Doença que não tem cura atinge mais de 20 milhões de brasileiros de várias idades
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 300 milhões de pessoas em todo o mundo têm asma. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 6,4 milhões de brasileiros adultos convivem com essa doença, considerada um problema de saúde pública. Incluindo crianças e adolescentes, esse número chega a 20 milhões de pessoas. Desse total, 20% apresentam a forma grave dessa enfermidade e 5% não fazem controle. Por ocasião do Dia Mundial da Asma (4 de maio), a pneumologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dra. Marice Ashidani, alerta sobre a importância dos cuidados permanentes.
A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, que acomete pessoas em qualquer idade e cujas causas são multifatoriais, caracterizadas por fatores genéticos e ambientais. Os sintomas mais comuns são a falta de ar ou dificuldade para respirar, chiado ou aperto no peito e tosse, presentes durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada, comprometendo o sono”, explica a médica.
Ainda não se sabe a causa exata desta doença, que não tem cura, mas que pode e deve ser controlada. A asma é a quarta maior causa de hospitalização no Brasil, com cerca de 300 mil internações por ano, acarretando uma média de três mortes por dia. “Nesses tempos de pandemia da Covid-19, devem ser redobrados os cuidados, porém a boa notícia é que, se a doença estiver sob controle, o paciente asmático apresenta riscos iguais ao de outras pessoas sem a doença”, afirma dra. Marice.
Entre os fatores desencadeantes estão a exposição a elementos irritantes como ar frio e seco, poeira domiciliar (ácaro e fungos), pólen, fumaça de cigarro, pelos de animais e poluição. “Mas não estão descartados também os fatores emocionais, como ansiedade e estresse”.
A asma muitas vezes tem início na infância, porém esta não é uma regra, pois ela pode surgir em qualquer faixa etária. “Muitas vezes há a remissão espontânea na adolescência e depois a volta da doença na fase adulta. Além da consulta clínica, o diagnóstico é feito por meio de exames, como raio-x de tórax e espirometria, que mede a quantidade de fluxo de ar que entra e sai dos pulmões”, descreve a pneumologista.
O tratamento pode ser pontual, para resolver uma crise aguda, porém o foco principal é o caráter preventivo, para evitar a falta de ar e consequentes prejuízos às atividades diárias, faltas ao trabalho e internações. Para tanto, por ser receitado corticoide inalado ou as conhecidas “bombinhas” broncodilatadoras. “Há um mito de que elas podem viciar ou trazer problemas ao coração, mas isso absolutamente não procede”.
Para evitar o desencadeamento das crises, é recomendado fazer acompanhamento regular com médico especialista, evitar ambientes fechados com pouca ventilação e sem luz solar, reforçar a limpeza da casa para não acumular pó e mofo, lavar com frequência as roupas de cama e se manter longe da fumaça de cigarro.
Dra.
Marice destaca que o Seconci-SP conta com corpo clínico especializado e suporte
de exames para o diagnóstico e tratamento correto dos casos de asma. “Desde que
esteja sob controle, ter asma não limita em nada a vida do paciente, nem no
trabalho, assim como na prática de atividade física. Porém diante de um chiado,
mesmo que não seja de intensidade, mas que aparece semanalmente e atrapalha o
sono, é recomendado procurar o médico, para que o quadro não evolua e se
agrave”.
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