O obstetra e ginecologista César Patez ressalta que os exames regulares, além de garantirem saúde, fazem com que a mulher conheça mais o seu próprio corpo
Mais do que nunca, é essencial cuidar da saúde. Além do combate ao coronavírus, é preciso continuar com as consultas de rotina que já existiam antes da pandemia. Neste Mês da Mulher, o obstetra e ginecologista César Patez destaca a importância de se fazer um check up ginecológico, para manter a saúde em dia e prevenir possíveis doenças.
O check up é um conjunto de exames que revela como está a saúde do paciente. Quando se trata de um check up ginecológico, ele é específico para o bem estar feminino.
“Esses exames são recomendados por um ginecologista de confiança para diagnosticar diversos problemas, como dores, sangramentos, lesões, cistos, nódulos, infecções, miomas, pólipos uterinos e outros tipos de desconforto”, explica o doutor. “Com eles, é possível prevenir doenças recorrentes, como a endometriose, o câncer de mama e o de colo do útero, que atingem milhares de mulheres todos os anos no Brasil.”
Mulheres de todas as idades, a partir da primeira menstruação, devem fazer o check up. O especialista recomenda que os exames sejam realizados anualmente assim que a mulher se torna sexualmente ativa.
“Respeitar esse período anual é importante, já que é um tempo suficiente para detectar um problema logo no início. Durante a consulta, é feito o exame ginecológico, que inclui observação genital e mamária, e ainda os exames laboratoriais e de imagem, caso sejam necessários. Os mais comuns são o papanicolau, a ultrassonografia pélvica e transvaginal e a colposcopia”, explica César.
A ultrassonografia consiste em um transdutor, que é colocado na barriga (ultrassom pélvico) ou dentro da vagina (ultrassom transvaginal), apresentando imagens detalhadas do sistema reprodutor feminino. Já o papanicolau funciona a partir da raspagem do útero, cujas células coletadas são analisadas em laboratório. Na colposcopia, o ginecologista aplica uma substância que permite visualizar melhor os tecidos do útero e da vagina.
O médico também pode indicar a mamografia e a densitometria óssea para as mulheres acima de 40 anos, tendo em mente que a osteoporose e o câncer de mama são mais incidentes nessa faixa etária.
Para
mulheres acima dos 50, principalmente aquelas no período pós-menopausa ou que
já apresentam algum problema de saúde, o médico ressalta que o período entre os
check-ups pode ser menor para o acompanhamento ser frequente. “O tipo e a
quantidade de exames inclusos no check up vai depender bastante da idade e do
histórico de saúde da paciente”, reforça.
Saúde feminina ainda é tabu
O obstetra acredita que a saúde ginecológica ainda é uma espécie de tabu para muitas mulheres. A falta de autoconhecimento, segundo ele, faz com que o assunto não seja debatido com naturalidade em pleno 2021.
“Apesar de muitas conquistas femininas nos últimos anos, as mulheres ainda são muito reprimidas e isso dificulta a prevenção e o tratamento de doenças”, lamenta.
“Poucas mulheres sabem da relevância de se examinar todos os anos. É muito importante trabalhar o autoconhecimento, isto é, o toque. Com o toque, maiores serão as chances de notar alterações no corpo, como o aparecimento de um nódulo no seio, por exemplo, secreções estranhas e até mesmo verrugas na vagina.”
No caso do câncer de mama, por exemplo, é fundamental observar que, muitas vezes, sinais como caroços e irregularidades na mama só são percebidos no exame quando a doença já está avançada. Dessa maneira, o check up é uma das melhores opções para detectá-la em estágios iniciais. Quando diagnosticada precocemente, as chances de cura aumentam em cerca de 90%.
“A
mulher que faz seus exames ginecológicos regularmente não só conhece mais o seu
corpo, como entende melhor o seu funcionamento. Portanto, o segredo para
garantir a saúde é a informação, a partir de uma rotina constante de cuidados”,
completa.
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