Pets são
considerados filhos peludos e acolhidos na concepção de família
Eles fazem parte da família, ocupam um lugar físico
e emocional no dia a dia das pessoas. Os pets têm ganhado cada vez mais espaço
e importância, sendo reconhecidos, muitas vezes, como “filhos peludos” em
muitos lares brasileiros. Da mesma forma que casos de violência doméstica
também os acometem, essas questões têm atraído mais a atenção das pessoas,
inclusive no Direito e em suas interpretações.
“Refletir e entender como a relação entre seres
humanos e animais vem sendo construída faz com que saibamos respeitar esses
laços sociais e as novas configurações de família”, afirma a mestre e
professora universitária Andreia Bonifácio que, em 2019, lançou o livro “A
família contemporânea brasileira à luz do Direito Animal”. A obra pretende
abordar não só as normas que versam sobre os animais no Brasil, mas auxiliar na
reflexão sobre o espaço que vem sendo ocupado pelos animais de estimação na
sociedade brasileira.
Segundo a pesquisadora em Direito Animal, há muitas
curiosidades entre a relação das pessoas com os animais. E por isso o Direito
tem se manifestado dentro dela. Confira abaixo:
- Assim
como as crianças, os pets podem estar em processos que envolvem guarda e
pensão alimentícia;
- É
cada vez mais comum vermos animais compondo fotos familiares como membros
importante das famílias, a exemplo de books de “casais grávidos”;
- Animais
de estimação também sofrem violência doméstica;
- Essas
famílias são conhecidas no Direito como família multiespécie;
- Já
existem comissões na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e órgãos como o
IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família) que vêm tratando
justamente sobre o tema;
- Animais
vêm sendo registrados em alguns cartórios brasileiros;
- Nem
toda família brasileira considera os animais de estimação como membros;
- A
convivência entre animais e crianças gera benefício para ambos em termos
de aprendizados;
- Viajar
e deixar o animal de estimação em casa, agora, configura abandono;
- Tutores
de gatos geralmente possuem temperamento, personalidade e perfis
diferenciados em relação aos tutores de cães;
- Diante
do interesse de muitos alunos e de tanta mudança na sociedade e no
Direito, diversas universidades já vêm adotando a disciplina de Direito
Animal de forma autônoma.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, defender
animais e seus direitos não significa humanizá-los ou enaltecê-los acima das
pessoas. “Acredito que deve haver a igual consideração de direitos a cada
espécie de animal, pois os animais possuem sentimentos e não são coisas.
Devemos compreender que antes mesmo de nos considerarmos dominadores e
proprietários da natureza, somos parte da mesma”, explica a pesquisadora.
Andreia de Oliveira Bonifácio Santos - mineira,
professora de Direito e mestre em Direito Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável. Seu trabalho no meio universitário vem ganhando destaque a partir
de palestras e pesquisas na área, e pelas lições utilizando curiosidades, dicas
e “memes” sobre Direito Animal no instagram.
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