Muitas cidades brasileiras ultrapassam os limites estabelecidos para poluição do ar, excedendo significativamente os níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde
A poluição do ar urbano está se intensificando em muitos
lugares, e seu efeito sobre a saúde humana e sobre a mudança do clima global
representa uma grave realidade. Ao transformar os sistemas de transporte e
energia nas cidades, é possível ajudar a alcançar um clima seguro e melhorar a
saúde pública, construir economias mais fortes e melhorar a qualidade de vida
de maneira que todos se beneficiem. "Nove entre dez pessoas no mundo
respiram ar poluído, segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS)
divulgados em 2018", relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista
Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
De Londres a São Paulo, de Istambul a Salt Lake City, de
Varsóvia a Chennai, é inegável que cidadãos são regularmente expostos a níveis
altamente nocivos de poluição do ar. Muitas cidades brasileiras ultrapassam os
limites estabelecidos para poluição do ar, excedendo significativamente os
níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde.
A poluição atmosférica em São Paulo é causada
principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos meios de transporte e é
responsável por cerca de quatro mil óbitos por ano. São cinco milhões de
automóveis em circulação na cidade movidos a álcool ou gasolina. Além disso,
quase toda a frota de ônibus, bem como os caminhões utilizados nos principais
sistemas de distribuição da cidade de São Paulo (alimentos, gás de cozinha,
transporte de mercadorias, entre outros) depende do óleo diesel, contribuindo
significativamente para o aumento da poluição por MP 2,5, o material
particulado fino em suspensão no ar, capaz de atingir as regiões mais profundas
do sistema respiratório.
"Além dos inúmeros problemas causados à saúde das
pessoas, a poluição do ar reduz a fertilidade humana, tanto em mulheres quanto
em homens. Além disso, os altos índices de poluição estão relacionados com o
aumento do risco de abortos, tanto em mulheres que engravidaram naturalmente
quanto nas que realizaram fertilização in vitro", salienta Vininha F.
Carvalho.
Segundo a especialista em medicina reprodutiva, Lilian
Sério, - "essa diminuição na taxa de fertilidade que é causada pela
poluição do ar está relacionada ao tráfego: quanto maior, pior. Os gases que
são formados da utilização de combustível dos carros e das grandes indústrias:
dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono tem total
relação com problemas de fertilidade no homem e na mulher. É válido ressaltar
que a poluição também tem efeitos sobre a qualidade do sêmen, evidenciando
diminuição na concentração, mortalidade dos espermatozoides e aumento das
alterações morfológicas dos mesmos".
Em todo o mundo, 92% das pessoas vivem em locais que não
atendem às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para qualidade do
ar. Recentemente um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade McGill,
no Canadá, encontraram uma ligação entre a exposição a locais com altos níveis
de poluição do ar e o risco de desenvolvimento de tumores malignos no cérebro.
A pesquisa analisou dados de saúde de 1,9 milhão de pessoas no Canadá entre os
anos de 1991 e 2016, levando em conta os níveis de poluição do ar aos quais
essas pessoas estavam expostas. O resultado: mais de 1.400 pessoas tinham
desenvolvido tumores cerebrais
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