Já faz alguns anos que o tema jardins verticais tem chamado a atenção no Brasil e no mundo. O precursor desse movimento foi o francês Patrick Blanc. Com ele, os jardins verticais ganharam destaque internacional. Inicialmente, a maior aplicação foram em fachadas de edificações de forma a contribuir esteticamente e trazer melhorias de conforto térmico; depois disso, as casas de alto padrão foram ganhando suas paredes verdes e a cada dia que passa essa pitada de verde tem se tornado mais comum nas nossas vidas.
Mas como podemos
ter um jardim vertical que funcione e fique lindo dentro de nossas casas?
Primeiramente, precisamos entender que aqui vamos focar no jardim vertical com
plantas naturais vivas, pois hoje muito se fala também do jardim com plantas
preservadas, que são naturais, porém não vivas, e esse é um assunto para outra
oportunidade.
Há diversas
técnicas para se fazer um jardim vertical. Por isso antes de sair fazendo você
precisa analisar que estrutura você tem para fazer isso, ou seja:
impermeabilização, irrigação, estrutura da parede e drenagem. Observe bem se a
parede está impermeabilizada para evitar infiltrações, mofo, na sua parede ou
na do vizinho.
Sobre a estrutura
observe se sua parede é de gesso acartonado. Se for, ela precisa de muito
reforço para sustentar esse jardim. Verifique também se há tubulação nessa
parede, pois numa futura manutenção pode dar dor de cabeça e tenha cuidado ao
furar. Se você não tem muito tempo na semana e rotina para a rega, seu
jardim vai sofrer, então seria interessante utilizar irrigação automatizada que
não é nenhum bicho de sete cabeças.
Quanto à drenagem pense que essa água que alimenta suas plantas precisa escoar, ou você precisa de um ralo próximo ou o sistema utilizado precisa ter conexão com a tubulação de drenagem, ou águas pluviais, cisterna ou esgoto da sua casa.
Popularmente uma
das técnicas mais baratas é utilizar uma tela de arame e nela pendurar vasos
chamados de “meia lua” nessa estrutura. Qual o cuidado nesse tipo de técnica?
Primeiro, não utilizar em fachadas e grandes alturas. Esse tipo de estrutura
pode se romper e provocar acidentes. Usar telas com arames encapados, de preferência
uma tela eletro soldada revestida e antes de tudo impermeabilizar bem essa
parede.
Uma outra forma é a utilização de bolsos de fibra de coco. São placas costuradas nesse material e depois preenchidas com substrato. Elas necessitam de uma estrutura metálica para fixar essas placas, o que costuma encarecer o sistema, mas é o que pode torná-lo mais durável e resistente. Outra questão é a quantidade de tanino da fibra que pode ser prejudicial às plantas.
Existe também uma
técnica com blocos cerâmicos ou de concreto que são assentados com argamassa
apropriada também sobre parede impermeabilizada previamente. Esse sistema é
mais trabalhoso, pois precisa de pintura depois do assentamento e
impermeabilização interna também. É um bom sistema para muros grandes e bem
estruturados em áreas externas.
E outra forma são
jardineiras plásticas de material reciclado fixadas sobre a parede com bucha e
parafusos. Em geral, dependendo do fabricante esse sistema já protege a parede
contra umidade e fixação é bem fácil. O custo-benefício costuma ser
interessante também, o contra é a modulação das peças, então não permite muita
personalização de formas e medidas.
O tipo de plantas que são utilizadas em geral são as pendentes e perenes ou folhagem longa e densa. Ou seja, plantas que em seu formato temos folhagens com hastes flexíveis que caem sobre as outras, além disso precisam ter boa resistência. Para escolher qual planta utilizar é interessante saber qual o índice de luminosidade do local. Abaixo listo algumas espécies:
- plantas para
jardim vertical que recebe maior quantidade de sol: aspargo pendente, peperômia
pendente, bromélia fireball, barba-de-serpente, véu-de-noiva,
dinheiro-em-penca, trapoeraba roxa, begônia cucullata, clorofito, lambari roxo
e orquídea-grapete;
- plantas para
jardim vertical de meia sombra ou sombra: samambaia paulistinha, samambaia
americana, filodendro brasil, filodendro limão, columéia mármore, columéia
peixinho, chifre de veado, renda portuguesa e renda francesa , columéia
twister.
Esses são alguns
exemplos, mas há uma diversidade imensa de plantas e dependendo do local muitas
serão mescladas conforme a necessidade de sol direto ou não. Além disso, em
geral, no alto do painel colocamos as plantas que não necessitam de tanta água
e embaixo as que gostam mais, pois receberão a coleta da água das superiores. É
importante lembrar sempre de retirar as folhas secas, fazer podas moderadas,
respeitando a forma natural de cada espécie, e de tempos em tempos fazer
adubação apropriadas para que as folhagens permanecem saudáveis.
Tatiane Matsuo -
arquiteta e paisagista, formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Mackenzie, pós-graduada em Gestão de Empreendimentos e especialista em
desenvolvimento de projetos de arquitetura e paisagismo condominiais e
residenciais, sempre utilizando técnicas de harmonização como feng shui e
radiestesia em seus projetos, um diferencial em seu trabalho.
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