Pesquisa realizada pela empresa especializada em monitoramento de
qualidade mostra que três quartos dos brasileiros utilizaram o serviço de SAC
ao menos uma vez durante a pandemia
As vendas podem ser por canais
digitais, mas a reclamação ainda é bem analógico! Análise do Centro de Inteligência
Padrão (CIP) e parceria com a OnYou, especializada em monitoramento da experiência com a
metodologia de cliente, mostra que uma a cada
três solicitações de SAC (36%) durante
a pandemia de COVID-19 foi feita pelo
canal telefônico. O chat on-line, com 21%, e o e-mail, com 20%, aparecem na
sequência. Além disso, três quartos dos
brasileiros (75%) contataram ao menos uma vez este serviço. Entre os segmentos, o bancário foi o
principal alvo dos contatos, com 14,5% do total de solicitações, seguido pelas
empresas de cartões, com 9,5%. O período também foi marcado por um aumento no
contato entre o consumidor e marca, percebido por 50% das pessoas. Entretanto,
a qualidade no serviço não acompanhou esse
crescimento: para 52% houve uma piora no atendimento. Entre as principais
reclamações estão: menor resolutividade
dos problemas (23%), aumento de falhas “sistêmicas”, como queda na conexão e/ou
ligação (20%), falta de interesse do atendente (12%) e percepção de ruídos e
conversas ao fundo na ligação (9%).
A pandemia de COVID-19 e a
necessidade de ficar em casa fez mais brasileiros aderirem aos canais digitais
para consumirem diversos produtos. Entretanto, na hora de entrar em contato com
a empresa para fazer alguma reclamação ou pedido, o bom e velho telefone segue
na preferência das pessoas, de acordo com levantamento da OnYou.
A análise foi realizada pelo
Centro de Inteligência Padrão (CIP), reconhecido pelas análises diferenciadas
do comportamento do consumidor e parceira da empresa especializada em
monitoramento de qualidade com a metodologia de cliente oculto. Por meio da internet, foram
ouvidos 1.135 consumidores de todo o país a
respeito da utilização do SAC.
Praticamente uma a cada três solicitações de SAC (36%) foi feita pelo canal telefônico.
O chat on-line, com 21%, e o e-mail, com 20%, aparecem na sequência. Apesar dos
esforços de migrar as demandas para os canais digitais, o WhatsApp e as redes sociais foram os menos
utilizados durante a pandemia, com 15% e 7%, respectivamente.
Nesse período analisado, três quartos dos brasileiros (75%) contataram ao menos uma vez com a empresa. Ao
todo, 47% deles realizaram
de 1 a 3 contatos e 19%, de 4 a
6 vezes. Já 5% precisaram conversar entre 7 e 9 vezes e 4% tentaram mais de dez vezes – já 25% dos entrevistados
não utilizaram o serviço.
O telefone é o canal preferido
independentemente da quantidade de contatos efetuados e da renda familiar
do consumidor. Entretanto, observa-se maior predileção por canais digitais
quando a quantidade de tentativas aumenta: a utilização de WhatsApp salta de
13% para 19% e redes sociais, de 6% para 10% na comparação entre os que fazem até
três contatos e os que tentam mais de dez vezes.
Para pessoas com renda até R$
5 mil, o segundo canal mais utilizado é o chat on-line, com 20% da preferência.
Já para pessoas com renda de até R$ 1 mil, observa-se uma utilização mais
expressiva das redes sociais (12%) em comparação com as demais faixas de renda.
Uma das explicações é a exposição pública para solucionar os problemas.
Mais da metade das
solicitações (53%) são
reclamações ou informações relativas a produtos adquiridos
pelo usuário anteriormente. Já 27% buscavam readequar ou cancelar
produtos e serviços, enquanto que 11% buscavam informações de novos
produtos e 7% de fato
queriam comprar algo.
Segmentos
O segmento bancário foi o alvo
principal dos contatos no período analisado, respondendo por 14,5% do total de solicitações. As empresas de
cartões ocupam a segunda posição, com 9,5%; seguidas por telecomunicações/internet, com 8,8%; telecomunicações/celulares, com 7,2%; e e-commerce, com 6,8%.
Entre as cinco menos
procuradas estão programas de fidelidade, com 1%; indústria farmacêutica, com 0,9%; distribuidoras de gás, com 0,7%; logística, 0,5%; e construtoras, com 0,3%.
Entretanto, observa-se uma maior recorrência de contatos nessas categorias. Nas construtoras, por exemplo, 29% dos usuários
fizeram mais de 10 contatos – esse índice
é de 8% nas empresas bancárias.
Mais utilizado
e pior qualidade
Para 50% dos entrevistados, a
frequência de contatos com o SAC aumentou durante a pandemia, enquanto que 49%
acreditam que permaneceu na mesma – 1% apenas acredita que diminuiu. O aumento
na utilização acompanha uma maior percepção de piora no atendimento prestado
para 52%. Outros 36% não sentiram mudança e 12% acreditam que melhorou.
Entre as principais
reclamações estão menor resolutividade dos problemas (23%), aumento de falhas
“sistêmicas”, como queda na conexão e/ou ligação (20%), falta de interesse do
atendente (12%) e percepção de ruídos e conversas ao fundo na ligação (9%).
Apenas 15% não listaram algum problema.
Os consumidores na faixa de
renda familiar entre R$ 1 mil e R$ 5 mil foram os que mais perceberam
alterações no desempenho do SAC da empresa. Afinal, essa categoria está
diretamente relacionada com a quantidade de contatos realizados. Já pessoas com
renda acima de R$ 12 mil foram responsáveis por 16% das reclamações de falta de
profissionalismo do atendente.
A queda na qualidade do
atendimento, contudo, não foi percebido como consequência do trabalho remoto de
algumas empresas: 46% informaram que não sentiram alterações nesse sentido. Em
contrapartida, 25% se mostraram inseguros em informar dados pessoais e 23% acreditam
que o home office dos atendentes pode dificultar a
capacidade de resolução dos problemas.
Por fim, a maioria dos
entrevistados não acredita em mudanças significativas no SAC com o fim da
pandemia. Mesmo utilizando mais este serviço a partir de março de 2020, 60% dos
respondentes acreditam que a frequência vai continuar a mesma quando tudo se
normalizar. Para 23% vai diminuir e 18% acreditam que irá aumentar.
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