O termo Síndrome da
Bexiga Hiperativa refere-se a uma condição clínica frequente entre pacientes
com idade acima de 60 anos. A síndrome é acompanhada de sintomas de urgência
miccional (vontade iminente de urinar) e idas frequentes ao toalete, em geral
superior a 8 vezes no período diurno e 2 ou mais vezes no período noturno.
Durante estes momentos de urgência poderão acontecer perdas de urina, no caso
de não haver um toalete por perto.
A prevalência da
síndrome é maior em mulheres, em torno de 30% delas relatarão as queixas e este
índice aumenta de acordo com o avançar da idade.
Entre as possíveis
causas, citam-se o próprio processo de entrada na menopausa onde há queda do
estrogênio (o hormônio feminino é fundamental para um bom funcionamento do
trato urinário feminino), doenças concomitantes como diabetes e doenças
neurológicas, alterações intestinais, cirurgias prévias no trato urinário e
genital, gestações passadas, obesidade, efeito adversos de alguns medicamentos
etc. Estas condições levam a alterações na parte interna da bexiga, fazendo com
que ela produza o desejo de urinar com mais freqüência, desejos estes que não
conseguem ser controlados pela paciente, ocasionando perdas de urina e levando
a paciente ao toalete a todo instante.
Para o diagnóstico, o
médico urologista irá avaliar a necessidade de exames adicionais. Uma
percentagem significativa dos pacientes está apta a ser tratada logo após uma
história médica e exame clínico detalhados. Entretanto, algumas dúvidas podem
surgir e o médico poderá solicitar exames adicionais como exame de urina,
ultrassom do trato urinário e estudo urodinâmico.
O tratamento transitará
desde medidas comportamentais (evitar líquido até 2 a 4 horas antes de dormir,
evitar alimentos irritantes para bexiga como café preto, chocolates,
condimentos e enlatados), reabilitação de assoalho pélvico, medicamentos,
injeção de medicamentos diretamente na musculatura da bexiga e implante de
neuromoduladores para controlar a inervação da bexiga.
A mensagem final é
deixar claro que a síndrome é frequente, afeta muito a qualidade de vida do
paciente e o médico urologista está apto a indicar um tratamento adequado o
qual tende a se eficaz em até 80% dos pacientes.
Profa Dra Miriam Dambros Lorenzetti – Livre Docente em Urologia pela Universidade Federal
de São Paulo, Professora da Faculdade de Medicina da Faculdade São Leopoldo
Mandic, Campinas, Médica Urologista da Clínica Célula Mater, São Paulo.
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