Uma pesquisa
preliminar desenvolvida pela Afip Medicina Diagnóstica mostra que o p2PSA pode
ser um melhor marcador para a detecção de câncer de próstata
Uma nova geração de exames de sangue pode ser um
importante aliado na luta contra o câncer, contribuindo para a redução de
solicitações de métodos invasivos de detecção da doença e também na diminuição
de custos. A Afip Medicina Diagnóstica, unidade pertencente à Associação Fundo
de Incentivo à Pesquisa (AFIP), desenvolveu uma pesquisa para comparar biópsias
e exames p2PSA com os resultados do PSA livre e PSA Total.
A pesquisa comparou os resultados de 30 biópsias de
próstata com os de 30 exames de sangue e constatou que, dos 17 casos positivos,
todos poderiam ter sido indicados utilizando apenas o exame p2PSA.
O estudo foi realizado pela médica patologista
responsável pelo setor de Biologia Molecular e Citogenética da Afip Medicina
Diagnóstica, Ana Carolina Paniza, e pelo biomédico Guilherme Moreno, ambos sob
a orientação de Marcia Feres, doutora em Ciências da Saúde e coordenadora de
Desenvolvimento Científico e Estágio da Afip Medicina Diagnóstica
O PSA é a sigla para Prostate-Specific Antigens,
ou antígenos específicos da próstata. Os antígenos são moléculas produzidas
pela próstata e, quando há alguma alteração na glândula, é possível detectar
por meio de exames de sangue. O resultado desse exame ajuda o médico na
indicação de uma biópsia, que pode trazer mais informações para o paciente.
Detectando o câncer
O p2PSA apresentou uma taxa de especificidade de
87%, que é a capacidade desse antígeno indicar a presença de células
cancerígenas. Os dois exames que são cobertos pelo SUS atualmente, o PSA livre
e o PSA total, contam com taxas de 55% e 74%, respectivamente.
Isso se dá porque o antígeno p2PSA sofre menos
alterações por fatores externos e só varia na corrente sanguínea quando há
presença de células tumorais. O PSA total e o PSA livre são passíveis de
diversas alterações em suas análises, pois sofrem influência de fatores como
infecções locais, manipulação prostática, fumo, entre outras, que podem
resultar em valores falsos positivos para câncer, levando como consequência a
uma desnecessária indicação de biópsia de próstata.
Atualmente é possível unir esses três parâmetros
para criar o cálculo do índice de saúde prostática (PHI, do inglês Prostate
Health Index), que indica a probabilidade de um tumor de câncer de
próstata. No entanto, o estudo preliminar da Afip Medicina Diagnóstica
demonstrou que além do PHI, que utiliza os três parâmetros, é possível também
utilizar apenas o p2PSA para a detecção do câncer de próstata. Ou seja, apenas
um exame com a possibilidade de trazer o mesmo resultado que os demais.
“Com a possibilidade de exames com maior
especificidade e sensibilidade e mais acessíveis, melhoraríamos o diagnóstico e
o tratamento deste tipo de câncer. Isto também se refletiria na diminuição de
biópsias desnecessárias e nos riscos e desconfortos de exames invasivos”,
comenta a orientadora da pesquisa, Marcia Feres.
“Este é um estudo inicial, que ainda será ampliado,
mas já nos sinaliza a possibilidade de que, no futuro, o exame de sangue para a
detecção do câncer de próstata possa ser atualizado, utilizando apenas um
biomarcador, como o p2PSA”, comenta Guilherme Moreno.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam
que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens no Brasil, atrás
apenas do câncer de pele não melanoma. Mais de 68 mil casos da doença são
esperados até o final de 2019.
Afip Medicina Diagnóstica
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