Muito
se fala em engajamento em âmbito profissional, porém, por que não falar em
engajamento na vida?
Durante a Olimpíada do Rio os brasileiros se emocionaram, riram,
choraram e esbravejaram. A energia, o entusiasmo, a dedicação, o foco, a
superação dos atletas e daqueles que contribuíram para esse evento tão único
deixará, além de um legado, muitas saudades. Depois de dezessete dias a vida
voltou ao normal, com suas mazelas políticas e alguma esperança. O foco se
volta para as entranhas de um país em luta para sair de uma de suas maiores
crises.
Para aqueles que vibraram com os jogos sem deixar de lado seus
projetos pessoais, ou quem participou efetivamente como artistas desse grande
evento, o sentimento deve ter sido de satisfação e a sensação de dever
cumprido. No entanto, muitas pessoas fizeram da TV a sua meta. Para essas, o
término da Olimpíada não é só saudades, é ressaca e vazio. Não tem mais álibi
pra deixar a vida acontecer depois.
Quando passamos horas em frente à TV ou das redes sociais, temos a
falsa ilusão de que esses momentos de passividade nos quais nos encontramos
descompromissados são os melhores momentos. No entanto são ilusórios, porque
nessas horas estamos diante de algo pronto, algo dado, com pouca capacidade
para a real expansão do “Eu”. Pesquisas dizem que os momentos que lembramos
como memoráveis são aqueles em que colocamos o corpo, a mente ou ambos em ação
e superamos desafios. O ponto de experiência máxima é quando agimos, quando
realizamos algo a despeito de qualquer adversidade.
Ao encontrarmos coragem para seguir em frente, o sentimento passa
a ser de poder e de controle, mesmo que no ato da atuação a atividade não tenha
parecido agradável. A superação traz algo além do prazer que é a satisfação.
Ponto de referência de como a vida deveria ser. Encontramos prazer ao
contemplarmos nossas necessidades biológicas como: comer, dormir, sexo, etc.
Porém o prazer por si só é fugidio. Ele não gera aprendizado e crescimento.
Para que aja qualidade de vida autêntica é preciso que aprendamos
a gerar mais satisfação em nossa vida. Quanto menos uma pessoa se sente
satisfeita, maior é sua necessidade de prazer, seja por comida, bebida e
atividades passivas como passar horas diante de uma televisão ou redes sociais.
É possível afirmar também que os vícios surgem como um preenchimento de um
vazio de contentamento.
Em contra
partida quanto mais uma pessoa conseguir se sentir plena, menor será sua
necessidade de prazer imediato e fulgás. Nesse sentido é de fundamental
importância encontrarmos tarefas que nos desafiem a sair do lugar comum.
Ajustarmos nossos corpos e mentes para fluírem em harmonia em direção a um propósito
maior. No contexto intelectual, ter permissão para sair do papel de quem sabe
tudo e buscar aprender coisas novas. No trabalho, encontrar metas claras,
estímulos e tarefas desafiadoras, lembrando que objetivos pequenos demais geram
tédio e grandes em demasia ansiedade. Em relação ao físico, buscar atividades
que proporcione fluência corporal: tocar um instrumento, praticar esportes,
dançar, etc. Por fim, no equilíbrio de um corpo que age e flui e de uma mente
criativa que produz, encontrarmos a justa medida do tempo descompromissado e
passivo do sofá. Tóquio que nos aguarde.
Hilda Medeiros – Transformando Realidades. Coach
e Terapeuta, realiza atendimento presencial e online. Ministra
Palestras, Workshops e Treinamentos em todo Brasil - www.hildamedeiros.com.br
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