Na Grécia Antiga, entre os séculos 8 a.C. e 2 a.C.,
os gregos recorriam ao Oráculo de Delfos para receber previsões sobre o futuro,
orientações e conselhos. Na atualidade, de forma prática, consultamos o Google
para todas as nossas indagações ou, pelo menos, parte delas. Perguntamos tudo
para o site de busca mais popular do mundo, desde o significado de uma palavra
até se devemos adquirir determinado produto. Quem diria que, em tão pouco
tempo, nos tornaríamos tão adaptados à tecnologia oriunda do advento da
internet? E, mais, pautaríamos nossas escolhas e determinaríamos nossa relação
de consumo nas pesquisas que realizamos diariamente no mundo virtual?
Essa estreita relação que temos com a internet e as
redes sociais ultrapassou a esfera da pessoa física para alcançar a pessoa
jurídica. Diante da crise que se instaurou no mercado editorial, marcada
principalmente pelo pedido de recuperação, em 2018, das duas principais
livrarias do país – Cultura e Saraiva — grande parte das editoras decidiu
buscar novos modelos de negócios para a visibilidade de seu produto, que não
podia mais contar apenas com as vitrines e gôndolas das grandes redes
comerciais.
Agora, mais do que nunca, é necessário apostar nas
mídias sociais como ferramenta de marketing e divulgação de produtos e para
identificar o perfil de leitores, que estão atentos aos comentários de outros
internautas, lendo resumos e críticas sobre autores e suas obras. Porém, frente
a essa nova realidade, não basta criar conteúdo e despejá-lo nas redes sociais;
é preciso que ele seja relevante e esteja relacionado a assuntos de interesse
do stakeholder
da casa editorial.
As mudanças ocorrem diariamente; mais e mais
editoras têm apostado em conteúdo digital para conhecer os hábitos e o gosto de
leitura de seus clientes e para estreitar os laços de interação entre eles e os
autores. Há alguns anos, por exemplo, a única forma de um fã conhecer seu autor
predileto era por meio de eventos no mundo “real”, hoje, no entanto, essa
interação ocorre no mundo virtual por meio das redes sociais e de outras
ferramentas on-line.
É tempo de abandonar velhos conceitos, descartar
ideias ultrapassadas e caminhar rumo ao futuro, utilizando ferramentas digitais
e tornando sua editora participativa nas redes sociais, pois o leitor está cada
vez mais ativo e vai atrás das informações nos canais em que confia. Aposte em
conteúdo de qualidade, compartilhe informações relevantes, engaje sua editora
em ações sociais e lembre-se de que o seu produto não é somente o livro, pois o
mundo carece de conhecimento e de pessoas que propaguem boas ideias. Esse é seu
papel na construção de um mundo mais inclusivo. E aí, convencido? Então
responda: você já alimentou suas redes hoje?
Tânia Lins -
formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Língua Portuguesa e
Comunicação Empresarial e Institucional. Atua há mais de dez anos na área
editorial, com experiência profissional e acadêmica voltada à edição,
preparação e revisão de obras, gerenciamento de produção editorial, leitura
crítica e coaching literária. Atualmente é coordenadora editorial na
Editora Vida & Consciência.
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