Médica nutróloga da ABRAN faz recomendações para
prato mais característico da Páscoa
A bacalhoada é um prato nutritivo e completo.
Possui gordura boa, fibras, carboidratos e proteínas. Há tempos que, nessa
época do ano, o preço desse peixe fica mais salgado do que a própria salmoura
de conserva. Por conta disso, algumas famílias optam por aumentar a quantidade
de batatas e azeitonas na receita. De acordo com a médica nutróloga da
Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Dra. Marcela Voris, entretanto,
vale parcimônia na adição de carboidratos no prato, além de um cuidado maior
para quem é hipertenso.
Adicionar muitas batatas, de acordo com a médica, é
um recurso para aumentar o sabor do peixe sem gastar tanto. Porém, é importante
ter consciência de que se está adicionando um carboidrato à refeição. "Um
erro comum dos pacientes que estão em uma reeducação alimentar ou em uma
restrição calórica é exagerar na batata, e consumir o arroz. Isso significa
dobrar o consumo desse macronutriente e a quantidade de calorias no
prato", ressalta. A adição de azeitonas pretas ou verdes, comuns da
bacalhoada, também pede parcimônia. "As azeitonas podem sem agradáveis ao
paladar, mas a quantidade de sal é elevada", alerta a médica nutróloga.
O bacalhau é um peixe com alto valor nutritivo e
possui diversos benefícios. É rico em minerais como ferro e fósforo, e possui
vitaminas A, D e E. Além disso, possui ômega 3, responsável por diminuir o
colesterol ruim e aumentar o colesterol bom. "Esse peixe, devido à alta
concentração de ômega 3 e ômega 6, é excelente para a prevenção de doenças
cardiovasculares e autoimunes". Ele ainda possui boas concentrações de
selênio e triptofano, colaboradores para o combate da ansiedade e da depressão.
"Mesmo com tantos benefícios, vale ressaltar
que é importante ter cuidado com pacientes hipertensos. Dependendo da forma de
preparo do bacalhau, pode causar retenção de líquidos, e isso é extremamente
prejudicial para quem também tem insuficiência renal", afirma a médica
nutróloga da ABRAN. Por ser um peixe não tão fresco, ele necessita de um processo
de salgamento para maior preservação. Isso faz com que, além do gosto marcante
do próprio peixe, ele fique também muito salgado. Assim, qualquer forma de
preparo do bacalhau exige que ele seja dessalgado. "O ideal é mantê-lo
imerso em água potável na geladeira por pelo menos 24 horas e que a água seja
trocada pelo menos cinco vezes", recomenda a médica nutróloga.
Cuidado onde você compra
Feira livre, mercado municipal, supermercados,
mercados regionais ou em restaurantes, o ideal é que o bacalhau esteja bem conservado
e que seja de boa procedência. "Estar na temperatura ambiente e exposto
pode fazer com que certos fungos e bactérias se proliferem com facilidade. Por
isso, são adicionados sais para a conserva do produto", diz a médica
nutróloga da ABRAN. Ainda assim, ela recomenda que todos prestem atenção na
conservação e na cor do peixe. "Compre sempre em um local de confiança e
onde seja possível questionar a origem do produto", conclui.
E o bolinho de bacalhau?
Além da bacalhoada, um campeão nos almoços de páscoa
é o bolinho de bacalhau. Para a Dra. Marcela Voris, é essencial ter consciência
de que a forma frita desse tira-gosto não é a ideal para o consumo.
"Sempre é bom evitar frituras. Tente fazer a receita com ingredientes mais
saudáveis. Opte por um bolinho light com cebola, azeite, batata cozida, ovo,
pimenta do reino, salsa e leve ao forno por trinta minutos. Garanto que ficará
tão gostoso quanto o frito", recomenda.
ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
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