Doença pode ser
evitada ou curada, se descoberta precocemente
A prevenção ao câncer de pele deve começar já na
infância e se estender por toda a vida. Pequenos cuidados diários podem evitar
a doença, que é o tipo de câncer mais frequente no país, com mais de 170 mil
novos casos por ano, sendo mais de 6 mil casos do tipo melanoma, que é o mais
grave. A campanha Dezembro Laranja tem como objetivo alertar a população sobre
a prevenção, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce do câncer de
pele. Para isso, a dermatologista Daniela Bellucci, de Campinas, membro
titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), dá dicas que ajudam na
prevenção.
“A maioria dos casos de câncer de pele está
relacionada à exposição ao sol. Portanto, esta é a melhor forma de prevenir.
Como os raios solares têm efeito cumulativo e o que fazemos hoje pode se
refletir lá na frente, é importante que os cuidados comecem já na infância. A
partir dos seis meses, bebês podem usar filtros solares específicos. Este é um
hábito que precisa começar cedo e se estender por toda a vida”, explica.
“Pesquisas indicam que a infância é uma fase particularmente vulnerável aos
efeitos nocivos do sol e a exposição exagerada nas primeiras duas décadas de
vida aumenta muito o risco de câncer na fase adulta”, complementa. O câncer de
pele é mais incidente após os 40 anos, no entanto, como os jovens vêm se
expondo constantemente ao sol, essa média de idade vem diminuindo e é cada vez
mais comum pessoas mais jovens serem diagnosticadas com a doença.
De acordo com a dermatologista, o protetor solar,
com FPS 30 ou maior, deve ser usado diariamente, e não apenas quando há
exposição direta ao sol. “O ideal é passar pela manhã e retocar um pouco antes
do almoço e no meio da tarde. Se estiver em atividades ao ar livre, o retoque
deve ser feito a cada duas horas”, orienta. “É fundamental que seja um filtro
de boa qualidade e, de preferência, indicado por um dermatologista, que vai
avaliar a melhor opção para cada tipo de pele”, comenta.
Além do filtro solar, outros cuidados devem ser
tomados. “Evitar a exposição solar entre 9h e 15h também é fundamental”, diz
Daniela. Uso de chapéu, óculos escuros com proteção UV e roupas apropriadas
para cobrir áreas expostas também é importante para a prevenção. Em praia ou
piscina, o ideal é ficar sob barracas de algodão ou lona, que absorvem parte da
radiação ultravioleta.
É importante, ainda, lembrar do fator da
hereditariedade. Pessoas com casos de câncer de pele na família devem fazer
exames preventivos regularmente, principalmente quando há casos da doença em
familiares de primeiro grau. Pessoas com pele muito clara, albinas, com
vitiligo ou em tratamentos imunossupressores têm mais risco de ter a doença.
O tipo mais comum de câncer de pele é o não
melanoma, que é pouco letal. O melanoma, apesar de mais raro, também é mais
agressivo. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. “As pessoas não
têm este hábito, mas o ideal é fazer uma visita anual ao dermatologista, que
poderá detectar qualquer anormalidade de forma precoce. É importante que o
paciente fique atento aos sintomas mais comuns e procure um dermatologista o
mais rápido possível. As pessoas precisam conhecer o próprio corpo para
descobrir quando há algo diferente”, comenta.
“Outra dica bacana é pedir para algum familiar
olhar as costas e outros lugares que a própria pessoa não consegue enxergar
para ver se há algo diferente. Toda doença, inclusive o câncer de pele, tem
mais chances de cura quando diagnosticada precocemente”, reforça Daniela.
De acordo com a SBD, uma lesão na pele, de
aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou
multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente é um dos sintomas.
Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, de tamanho e possui com
bordas irregulares também precisa ser investigada. “Outro sintoma comum é o
aparecimento de mancha ou ferida que não cicatriza e continua crescendo.
Normalmente, sangra, forma crosta e causa coceira”, explica a dermatologista.
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