As movimentações do mercado financeiro nos últimos anos, como os consecutivos cortes na taxa básica de juros (Selic), fizeram o investidor olhar para alternativas mais rentáveis e, consequentemente, mais arriscadas. Por isso, é exatamente neste momento que o investidor precisa redobrar a atenção! Um dos principais conceitos no mercado financeiro é o risco, resultado que pode levar uma pessoa ou empresa a ter alta probabilidade de ter um retorno diferente do esperado, seja positivo ou negativo.
De modo geral, esses riscos, que são sinônimos de
incertezas, sempre existirão em qualquer operação que envolva dinheiro. Por
isso, é muito importante entendê-los para saber minimizá-los. Existem aqueles
que são inerentes ao investidor, que a pessoa pode controlar, como a oferta
irregular de investimentos feita por pessoas físicas ou jurídicas não
registradas. Mas os principais deles não são fáceis de controlar, como o de
mercado, crédito, liquidez e operacional.
Risco de mercado
O risco de mercado, também chamado de risco
sistemático, pode ser comparado com um vulcão, com a possibilidade de entrar em
erupção a qualquer momento. O cenário econômico é assim, está de forma
controlada, mas pode ser que tudo mude. É um risco determinado pelas oscilações
do sistema financeiro e das políticas econômicas, em que alguma decisão pode
afetar os preços dos ativos da bolsa de valores e impactar empresas e negócios
causando lucro ou prejuízo. Por exemplo, atualmente, a bolsa tem como um de
seus protagonistas as vacinas contra a Covid-19. Os investidores podem ficar
otimistas quando houver uma puxada mais forte no processo de vacinação.
Risco de crédito e mercado marginal
A confiança também é um risco, o de crédito. A pessoa ou empresa faz o empréstimo de um determinado valor esperando que o tomador pague de volta, acrescido com a taxa de juros. No entanto, se o tomador falir, quem sairá com o prejuízo será o investidor. Ainda dentro deste cenário, tem também o risco do mercado marginal, que é a oferta irregular de investimentos feita por pessoas físicas ou jurídicas não registradas.
De acordo com a pesquisa “Fraudes em Investimentos
no Brasil”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em 2019, mais de um em cada
dez brasileiros já perdeu dinheiro em investimentos fraudulentos,
principalmente em esquemas de pirâmide (55%). Dessas pessoas, 62% ainda não
haviam recuperado o dinheiro.
Risco da liquidez
A facilidade ou dificuldade em resgatar o capital,
sem perder o seu valor, é o risco da liquidez. Nem sempre é possível resgatar o
rendimento no momento que deseja. Alguns rendimentos variam de D+1 (dia de
solicitação de saque + 1 dia útil) até D+30. Existem outros que vão além do
período de um mês. Sendo assim, além de entender qual o prazo de retorno na
hora de investir, também é preciso considerar que existe a possibilidade de não
ter a liquidez esperada.
Risco operacional
Por último, os riscos operacionais, que ocorrem, por exemplo, quando há uma falha técnica na operação de investimentos, como uma ordem de compra errada devido algum delay na comunicação dos sistemas operacionais. Esse é o risco mais improvável de acontecer devido todo o aparato tecnológico da bolsa de valores, corretoras, bancos e plataformas, mas não se pode deixar de considerar.
Diante deste panorama de riscos, o importante é o
investidor avaliar com cuidado todas as possíveis incertezas do investimento e
as possibilidades de retorno, visando tomar a decisão correta e que esteja de
acordo com o seu perfil, que está ligado diretamente a sua tolerância frente
aos riscos.
Bruno Sayão - CEO da IOUU, fintech
de peer-to-peer ou P2P lending que propõe alternativas financeiras para
empresas que necessitam de crédito.
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