Chocolate
amargo, sem excessos, é o tipo mais indicado para pessoas com diabetes ou
pré-diabetes
Chegou a Páscoa e o comércio está com as prateleiras lotadas de
chocolates, para a alegria dos chocólatras de plantão. Porém, o consumo de
doces deve ser controlado principalmente para pessoas com diabetes ou
pré-diabetes, já que consumi-los em excesso pode levar ao aumento da glicemia
(hormônio produzido pelo pâncreas, cuja função é metabolizar a glicose). Mas,
como é difícil resistir à tentação, é possível inserir o chocolate no
planejamento alimentar, controlando a frequência do consumo, a quantidade e o
tipo do produto.
A
endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital
Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, alerta que o consumo excessivo do
alimento rico em açucares e gorduras, pode aumentar a glicemia e deixar o
diabetes descompensado, aumentando as chances de complicações. “Os primeiros
sintomas do pico glicêmico por conta dos exageros são sede, aumento de apetite,
vontade de urinar com muita frequência e perda de peso”.
Além
do consumo moderado, uma dica importante para as pessoas que não resistem ao
chocolate, é estarem atentas aos rótulos dos produtos, já que 30 gramas de
chocolate ao leite têm em média 15 gramas de carboidratos. A melhor opção são
os chocolates amargos, principalmente os que contêm 70% ou 80% de cacau. “O indicado
é que a pessoa com diabetes consuma pequenas porções, no máximo 30 gramas, o
que equivale a dois quadradinhos de uma barra de chocolate. A dica é dividir o
chocolate em pequenas porções e reservá-las em algum recipiente ou no papel
alumínio para ser consumido eventualmente”, aconselha a endocrinologista. Mesmo
com as versões diet, é importante que o paciente consuma pequenas porções, pois
apesar de não conter açúcar, esse tipo de chocolate tem muita gordura e também
é mais calórico.
As
pessoas com pré-diabetes também devem estar atentas à alimentação. Uma pessoa é
considerada de alto risco para o desenvolvimento do diabetes quando apresenta
excesso de peso, sedentarismo, circunferência abdominal aumentada, alimentação
inadequada com baixo consumo de frutas verduras e legumes, e alto consumo de
alimentos açucarados e gordurosos diariamente, além de histórico familiar de
diabetes. Esses fatores podem desencadear alterações no metabolismo da glicose
e com isso aumentar a chance dessa pessoa em desenvolver a doença.
No
Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que o diabetes atinja 14
milhões de pessoas e que mais da metade delas desconhece ser portadora da
enfermidade. Considerando que para cada pessoa com diabetes existam pelo menos
três pacientes em risco, a estimativa é de que cerca de o país tenha 40 milhões
de pré-diabetes e aproximadamente 25% dessa população terá a doença nos
próximos cinco anos.
Veja abaixo as dicas
quanto às propriedades dos diversos tipos de chocolates existentes no mercado e
opte por uma escolha saudável.
Chocolate
de soja
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Ideal para veganos e
pessoas com intolerância alimentar. A quantidade recomendada deve ser
igual a 30 gramas.
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Chocolate
Amargo
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Contém grãos de cacau torrados, sem adição de
leite, com pouca adição de açúcar. Estudos recentes sugerem que antioxidantes
presentes no chocolate amargo, auxiliam na diminuição dos níveis de LDL (mau
colesterol) e da pressão arterial. Existem chocolates extra-amargos (75 a 85%
de cacau), amargos (50 a 75% de cacau) e meio amargo (35 a 50% de cacau).
Mesmo com tantas propriedades devem ser consumidos com moderação: 30 gramas.
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Chocolate
diet
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É composto por massa
e manteiga de cacau, leite em pó e adoçantes (sorbitol, sacarina, sucralose,
aspartame). Apesar de não conter açúcar em sua composição o chocolate diet
apresenta alto teor de gordura, contribuindo para o aumento de peso,
portanto, influenciando no controle glicêmico.
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Chocolate ao Leite
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Contém cerca de 30% de
cacau, os 70% restantes são açúcar, manteiga de cacau, leite, soro lácteo,
emulsionante e aromas. A quantidade consumida deve ser de no máximo 30
gramas.
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Chocolate Branco
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Apresenta um alto
teor de gordura saturada em sua composição. É produzido a partir da manteiga
de cacau, sem propriedades benéficas.
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Cuidado
com os acompanhamento dos peixes
Outra tradição muito
comum na semana da Páscoa é o consumo de pratos com peixes no feriado da Paixão
de Cristo. Segundo a endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e
Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os diabéticos precisam ter cuidado
com a quantidade consumida dos carboidratos que acompanham o peixe, como arroz,
farofa e batata. “A variabilidade dos valores de glicemia pode trazer
muitas complicações. Como a doença é silenciosa, ou seja, não apresenta
sintomas iniciais, é preciso ter cuidado com o consumo de carboidratos. Esse
nutriente deve fazer parte da alimentação, mas em quantidades adequadas para
cada um. Se a glicemia estiver descompensada, o ideal é
não exagerar nas quantidade” alerta.
O importante é ter bom
senso nos dias de festas: não deixar de fazer uso das medicações prescritas
pelo médico, monitorar a glicemia para avaliar os índices após consumir os
alimentos diferenciados, hidratar o corpo, e sempre incluir os alimentos que
trazem benefícios para o controle glicêmico na dieta, como verduras e legumes.
E por fim, procure nutricionista que adapte a quantidade dos carboidratos e
frequência do consumo dos chocolates na alimentação.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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