Doença é
mais comum em mulheres e pode levar à embolia pulmonar
Dor nas pernas, inchaço e
mudanças na coloração da pele. Esses são apenas alguns sinais de alerta para a
trombose, patologia caracterizada pela formação ou desenvolvimento de um
coágulo sanguíneo responsável por causar inflamação na parede do vaso, conhecida
pelos médicos como trombose venal profunda. Além do desconforto, a doença, que
é mais comum em mulheres, pode levar à embolia pulmonar quando o coágulo se
desloca e migra até os pulmões – uma condição que pode ser fatal.
Segundo
Élbio D’Amico, membro do Comitê de Hemostasia e Trombose da Associação
Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), estima-se que
a cada ano mais de 300 mil pessoas nos Estados Unidos e mais de 500 mil na
Europa passem por eventos de trombose venosa profunda e embolismo pulmonar. No Brasil, não há registros precisos da incidência,
mas calcula-se que, a cada mil habitantes, um ou dois sejam acometidos por
trombose.
“Pesquisa realizada pelo Ibope em 2010 constatou que 44% da
população brasileira não reconhece os sintomas da trombose. Nesse cenário, o
desconhecimento pode tornar a doença muito mais perigosa, principalmente para
as mulheres”, salienta o médico.
Risco elevado
O hematologista explica que a
trombose é um perigo em potencial para as mulheres porque elas estão expostas a
fatores que aumentam o risco de desenvolvimento de coágulos. Ele cita o uso da
pílula anticoncepcional com estrogênio, gestação e tratamento de reposição
hormonal como condições que elevam o risco de trombose.
“O corpo da mulher passa por uma série de mudanças durante a
gravidez. O organismo se prepara para a situação do parto, aumentando as
substâncias coagulantes no sangue. O resultado é um risco seis vezes maior de
trombose durante a gestação. No período de pós-parto, durante aproximadamente
40 dias, esse risco chega a ser 15 vezes maior”, comenta o médico.
Atenção profissional
Segundo o membro da ABHH, o
acompanhamento de um médico é fundamental para evitar a trombose,
principalmente com pacientes mulheres. “O uso do anticoncepcional, a gravidez e
terapias de reposição hormonal fazem parte da vida de milhões de brasileiras,
não podemos simplesmente indicar que elas parem com o controle de natalidade ou
que não tenham filhos. O papel do médico é acompanhar a paciente, cuidando-a
durante todo o processo”, diz.
Com avaliações clínicas e investigação detalhada, analisando
o histórico de cada paciente, um especialista pode indicar o melhor caminho a
ser seguido. No caso do anticoncepcional, por exemplo, seria a substituição do
medicamento por outra versão que utilize a progesterona. “Para a questão da
gravidez, o médico que acompanha uma paciente que quer ter filhos pode fazer a
profilaxia trombólica, receitando medicamentos que diminuem a coagulação do
sangue. Em qualquer caso, exercer a boa medicina é fundamental”, conclui
D’Amico.
Como prevenir
Além do acompanhamento médico,
qualquer pessoa pode tomar medidas de prevenção. Muitas delas podem ser
incorporadas no cotidiano. Algumas das dicas são:
- Exercitar-se ou fazer pequenas
caminhadas regularmente;
- Controlar o peso;
- Evitar o cigarro;
- Movimentar as pernas durante
longos períodos sentada;
- Usar meias de contenção para o
caso de inchaço, sempre com orientação médica.
Sobre a ABHH
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) reúne
hematologistas e hemoterapeutas e tem como frentes de atuação
o desenvolvimento educacional e científico dos especialistas. Filiada à
Associação Médica Brasileira (AMB), a ABHH possui mais de dois mil
associados.
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