Não há dúvidas sobre o momento em que estamos vivendo e que a
transformação que acontecerá no mundo e nos nossos negócios será marcada em
toda a história da humanidade, tanto é que a chamamos de Revolução Digital ou
Revolução 4.0.
Este cenário vem sendo possível graças à evolução da tecnologia.
Não importa o tipo de negócio, essa transformação vem sendo impulsionada pelo
registro de dados que, diariamente, são imputados nas diversas plataformas
digitais que nos rodeiam. São esses dados que permitem às empresas monitorar
atividades, perfis, eficiência, entender seus negócios e seus clientes com uma
profundidade jamais vista. Além disso, torna-se possível enxergar outras
oportunidades alavancadas pela ciência de dados, inteligência artificial e
tantas outras tecnologias, todas embasadas em dados.
O poder é imensurável, no entanto, traz riscos e oportunidades. O
próprio criador da Internet, Tim Berners-Lee, disse: “É difícil imaginar o
poder que você terá quando tantos diferentes tipos de dados estiverem
disponíveis”. O tema vem sendo debatido em governos, empresas e universidades
ao redor mundo.
Diante desse cenário, os dados coletados diariamente nas empresas
podem trazer grandes oportunidades aos negócios, mas ao mesmo tempo acarreta
grandes riscos no processo de transformação. No ambiente empresarial há uma
alta pressão por custos. Em qualquer negócio observamos clientes emponderados
com exigência de qualidade, atendimento e personalização, novos modelos de
remuneração, rapidez da inovação e evolução. Todos esses fatores criam um
cenário propício à consolidação e à disrupção.
Nesse contexto, vejo os dados e a tecnologia como grandes aliados
das empresas. Tanto na gestão de suas atividades, trazendo eficiência
operacional, quanto na diferenciação da oferta de serviços cada vez mais
rápidos, cômodos e personalizados, que são as tendências de consumo da era em
que vivemos. Além destes benefícios, novos horizontes ainda serão explorados e
potencializados com as tecnologias de analytics, inteligência artificial e
outras.
Mesmo no meio deste cenário ainda exploratório, existem empresas
não se atentando para este movimento e permitindo que a inteligência de seu
negócio, bem como o seu petróleo do futuro – os dados – sejam entregues a
outras corporações. Ter uma estratégia para a guarda, uso e compartilhamento
deste grande ativo das organizações deve fazer parte das discussões, diretrizes
e ações de gestão e governança.
Muitas vezes existe uma preocupação bem clara com a segurança de
dados e dos resultados, o que é fundamental para a segurança do cliente, mas
pouco se fala em segurança da inteligência dos negócios, ou até mesmo de um
futuro diferencial nas organizações, o que faz com que a segurança dos negócios
se torne vulnerável na era digital em que vivemos. Por isso, precisamos pensar
em como lidar com todas essas transformações e como elas irão impactar o dia a
dia das empresas, dos negócios e, principalmente, das pessoas.
Marcelo Lorencin - fundador e CEO da Shift, empresa de Tecnologia da
Informação voltada para medicina diagnóstica. Fundada em 1992 e atuante em 22
Estados brasileiros, vem desenvolvendo inovações tecnológicas para fornecer
mais eficiência, agilidade e competitividade para o segmento laboratorial no
Brasil e na América Latina. Lorencin faz parte de um seleto grupo de CEOs em
Harvard, uma das mais conceituadas universidades do mundo, para uma imersão no
Owner/President Management Program. O programa, um dos mais tradicionais para
executivos do mundo, acontece por meio de um formato de aprendizado exclusivo e
intensivo em três módulos durante três anos. Participam desta edição renomados
profissionais de 33 países. A próxima mentoria acontece este ano, e a última,
em 2020, em Boston, nos Estados Unidos.
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