcionam mais atualmente. É preciso encarar o
mundo como ele existe hoje.
Não trabalhe mais,
trabalhe melhor
Se seu batimento cardíaco está aumentando e diminuindo (como ao experienciar ansiedade), em algum momento isso irá afetar seu coração. As pessoas são o coração da sua organização. Quanto mais elas trabalham, maior o desgaste e menor a expectativa de permanência em sua empresa.
Então,
como podemos salvar o coração da empresa? Como voltar a diminuir os batimentos
cardíacos para bombear o sangue de modo mais eficiente, ganhando longevidade?
Vale muito a pena investir o devido tempo e atenção a essas perguntas. Só assim
é possível fornecer um novo sopro de vida ao seu negócio.
Eric Hutto - Presidente e Diretor de
Operações da Unisys
Unisys
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