Além de prevenir a
covid-19, este hábito evita muitos outros tipos de doenças
Nunca se falou tanto em higienização das mãos como
no último ano. A medida, indicada para prevenir diversas doenças, inclusive a
covid-19, é muito eficiente, desde que realizada de maneira correta. Para
comemorar o Dia Mundial de Higienização das Mãos, 5 de maio, a SMCC (Sociedade
de Medicina e Cirurgia de Campinas) está divulgando um alerta e várias dicas,
elaboradas pela ANVISA, para ajudar a população a fazer todo o processo
corretamente, seja com álcool em gel 70% ou com água e sabão.
A higienização correta com álcool em gel 70%
demora, em média, de 20 a 30 segundos. O álcool precisa ser nessa concentração
porque a presença da água facilita a entrada do produto na bactéria, além de
retardar a volatilização, permitindo um maior tempo de contato. Se utilizados
água e sabão, são necessários de 40 a 60 segundos. Parece muito, mas é o tempo
necessário para que todas as partes das mãos sejam limpas e secas. Durante a
limpeza, independentemente do produto, é preciso higienizar as palmas, os
dorsos, os dedos, os espaços entre os dedos e embaixo das unhas. Se a opção for
pelo álcool em gel, a pessoa deve efetuar todos os movimentos e esperar pela
secagem natural. Já no caso de água e sabão, após a lavagem em si, é necessário
enxaguar e secar com papel descartável. Se a torneira utilizada exigir contato
com a mão, ela também deve ser fechada com a ajuda de um papel descartável. O
passo a passo pode ser acessado no material disponível no site www.smcc.com.br, em um banner que está na
página inicial.
De acordo com o cirurgião pediátrico Dr Rogério
Fortunato, do Departamento Científico de Cirurgia Pediátrica da SMCC, lavar as
mãos é um dos principais instrumentos de prevenção contra epidemias. Além do
coronavírus (Sars-Cov-2), este hábito previne infecções de inúmeras doenças
virais, parasitárias e bacterianas. “Os micro-organismos podem sobreviver por
horas em objetos como corrimões, barras de apoio dos ônibus, nas superfícies
dos celulares, maçanetas e mesas”’, comenta. “Manter a higienização constante
das mãos pode evitar o contágio de muitas doenças, sendo que nem sempre o
doente será você, mas alguém mais imunossuprimido que entra em contato com
micro-organismos da flora transitória aderidos na sua pele”, completa Barros,
que também é professor na equipe de Introdução à Prática Médica da Faculdade
São Leopoldo Mandic.
Segundo o cirurgião, não há um número
pré-estabelecido de lavagens diárias. Elas devem acontecer sempre que
necessário ou quando há contato com áreas de risco. “Fora do isolamento,
estamos dividindo um espaço coletivo e é importante pensar epidemiologicamente
nos mínimos detalhes de comportamento. Em alguns países, é proibido encostar
nas frutas que estão à venda. Espirrar, somente com a proteção do cotovelo,
pois se utilizar as mãos (mesmo que com o lenço), aumentam as chances de os
micro-organismos conseguirem outros locais para se reproduzir”, diz.
Além da higienização das mãos, é importante tomar
outros cuidados que ajudam na prevenção de doenças, como evitar encostar em
lugares desnecessários, principalmente em ambientes de grande fluxo de pessoas,
como estádios, shows, teatros, cinemas, escolas, lojas, ônibus e metrôs. “O
comportamento deve ser de mudança de hábitos, pois após a pandemia do
Coronavírus, essa metodologia simples de prevenção ajudará também na diminuição
de outras doenças”, reforça.
Conscientização
das crianças
Para que as crianças compreendam a importâncias
desses hábitos, o ideal é ter uma abordagem mais lúdica. “Se queremos mudar o
futuro, devemos começar pelas crianças. O uso de máscaras com temas infantis
ajuda a aumentar a adesão das crianças. Espirrar é normal para todos, mas
poucos brasileiros protegem o espirro com o cotovelo, e isso deve ser ensinado
nas escolas e nas casas das crianças”, orienta. “Os frascos de uso individual
com temas infantis me parecem uma boa estratégia de deixar o ambiente mais leve
e lúdico”, sugere o médico.
“Crianças absorvem rápido as mudanças e precisam
entender o risco de passarem os micro-organismos invisíveis para os amigos e
familiares mais comprometidos (idosos e imunocomprometidos). É função dos
cuidadores explicar o porquê dessas novas orientações mundiais”, comenta. Para
finalizar, Barros destaca que também é importante explicar às crianças os
cuidados que devem ser tomados com o álcool em gel. “O risco no uso do álcool
em relação às queimaduras também deve ser amplamente discutido antes de deixar
os pequenos circularem com o frasco sem a presença de um cuidador responsável”,
ressalta.
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