Dra. Juliana Chieppe, membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica,
destaca como identificar e prevenir a doença.
Tipo de câncer mais comum entre os brasileiros, o
câncer de pele acomete cerca de 30% dos casos de tumores malignos no país,
segundo o instituto Nacional do Câncer (INCA). Com aproximadamente 176 mil
casos identificados por ano, o avanço da doença teve uma pequena redução entre
2018 e 2019, atingindo a marca de 165 mil casos catalogados.
Embora ainda pequena, essa mudança é resultado de
uma série de ações que buscam conscientizar a população sobre a doença, a
exemplo, do Dezembro Laranja, iniciativa criada em 2014 pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), que em 2019 completa 5 anos de luta na
prevenção e no diagnóstico do tumor.
Este ano a campanha ganha destaque no dia 7 de
dezembro, quando 130 postos realizarão exames gratuitos. “É importante
alertar para o diagnóstico e tratamento precoces, pois isso aumenta as chances
de cura na maioria dos casos”, alerta a dermatologista Juliana Chieppe,
membro da SBD.
“A melhor forma de evitar a doença é a prevenção.
Além das medidas fotoprotetoras, como o uso do protetor solar, chapéus, óculos
de sol e roupas com proteção UV, é importante ir ao dermatologista examinar
pintas e sinais uma vez por ano”,
recomenda a profissional.
Tipos de pele
Sobre a parcela da sociedade mais afetada pela
doença, a Dra. Juliana aponta que há um predomínio nos casos relacionados ao
sexo masculino, com idade avançada – acima dos 60 anos, e de pele muito clara.
Em contrapartida, há um tipo específico de melanoma (acral, relacionado às
extremidades), que é mais comum em pacientes negros.
“Os tipos mais comuns de câncer de pele são o
carcinoma basocelular e o espinocelular; ambos apresentam altos percentuais de
cura. Já o melanoma é o mais agressivo e potencialmente fatal. No entanto,
quando descoberto no início, tem mais de 90% de chance de cura”, explica a profissional, que é sócia da clínica de
dermatologia Sá e Chieppe, onde realiza seus atendimentos.
Mitos e verdades
Quando se trata de mitos referente à doença, Dra.
Juliana ainda recomenda se atentar às crenças populares sobre o câncer de pele,
que nem sempre refletem a realidade. “As pessoas creem que só se expor ao
sol já é o suficiente para adquirir câncer. Realmente, as áreas mais afetadas
são as mais expostas à luz solar, mas outras áreas como pés, entre os dedos,
unhas, boca, vulva, ânus, vagina e pênis também podem ser afetadas pela
neoplasia de pele”, destaca.
“Outras pessoas acreditam que qualquer mancha
que aparece na pele é automaticamente câncer, mas nem toda pinta escura é
perigosa. Há também quem diga que a doença só surge a partir de um sinal, sendo
que o carcinoma basocelular, tipo câncer de pele mais comum, por exemplo, não
surge de sinais prévios”, complementa a Dra.
“O carcinoma basocelular não dá metástases,
enquanto o espinocelular e o melanoma realmente podem se espalhar para outros
órgãos, mas uma rotina regrada com um dermatologista pode facilmente indicar a
doença e tratá-la com antecedência. A melhor forma de evitar a doença é a
prevenção, nós conhecemos a origem da doença - que é a exposição excessiva ao
sol - por isso, a conscientização é tão necessária”, finaliza.
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