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terça-feira, 2 de agosto de 2016

01 a 07/08 - SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO - ALEITAMENTO MATERNO: PRESENTE SAUDÁVEL, FUTURO SUSTENTÁVEL






A Semana Mundial de Aleitamento Materno faz parte de um movimento mundial em prol da sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança. Desde a criação em 1948 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolve ações voltadas à saúde da criança, devido a grande preocupação com a mortalidade infantil. Em 1991 foi fundada a Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação – WABA. Essa Organização criou no ano de 1992 a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), com objetivo de promover a amamentação. Ocorre em 120 países e, oficialmente, é celebrada de 1 a 7 de agosto.

De acordo com a WABA o cenário atual não apenas justifica mas também exige que esforços sejam somados para o incentivo ao aleitamento materno: “Nova evidência apresentada na revista científica Lancet da Grã-Bretanha, confirma que o aleitamento materno ótimo poderia salvar a vida de 823.000 crianças e adicionar US$302 bilhões na economia mundial anualmente. A amamentação é a base para uma boa saúde para todas as crianças tanto a curto prazo como a longo prazo, e também traz benefícios para a saúde das mulheres que amamentam. No entanto, as taxas de aleitamento materno no mundo permaneceram estagnadas nas últimas duas décadas. Além disso, menos de 40% das crianças abaixo de seis meses de idade são amamentadas exclusivamente no peito. Na verdade, as mulheres enfrentam muitas barreiras para amamentar. Muitas vezes as mulheres recebem informações incorretas por parte dos profissionais de saúde, falta de apoio a amamentação no círculo familiar, não têm acesso ao aconselhamento qualificado para a amamentação, enfrentam a promoção agressiva de alimentos para lactentes e criança de primeira infância, como também de mamadeiras e bicos, ou são forçadas a voltar a trabalhar logo após o nascimento da criança. Todas estas barreiras tornam extremamente difícil para as mulheres a amamentação exclusiva por seis meses (sem líquidos e alimentos adicionais) e a continuação da amamentação por dois anos ou mais, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde”.  

Este ano a SMAM irá concentrar nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que os governos ao redor do mundo se comprometeram a alcançar até 2030, nos quais o aleitamento materno pode contemplar direta ou indiretamente. Os ODS foram criados a partir dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e cobrem uma gama de questões sobre ecologia, economia e equidade. Os novos ODS pretendem combater as causas da pobreza e oferecer uma visão de desenvolvimento que funcione para todas as pessoas em todos os lugares. 

Entre os objetivos: Educação de qualidade (amamentação e a alimentação complementar de boa qualidade contribuem significativamente para o desenvolvimento mental e cognitivo e, portanto, ajudam no aprendizado), Enfrentar a Pobreza (o aleitamento materno é um alimento natural e barato para os bebês e crianças da primeira idade. É acessível para todos e não existe um custo para o orçamento familiar em oposição à alimentação artificial) e Consumo e Produção responsável (a amamentação é uma fonte de nutrição e sustento saudável, viável, não poluente e não predatória de recursos naturais). Demais: Fome zero; Boa saúde e bem estar; Igualdade de gênero; Água potável e saneamento; Segurança e energia limpa; Trabalho Decente e crescimento econômico; Indústria, inovação e infraestrutura; Redução das desigualdades; Cidades e comunidades sustentáveis; Ação contra as mudanças climáticas; Vida submarina; Vida na terra; Paz, justiça e instituições fortes; Alianças para atingir os objetivos.

Torna-se evidente que o incentivo ao aleitamento materno pode contribuir para um desenvolvimento sustentável: um presente que não comprometa a qualidade de vida das futuras gerações. Esta reflexão permite avaliar o impacto que a amamentação tem não apenas na saúde do bebê, da mãe e da família, mas suas implicações sociais, econômicas, ecológicas e globais.

Amamentar é reduzir morbidades, mortalidade, desigualdades, violência, danos ambientais. Amamentar é econômico, cultural; é orgânico, é natural. É uma prática sustentável que precisa ser apoiada, incentivada e protegida.




Solange Lisboa – pediatra, formada há mais de 30 anos pela Santa Casa de São Paulo. Atualmente atua nas cidades de Vinhedo, Valinhos e São Paulo.

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