terça-feira, 26 de novembro de 2019

Dermatologista dá dicas para a prevenção do câncer de pele no Dezembro Laranja


Doença pode ser evitada ou curada, se descoberta precocemente


A prevenção ao câncer de pele deve começar já na infância e se estender por toda a vida. Pequenos cuidados diários podem evitar a doença, que é o tipo de câncer mais frequente no país, com mais de 170 mil novos casos por ano, sendo mais de 6 mil casos do tipo melanoma, que é o mais grave. A campanha Dezembro Laranja tem como objetivo alertar a população sobre a prevenção, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce do câncer de pele.  Para isso, a dermatologista Daniela Bellucci, de Campinas, membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), dá dicas que ajudam na prevenção.

“A maioria dos casos de câncer de pele está relacionada à exposição ao sol. Portanto, esta é a melhor forma de prevenir. Como os raios solares têm efeito cumulativo e o que fazemos hoje pode se refletir lá na frente, é importante que os cuidados comecem já na infância. A partir dos seis meses, bebês podem usar filtros solares específicos. Este é um hábito que precisa começar cedo e se estender por toda a vida”, explica. “Pesquisas indicam que a infância é uma fase particularmente vulnerável aos efeitos nocivos do sol e a exposição exagerada nas primeiras duas décadas de vida aumenta muito o risco de câncer na fase adulta”, complementa. O câncer de pele é mais incidente após os 40 anos, no entanto, como os jovens vêm se expondo constantemente ao sol, essa média de idade vem diminuindo e é cada vez mais comum pessoas mais jovens serem diagnosticadas com a doença.

De acordo com a dermatologista, o protetor solar, com FPS 30 ou maior, deve ser usado diariamente, e não apenas quando há exposição direta ao sol. “O ideal é passar pela manhã e retocar um pouco antes do almoço e no meio da tarde. Se estiver em atividades ao ar livre, o retoque deve ser feito a cada duas horas”, orienta. “É fundamental que seja um filtro de boa qualidade e, de preferência, indicado por um dermatologista, que vai avaliar a melhor opção para cada tipo de pele”, comenta.

Além do filtro solar, outros cuidados devem ser tomados. “Evitar a exposição solar entre 9h e 15h também é fundamental”, diz Daniela. Uso de chapéu, óculos escuros com proteção UV e roupas apropriadas para cobrir áreas expostas também é importante para a prevenção. Em praia ou piscina, o ideal é ficar sob barracas de algodão ou lona, que absorvem parte da radiação ultravioleta.

É importante, ainda, lembrar do fator da hereditariedade. Pessoas com casos de câncer de pele na família devem fazer exames preventivos regularmente, principalmente quando há casos da doença em familiares de primeiro grau. Pessoas com pele muito clara, albinas, com vitiligo ou em tratamentos imunossupressores têm mais risco de ter a doença.

O tipo mais comum de câncer de pele é o não melanoma, que é pouco letal. O melanoma, apesar de mais raro, também é mais agressivo. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. “As pessoas não têm este hábito, mas o ideal é fazer uma visita anual ao dermatologista, que poderá detectar qualquer anormalidade de forma precoce. É importante que o paciente fique atento aos sintomas mais comuns e procure um dermatologista o mais rápido possível.  As pessoas precisam conhecer o próprio corpo para descobrir quando há algo diferente”, comenta.

“Outra dica bacana é pedir para algum familiar olhar as costas e outros lugares que a própria pessoa não consegue enxergar para ver se há algo diferente. Toda doença, inclusive o câncer de pele, tem mais chances de cura quando diagnosticada precocemente”, reforça Daniela.

De acordo com a SBD, uma lesão na pele, de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente é um dos sintomas. Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, de tamanho e possui com bordas irregulares também precisa ser investigada. “Outro sintoma comum é o aparecimento de mancha ou ferida que não cicatriza e continua crescendo. Normalmente, sangra, forma crosta e causa coceira”, explica a dermatologista.

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