Embora ainda haja muitas incertezas políticas e
econômicas no país, é hora dos atuantes do mercado imobiliário avaliarem o
cenário cuidadosamente para que possam emergir destes anos difíceis com mais
competitividade. Se por um lado, o reaquecimento do mercado não terá a velocidade
de anos anteriores e dependerá, além da região onde o imóvel se localiza, da
diminuição da taxa de desemprego e da estabilização do cenário político, também
é possível afirmar que há uma janela de oportunidades para quem verdadeiramente
entender o consumidor contemporâneo.
A nova realidade é que as marcas não controlam o
relacionamento. Os consumidores o fazem. O comportamento de quem compra vem
mudando rapidamente e isso exige uma visão completamente nova por parte das
empresas e profissionais que atuam no setor de imóveis, para se manterem únicos
e especiais. É, agora, necessário agir com mais fluência, abertamente e tomando
todos os passos com o consumidor através da escuta ativa e de uma postura que
não acredita em nada garantido.
O consumo passa por mudanças irreversíveis. Não dá
mais para segmentar as pessoas por meio das gerações. A tecnologia e as
transformações societais minaram esse processo. As mudanças não são mais
geracionais: ocorrem vorazmente e com menor intervalo. Em outras palavras,
comece a esquecer a idade do seu consumidor.
A questão referente à classe social também é
alterada e pode ser observada pelos padrões de consumo, pois não é algo
determinado por diferença de classe, mas sim por afinidade e pessoalidades. A
influência não vem mais apenas do topo da pirâmide, ela flui de todos os lados.
Essa mistura de influências é o verdadeiro aspiracional brasileiro.
Vivemos uma época marcada pelo fim dos estereótipos
e da construção da identidade. A segmentação que se faz agora é por grupos que
dividem hábitos de vida semelhantes.
O setor de luxo é um ótimo exemplo da ruptura que
passa o consumo. Diferente do passado, luxo agora é simplicidade, racionalidade
e autenticidade. Ter tempo, ser discreto, alimentar o intelecto e a busca pelo
silêncio. Ostentar agora é cafona. O novo luxo busca riqueza inteligente,
aquela com significado. Esse consumir sai do egossistema e pensa no
ecossistema.
A palavra que deve guiar o setor imobiliário é precisão:
diferente do passado, mesmo o público mais abastado, não quer um imóvel com
excesso de opções. Agora este consumidor busca algo que seja,
microscopicamente, feito para a necessidade dele. Nada de dez piscinas e sete
quartos. Luxo está nos detalhes, praticidade e nas experiências.
Com a volta do crescimento econômico, é
imprescindível um foco cuidadoso no treinamento e desenvolvimento da equipe
interna. E no momento adequado, valorizar financeiramente os colaboradores mais
eficientes e familiarizados com os objetivos do negócio. O fator humano se
torna peça sine qua non neste retomada.
Se coloque nos sapatos do seu cliente na
pós-recessão: embora as pessoas mantêm os hábitos que adquirem e levará tempo
até que o consumo volte aos padrões anteriores à crise, haverá um momento que
questões que envolvem, por exemplo, o consumo sustentável ganharão novamente
força. Importante também citar o ceticismo para com marcas e empresas que é
fortalecido pelas tecnologias digitais.
O consumidor do mercado imobiliário procurará por
permanência, mas também expectativas por futuras utilidades que chegam como
forma de criatividade, inovação, confiança e experiências autênticas.
Gabriel
Rossi - especialista em marketing, professor da ESPM,
palestrante e diretor da Gabriel Rossi Consultoria. Palestrante profissional em
marketing, estrategista especializado na construção e no gerenciamento de
marcas e reputação . Estudou naSyracuse/Aberje, Madia Marketing School,
University of London e Bell School. Especialista convidado para lecionar no
curso de extensão da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESP) e na
pós-graduação de Marketing da USP. Referência de mercado, Gabriel é,
atualmente, o profissional no País mais requisitado pela grande mídia
(mainstream) para falar sobre marketing. Rossi e sua equipe atuam tanto no
campo político como no empresarial, trabalham com empresas internacionais, como
Petrobras, The Marketing Store e Tetra Pak, além de serem candidatos ao Senado
Federal. Rossi participou de momentos históricos importantes, como o
comentarista especial da TV Estadão no primeiro e no segundo turno das eleições
2010 e comentarista oficial para a rádio Eldorado.
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