O país vivencia um momento sem precedentes, tanto no ambiente
político, econômico e social quanto no das empresas. Para que tudo que veio à
tona surta um efeito benéfico e duradouro, faz-se necessária uma nova forma de
fazer negócios, que transcorra a partir de decisões éticas e responsivas, tanto
no segmento público quanto no privado.
Rever a forma de fazer negócios significa definir claramente
qual é o propósito de uma empresa. Neste contexto, o discurso de se obter
resultado a qualquer custo não tem mais espaço. É preciso agir de acordo com os
valores fundamentais da sociedade e, assim, garantir a sustentabilidade e
perenidade da organização a que se representa.
As boas práticas de Governança Corporativa são um caminho que
garante respostas adequadas a todos os stakeholders. Um modelo de gestão
empresarial deve proporcionar transparência nos processos e na prestação de
contas, equidade no tratamento com todos com que têm alguma relação com a
corporação – sejam colaboradores, clientes ou comunidade – e responsabilidade
corporativa, o que significa atuar e decidir em prol do negócio e não
priorizando o interesse individual.
Outro ponto fundamental é a criação de um conselho de
administração, composto por membros independentes, de diversas formações,
experiências e perfis comportamentais, que avaliem quais são as melhores
decisões no sentido de garantir a perenidade empresarial.
O modelo de remuneração executiva é um outro aspecto que deve
ser levado em conta nessa mudança. Remunerar executivos com base nos
resultados do ano em exercício, pode trazer graves consequências, pois, na
prática, muitos priorizam o bônus anual e não os resultados empresariais que
sustentam a empresa.
A grande maioria dos casos de corrupção trazidos pela imprensa
nos últimos anos envolve corporações, não somente as públicas, mas muitas de
capital privado. A mudança que se almeja passa, necessariamente, por ações
norteadas pela ética, em todos os níveis. Se as corporações agirem nesse
sentido, poderá surgir, em breve, um novo modelo de gestão empresarial que
possibilitará resgatar a credibilidade do Brasil.
Susana Falchi - CEO da HSD Consultoria em RH
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